Anjos são seres espirituais, que têm inteligência, emoções e vontade. Isto é verdadeiro tanto para anjos bons quanto para anjos do mal. Os anjos possuem inteligência (Mateus 8:29; II Coríntios 11:3; I Pedro 1:12), demonstram suas emoções (Lucas 2:13, Tiago 2:19; Apocalipse 12:17) e demonstram que têm vontades (Lucas 8:28-31; II Timóteo 2:26; Judas 1:6). Os anjos são seres espirituais (Hebreus 1:14), sem um corpo físico real. O fato de não terem corpos não muda o fato de terem suas personalidades (o mesmo ocorre com Deus).
O conhecimento dos anjos é limitado por serem criaturas. Isto significa que eles não sabem tudo o que Deus sabe (Mateus 24:36). Entretanto, parece que têm um conhecimento maior do que os humanos. Isto pode ocorrer por três razões: (1) Os Anjos foram criados como uma ordem superior de criaturas no universo, em comparação aos seres humanos. Por este motivo, é de sua natureza possuir maior conhecimento. (2) Os anjos estudam a Bíblia e o mundo de forma mais completa que os humanos e assim obtêm conhecimento (Tiago 2:19; Apocalipse 12:12). (3) Os anjos adquirem conhecimento através da longa observação das atividades dos seres humanos. Diferentemente dos humanos, os anjos não têm que estudar o passado; eles o viveram. Assim, sabem como os outros agiram e reagiram em determinadas situações e podem então prever com grande exatidão como nós vamos agir em circunstâncias parecidas.
Apesar de terem vontade, os anjos são, como todas as criaturas, sujeitos à vontade de Deus. Os anjos bons são enviados por Deus para ajudar os crentes (Hebreus 1:14). A seguir, algumas atividades que a Bíblia atribui aos anjos:
A. Eles louvam a Deus (Salmos 148:1,2; Isaías 6:3).
B. Eles adoram a Deus (Hebreus 1:6; Apocalipse 5:8-13).
C. Eles se regozijam nos feitos de Deus (Jó 38:6-7).
D. Eles servem a Deus (Salmos 103:20; Apocalipse 22:9).
E. Eles se apresentam perante Deus (Jó 1:6; 2:1).
F. Eles são instrumentos dos julgamentos de Deus (Apocalipse 7:1; 8:2).
G. Eles trazem respostas às orações (Atos 12:5-10).
H. Eles ajudam a ganhar pessoas para Cristo (Atos 8:26; 10:3).
I. Eles observam a ordem cristã, obra e sofrimento (I Coríntios 4:9; 11:10; Efésios 3:10; I Pedro 1:12).
J. Eles dão encorajamento em tempos de perigo (Atos 27:23-24).
K. Eles cuidam dos justos no momento da morte (Lucas 16:22).
Os anjos são de uma ordem completamente diferente da dos humanos. Os seres humanos não se tornam anjos após a morte. Os anjos nunca se tornam e nunca foram seres humanos. Deus criou os anjos da mesma forma que criou a humanidade. Em nenhum lugar a Bíblia afirma que os anjos foram criados à imagem e semelhança de Deus, como foram os humanos (Gênesis 1:26). Os anjos são seres espirituais que podem, até certo ponto, assumir forma humana. Os humanos são basicamente seres físicos, mas com um aspecto espiritual. A maior coisa que podemos aprender dos anjos é sua obediência instantânea e sem questionamentos às ordens de Deus.
A crença das pessoas sobre Satanás vai do tolo ao abstrato: de um pequeno ser vermelho com chifres que senta sobre seu ombro motivando você a pecar, a uma expressão usada para descrever a personificação do mal. Entretanto, a Bíblia nos dá um retrato claro de quem é Satanás, e como ele afeta nossas vidas. Colocando de forma simples, a Bíblia define Satanás como um ser angelical que decaiu de sua posição no céu por causa do pecado e está agora em posição exatamente oposta a Deus, fazendo tudo a seu alcance para frustrar os planos de Deus para a humanidade.
Satanás foi criado como santo anjo. Isaías 14:12 possivelmente dá a Satanás o nome, antes da queda, de Lúcifer. Ezequiel 28:12-14 descreve Satanás sendo criado como querubim, e foi aparentemente o anjo criado em posição mais alta. Ele se tornou arrogante em sua beleza e posição, e decidiu que queria se assentar em um trono que fosse acima do de Deus (Isaías 14:13-14; Ezequiel 28:15; I Timóteo 3:6). O orgulho de Satanás o levou à queda. Repare as muitas afirmações no futuro em Isaías 14:12-15 (subirei, exaltarei, me assentarei, subirei e serei). Por causa de seu pecado, Deus expulsou Satanás do céu.
Satanás se tornou o governante deste mundo que funciona longe de Deus, e o príncipe das potestades do ar (João 12:31; II Coríntios 4:4; Efésios 2:2). Ele é um acusador (Apocalipse 12:10), um tentador (Mateus 4:3; I Tessalonicenses 3:5) e um enganador (Gênesis 3; II Coríntios 4:4; Apocalipse 20:3). Seu próprio nome significa adversário ou “o que se opõe”. Outro nome usado para Satanás, o diabo, significa “maligno” ou “caluniador”.
Apesar de ter sido expulso do céu, ele ainda busca elevar seu trono acima de Deus. Satanás, de maneira fraudulosa, imita tudo o que Deus faz, esperando ganhar a adoração do mundo e incitar oposição ao reino de Deus. Satanás é a maior força atrás de qualquer falso culto e religião mundana. Satanás fará qualquer coisa e todas as coisas em suas forças para se posicionar contra Deus e contra os que seguem a Deus. Entretanto, o destino de Satanás está selado: uma eternidade no lago de fogo (Apocalipse 20:10).
Apocalipse 12:9 é o verso mais claro das Escrituras a respeito da identidade dos demônios: “E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele.” A Bíblia indica que os demônios são anjos caídos: anjos que juntamente com Satanás se rebelaram contra Deus. A queda de Satanás do céu é descrita em Isaías 14:12-15 e Ezequiel 28:12-15. Apocalipse 12:4 parece indicar que Satanás levou consigo um terço dos anjos quando ele pecou. Judas verso 6 menciona anjos que pecaram. Então, é possível que demônios sejam os anjos que seguiram Satanás no pecado contra Deus.
Satanás e seus demônios procuram agora destruir e enganar todos os que seguem e adoram a Deus (I Pedro 5:8; II Coríntios 11:14-15). Os demônios são descritos como espíritos do mal (Mateus 10:1), espíritos imundos (Marcos 1:27) e anjos de Satanás (Apocalipse 12:9). Satanás e seus demônios enganam o mundo (II Coríntios 4:4), atacam os cristãos (II Coríntios 12:7; I Pedro 5:8) e combatem os santos anjos (Apocalipse 12:4-9). Os demônios são seres espirituais, mas podem aparecer na forma física (II Coríntios 11:14-15). Os demônios/anjos caídos são inimigos de Deus – mas são inimigos derrotados. “Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (I João 4:4).
A Bíblia dá alguns exemplos de pessoas sendo possuídas ou influenciadas por demônios. Nestes relatos podemos encontrar alguns sintomas de influência demoníaca e também ter entendimento de como um demônio possui alguém. Seguem-se algumas passagens bíblicas: Mateus 9:32-33; 12:22; 17:18; Marcos 5:1-20; 7:26-30; Lucas 4:33-36; Lucas 22:3; Atos 16:16-18. Em algumas destas passagens, a possessão demoníaca causa enfermidade física, como inaptidão para falar, sintomas de epilepsia, cegueira, etc. Em outros casos, faz com que a pessoa faça o mal, e disso Judas é o maior exemplo. Em Atos 16:16-18 o espírito aparentemente dá à menina escravizada a habilidade de conhecer coisas além de seu próprio entendimento. No caso do endemoniado da província dos gadarenos, que estava possuído por um grande número de demônios, ele tinha força sobre-humana, vivia nu e tinha sua morada nas sepulturas. O Rei Saul, depois de se rebelar contra o SENHOR, foi perturbado por um espírito do mal (I Samuel 16:14-15; 18:10-11; 19:9-10), com o efeito aparente de uma depressão e crescente desejo e disposição para matar Davi.
Desta forma, há uma grande variedade de possíveis sintomas de possessão demoníaca, como um dano físico que não possa ser atribuído a nenhum problema fisiológico real, mudanças de personalidade tais como grande depressão ou agressividade fora do normal, força sobrenatural, uma falta de modéstia ou “normal” interação social, e talvez a capacidade de compartilhar informações que ninguém poderia saber naturalmente. É importante notar que quase todas, se não todas destas características podem ter outras explicações, sendo assim importante que não se rotule cada pessoa deprimida ou epilética como sendo possuída por demônios. Por outro lado, penso que em nossa cultura ocidental, nós provavelmente não levamos suficientemente a sério o envolvimento satânico na vida das pessoas.
Somando-se a estas características físicas e emocionais, pode-se olhar para atributos espirituais como demonstrando influência demoníaca. Tais podem incluir uma recusa a perdoar (II Coríntios 2:10-11) e a crença e disseminação de falsas doutrinas, em particular a respeito de Jesus Cristo e Sua obra expiatória (II Coríntios 11:3-4,13-15; I Timóteo 4:1-5; I João 4:1-3).
A respeito do envolvimento de demônios nas vidas dos cristãos, o apóstolo Pedro é uma ilustração do fato de que um crente pode ser INFLUENCIADO pelo diabo (Mateus 16:23). Alguns se referem aos cristãos que estão sob uma FORTE influência demoníaca como sendo “endemoniados”, mas jamais houve exemplo nas Escrituras de um crente em Cristo sendo POSSUÍDO por um demônio, e a maioria dos teólogos acredita que um cristão NÃO PODE ser possuído porque ele tem o Espírito Santo morando dentro de si (II coríntios 1:22; 5:5; I Coríntios 6:19).
Não nos é revelado exatamente como alguém se abre à possessão. Se o caso de Judas for representativo, ele abriu seu coração ao mal (em seu caso, por ganância – João 12:6). Então pode ser possível que alguém permita que seu coração seja guiado por algum pecado habitual... e isto se torne um convite para que um demônio nele entre. Pelas experiências missionárias, a possessão demoníaca também parece estar relacionada à adoração de deuses pagãos e a possessão de objetos de ocultismo. A Escritura repetidamente relaciona a adoração a ídolos com a real adoração a demônios (Levítico 17:7; Deuteronômio 32:17; Salmos 106:37; I Coríntios 10:20), então não deveria ser surpresa que este envolvimento com tais religiões e práticas a elas associadas possam levar à possessão demoníaca.
Desta forma, creio, baseado nas passagens das Escrituras acima e também em algumas das experiências dos missionários, que muitas pessoas abrem suas vidas ao envolvimento demoníaco através do envolvimento com algum pecado ou através do envolvimento com cultos (consciente ou inconscientemente). Exemplos incluem imoralidade; abuso de drogas e álcool... pois estes alteram o estado de consciência; rebelião, amargura, meditação transcendental. Em nossa cultura ocidental, vemos um aumento dos ensinamentos de religiões orientais sob a aparência do movimento “nova era”.
Há algo que não podemos esquecer. Satanás e seu exército do mal nada podem fazer a ninguém a não ser com a permissão do SENHOR (Jó 1,2). E sendo este o caso, Satanás, pensando que está conseguindo alcançar seus propósitos, está na verdade alcançando os bons propósitos de Deus... mesmo no caso da traição de Judas. Algumas pessoas desenvolvem uma fascinação doentia com o oculto e atividade demoníaca. Isto não é sábio e não é bíblico. Se buscamos a Deus em nossas vidas e nos revestimos com Sua armadura e dependemos de Sua força (não a nossa própria) (Efésios 6:10-18), não temos nada a temer dos seres do mal, pois Deus governa a todos eles!
Embora a Bíblia não afirme explicitamente se um Cristão pode ou não ser possuído por um demônio, verdades bíblicas relacionadas deixam bem claro que os Cristãos não podem ser possuídos por demônios. Há uma nítida diferença entre ser possuído por um demônio e ser oprimido ou influenciado por um demônio. A possessão demoníaca envolve um demônio tendo controle direto e total sobre os pensamentos e/ou ações de uma pessoa (Mateus 17:14-18, Lucas 4:33-35; 8:27-33). Opressão ou influência demoníaca envolve um demônio ou demônios atacando espiritualmente uma pessoa e/ou incentivando-a a um comportamento pecaminoso. Observe que há várias passagens do Novo Testamento que lidam com a guerra espiritual, mas em nenhuma encontramos instruções para expulsar um demônio de um crente (Efésios 6:10-18). Os crentes são instruídos a resistir ao diabo (Tiago 4:7, 1 Pedro 5:8-9), mas não a expulsá-lo.
Os Cristãos são habitados pelo Espírito Santo (Romanos 8:9-11, 1 Coríntios 3:16, 6:19). Certamente o Espírito Santo não permitiria que um demônio possuísse a mesma pessoa em quem Ele habita. É impensável que Deus permitiria que um de Seus filhos, alguém que Ele adquiriu com o sangue de Cristo (1 Pedro 1:18-19) e tornou uma nova criatura (2 Coríntios 5:17), fosse possuído e controlado por um demônio. Sim, como seguidores de Cristo, estamos em guerra com Satanás e seus demônios, mas não de dentro de nós mesmos. O apóstolo João declara: "Filhinhos, vós sois de Deus e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo" (1 João 4:4). Quem é o Ser que em nós habita? O Espírito Santo. Quem é o que está no mundo? Satanás e seus demônios. Portanto, o crente tem vitória sobre o mundo dos demônios e o caso de possessão demoníaca de um seguidor de Jesus não pode ser defendido biblicamente.
Em vista da forte evidência bíblica de que um Cristão não possa ser possuído por demônios, alguns professores da Bíblia usam o termo "demonização" para se referir a um demônio tendo controle sobre um Cristão. Alguns argumentam que, embora um Cristão não possa ser possuído por demônios, ele ainda pode ser demonizado. Normalmente, a descrição de demonização é praticamente idêntica à descrição da possessão demoníaca. Assim, temos o mesmo problema. Mudar a terminologia não muda o fato de que um demônio não pode habitar ou assumir o controle total de um Cristão. Influência e opressão demoníaca são realidades para os Cristãos, sem dúvida, mas simplesmente não é bíblico dizer que um Cristão pode ser demonizado ou possuído por um demônio.
Grande parte do raciocínio por trás do conceito de demonização é a experiência pessoal de ver alguém que "definitivamente" era um Cristão exibindo evidência de que estava sendo controlado por um demônio. É fundamental, porém, que não permitamos que a experiência pessoal influencie a nossa interpretação das Escrituras. Pelo contrário, devemos filtrar as nossas experiências pessoais através da verdade das Escrituras (2 Timóteo 3:16-17). Ver alguém que achamos ser um Cristão exibindo um comportamento demonizado deve nos levar a questionar a autenticidade da sua fé. Não deve nos levar a alterar a nossa perspectiva sobre se um Cristão pode ser possuído por demônios ou demonizado. Talvez a pessoa realmente seja um Cristão, mas está sendo oprimida por demônio e/ou sofrendo de graves problemas psicológicos. No entanto, novamente, nossas experiências devem passar o teste das Escrituras e não o contrário.
Gênesis 6:1-4 se refere aos filhos de Deus e às filhas dos homens. Várias sugestões têm existido quanto a quem eram os filhos de Deus e por que os filhos que tiveram com as filhas dos homens cresceram em uma raça de gigantes (isso é o que a palavra Nephilim parece indicar).
Os três principais pontos de vista sobre a identidade dos filhos de Deus são: 1) eles eram anjos caídos, 2) eram poderosos governantes humanos, ou 3) eles eram descendentes devotos de Sete se casando com os descendentes ímpios de Caim. Algo que dá peso à primeira teoria é o fato de que no Antigo Testamento a expressão "filhos de Deus" sempre se refere a anjos (Jó 1:6, 2:1; 38:7). Um problema potencial com isso encontra-se em Mateus 22:30, o qual indica que os anjos não se casam. A Bíblia não nos dá nenhuma razão para acreditar que os anjos tenham um gênero ou sejam capazes de se reproduzir. Os outros dois pontos de vista não apresentam este problema.
A fraqueza do segundo e terceiro pontos de vista é que machos humanos comuns casando-se com fêmeas humanas comuns não explica por que os filhos eram "gigantes" ou "valentes que houve na antiguidade, os homens de fama". Além disso, por que Deus decidiria trazer o dilúvio sobre a terra (Gênesis 6:5-7) quando nunca tinha proibido poderosos machos humanos ou descendentes de Sete de se casarem com fêmeas humanas comuns ou descendentes de Caim? O julgamento vindouro de Gênesis 6:5-7 está ligado ao que aconteceu em Gênesis 6:1-4. Somente o casamento obsceno e perverso de anjos caídos com mulheres humanas aparenta justificar julgamento tão severo.
Como observado anteriormente, a fraqueza do primeiro ponto de vista é que Mateus 22:30 declara: "Porque na ressurreição nem casam nem são dados em casamento; mas serão como os anjos de Deus no céu." No entanto, o texto não diz "os anjos não são capazes de se casarem". Pelo contrário, indica apenas que os anjos não se casam. Segundo, Mateus 22:30 está se referindo aos "anjos no céu", e não aos anjos caídos que não se preocupam com a ordem criada por Deus e buscam ativamente maneiras de interromper o Seu plano. O fato de que os santos anjos de Deus não se casam ou não se envolvem em relações sexuais não significa que o mesmo seja verdadeiro sobre Satanás e seus demônios.
Sendo assim, a primeira posição é a mais provável. Sim, é uma "contradição" interessante dizer que os anjos não têm gênero e depois dizer que os "filhos de Deus" eram anjos caídos que procriaram com mulheres humanas. No entanto, embora os anjos sejam seres espirituais (Hebreus 1:14), eles podem aparecer em forma humana e física (Marcos 16:5). Os homens de Sodoma e Gomorra quiseram ter relações sexuais com os dois anjos que estavam com Ló (Gênesis 19:1-5). É plausível que os anjos sejam capazes de assumir a forma humana, até mesmo ao ponto de duplicar a sexualidade humana e, possivelmente, a reprodução. Por que os anjos caídos não fazem isso mais vezes? Parece que Deus aprisionou os anjos caídos que cometeram esse pecado perverso para que os outros anjos caídos não fizessem o mesmo (como descrito em Judas 6). Os anteriores intérpretes hebraicos e escritos apócrifos e pseudoepígrafos são unânimes em manter a visão de que os anjos caídos são os "filhos de Deus" mencionados em Gênesis 6:1-4. Isto de forma alguma encerra o debate. Além disso, a visão de que Gênesis 6:1-4 envolve anjos caídos se casando com as fêmeas humanas tem uma forte base contextual, gramatical e histórica.
Com os anjos e a humanidade, Deus escolheu apresentar-lhes uma escolha. A Bíblia não nos dá muitos detalhes sobre a rebelião de Satanás e os anjos caídos, mas aparenta ser o caso que Satanás, provavelmente o mais grandioso de todos os anjos (Ezequiel 28:12-18), em orgulho, escolheu se rebelar contra Deus para poder tentar se tornar o seu próprio deus. Satanás (Lúcifer) não quis louvar ou obedecer a Deus, ele queria ser o próprio Deus (Isaías 14:12-14). Acredita-se que Apocalipse 12:4 é uma descrição figurativa de um terço dos anjos que escolheram seguir a Satanás em sua rebelião, tornando-se os anjos caídos / demônios.
Ao contrário da humanidade, a escolha que os anjos tinham, de seguir a Satanás ou de continuar fiéis a Deus, foi uma escolha eterna. A Bíblia não apresenta nenhuma oportunidade para os anjos caídos de se arrependerem e serem perdoados. Nem a Bíblia indica que é possível que mais anjos pequem. Os anjos que permanecem fiéis a Deus são descritos como os “anjos eleitos”. Satanás e seus anjos caídos conheciam a Deus em toda a Sua glória. Para eles se rebelarem apesar desse conhecimento sobre Deus é de grande perversidade. Como resultado, Deus não dá a Satanás e aos outros anjos caídos a oportunidade de se arrependerem. Além disso, a Bíblia não nos dá nenhum motivo para acreditar que eles se arrependeriam se tivessem uma chance (1 Pedro 5:8). Deus deu a Satanás e aos seus anjos a mesma escolheu que Ele deu a Adão e Eva – obedecê-lO ou não. Os anjos tinham uma escolha de livre arbítrio a fazer – Deus não forçou ou encorajou nenhum anjo a pecar. Satanás e os anjos caídos pecaram por sua livre e espontânea vontade – e portanto merecem a ira eterna de Deus (fogo eterno).
Por que Deus deu tal escolha aos anjos, quando Ele já sabia quais os resultados seriam? Deus já sabia que um terço dos anjos iria se rebelar e, portanto, ser amaldiçoado ao fogo eterno. Deus também sabia que Satanás iria avançar sua rebelião ao tentar a humanidade a pecar. Então, por que Deus permitiu isso? A Bíblia não nos dá a resposta para tal pergunta de forma explícita. O mesmo pode ser perguntado sobre qualquer maldade – por que Deus permite isso? No fim das contas, tudo é uma questão de escolha. Deus criou seres livres: os anjos e seres humanos. Se Deus quisesse seres que apenas fizessem o que foram programados a fazer, os animais teriam sido suficientes. Não, Deus queria seres com quem Ele poderia ter um relacionamento genuíno. Ele, portanto, nos deu a habilidade de escolher e nos apresentou com uma escolha a fazer.
A identidade precisa do "anjo so Senhor" não nos é dada especificamente na Bíblia. No entanto, há várias “dicas” importantes para a sua identidade. Há referências no Velho e Novo Testamento a “anjos do Senhor”, “um anjo do Senhor” e “O anjo do Senhor”. Aparenta ser o caso que quando o artigo definido “o” é usado, está especificando um ser único, separado dos outros anjos. O anjo do Senhor fala como Deus, identifica-se com Deus e exercita as responsabilidades de Deus (Gênesis 16:7-12; 21: 17-18; 22:11-18; Êxodo 3:2; Juízes 2:1-4; 5:23; 6:11-24; 13:3-22; 2 Samuel 24:16; Zacarias 1:12; 3:1; 12:8). Em várias outras aparições, aqueles que viram o anjo do Senhor temeram por suas próprias vidas porque eles tinham “visto o Senhor”. Portanto, é claro que em pelo menos alguns casos, o anjo do Senhor é uma teofania, uma aparição de Deus em forma física.
As aparições do anjo do Senhor cessaram depois da encarnação de Cristo. Anjos são mencionados inúmeras vezes no Novo Testamento, mas “O anjo do Senhor” nunca é mencionado no Novo Testamento. É possível que as aparições do anjo do Senhor eram manifestações de Jesus antes de Sua encarnação. Jesus Se declarou como sendo existente “antes de Abraão” (João 8:58), então é lógico que Ele estava ativo e manifesto ao mundo. Qualquer que seja o caso, se o anjo do Senhor era uma aparição do Cristo pré-encarnado (Cristofania), ou uma aparição de Deus Pai (teofania), é muito provável que a frase “anjo do Senhor” identifica uma aparição física de Deus.
A Bíblia não necessariamente sustenta o gênero dos anjos como sendo macho ou fêmea. Quando um gênero é especificamente “designado” a um anjo na Bíblia, é macho (Gênesis 19:10-12; Apocalipse 7:2; 8:3; 10:7). No entanto, isso não indica necessariamente que os anjos são machos. Mateus 22:30 aparenta indicar que anjos são “assexuais”, sem um gênero: “Porque, na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos no céu.” Se anjos não procriam, não há necessidade de um gênero, pelo menos não no sentido de distinções humanas de gênero.
Da mesma forma, Deus sempre se refere a Si mesmo na linguagem masculina, apesar de que Deus não é nem macho nem fêmea. Ele usa a linguagem masculina porque descreve mais adequadamente quem Ele é e o que Ele faz, principalmente nas culturas patriarcais nas quais a Bíblia foi escrita. Se os anjos não têm um gênero, de alguma forma as Escrituras indicam que ele são predominantemente ou universalmente machos. É mais provável que os anjos são assexuais, assim como Deus, e a linguagem masculina é usada para descrever a eles e ao seu papel em servir a Deus.
A palavra "arcanjo" ocorre em apenas dois versículos na Bíblia. 1 Tessalonicenses 4:16 exclama: “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro”. Judas versículo 9 declara: “Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda!” A palavra “arcanjo” vem de uma palavra grega que significa “principal dos anjos” ou “mais importante dos anjos”. Refere-se a um anjo que aparenta ser o líder de outros anjos.
Miguel é o único anjo identificado com um arcanjo (Judas versículo 9). No entanto, Daniel 10:13 descreve Miguel como “um dos primeiros príncipes”. Isso possivelmente indica que há mais de um arcanjo, porque coloca Miguel no mesmo nível que outros “primeiros príncipes”. Daniel 10:21 descreve o arcanjo Miguel como “vosso príncipe”, e Daniel 12:1 identifica Miguel como “o grande príncipe, o defensor”. Então, enquanto é possível que haja múltiplos arcanjos, é melhor não presumir nada sobre a Palavra de Deus ao declarar outros anjos como sendo arcanjos. 1 Tessalonicenses usa o singular para identificar “a voz do arcanjo”, não “a voz de UM arcanjo”, o que permitiria a possibilidade de existir mais de um arcanjo. Mesmo se há múltiplos arcanjos, Miguel aparenta ser o seu líder.
Anjos são seres criados por Deus (Colossenses 1:15-17) e são completamente diferentes dos seres humanos. Eles são os agentes especiais de Deus para executar Seu plano e ministrar aos seguidores de Cristo (Hebreus 1:13-14). Não há indicação nenhuma de que os anjos eram humanos anteriormente ou qualquer outra coisa – eles foram criados como anjos. Anjos não têm nenhuma necessidade da redenção que Cristo veio providenciar à raça humana, e dela não podem experimentar. Se eles tivessem sido humanos anteriormente, o conceito de salvação não lhes seria um mistério, depois deles mesmos terem experimentado da salvação. Sim, eles regozijam quando um pecador se volta para Cristo (Lucas 15:10), mas salvação em Cristo não é para eles.
Eventualmente, o corpo daquele que crê em Cristo vai morrer. O que acontece então? O espírito do crente vai ficar com Cristo (2 Coríntios 5:8). O crente não se torna um anjo. É interessante que Elias e Moisés puderam ser reconhecidos no Monte da Transfiguração. Eles não tinham se transformado em anjos, mas apareceram como eles mesmos – apesar de glorificados – e foram reconhecidos por Pedro, Tiago e João.
1 Tessalonicenses 4:13-18 nos diz que os crentes em Cristo estão dormindo em Jesus; quer dizer, seus corpos estão mortos, mas seus espíritos vivos. Esse texto nos diz que quando Cristo retornar, Ele vai trazer consigo aqueles que estão dormindo e então seus corpos serão ressuscitados e se tornarão novos como o corpo ressurreto de Cristo. Os seus corpos serão unidos aos seus espíritos, os quais Cristo vai trazer com Ele. Todos os crentes em Cristo que estão vivos durante o retorno de Cristo vão ter seus corpos transformados para serem como o corpo de Cristo; eles serão completamente novos em espírito, pois não vão mais possuir uma natureza pecaminosa.
Todos os que crêem em Cristo vão reconhecer uns aos outros e viver com o Senhor para sempre. Serviremos a Ele por toda a eternidade. Graças a Deus pela esperança viva que Ele providencia para o que crê em Jesus Cristo.
Querubim / querubins são seres angélicos envolvidos em adorar e louvar a Deus. Os querubins são mencionados na Bíblia pela primeira vez em Gênesis 3:24: “E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.” Antes da rebelião de Satanás, ele era um querubim (Ezequiel 28:12-15). O tabernáculo e o templo, assim como os seus pertences, continham muitas representações de querubins (Êxodo 25:17-22; 26:1,31; 36:8; 1 Reis 6:23-35; 7:29-36; 8:6-7; 1 Crônicas 28:18; 2 Crônicas 3:7-14; 2 Crônicas 3:10-13; 5:7-8; Hebreus 9:5).
Os capítulos de 1 a 10 do livro de Ezequiel descrevem os “quatro seres viventes” (Ezequiel 1:5) como sendo os mesmos que os querubins (Ezequiel 10). Cada um tinha quatro faces – a de um homem, de um leão, de um boi e de uma águia (Ezequiel 1:10; também 10:14) – e cada um tinha quatro asas. Em sua aparência, os querubins “tinham a semelhança de homem” (Ezequiel 1:5). Esses querubins usavam duas de suas asas para voar e as outras duas para cobrir seus corpos (Ezequiel 1:6,11,23). Sob suas asas os querubins aparentavam ter a forma, ou semelhança, da mão de um homem (Ezequiel 1:8; 10:7-8,21).
As imagens de Apocalipse 4:6-9 também aparentam estar descrevendo querubins. Os querubins tinham como propósito o de magnificar a santidade e poder de Deus. Essa era uma de suas responsabilidades mais importantes por toda a Bíblia. Além de glorificar a Deus, eles também serviam como um lembrete visível da majestade e glória de Deus e de Sua presença contínua com o Seu povo.
Os serafins, “seres ardentes”, são seres angelicais associados com a visão do profeta Isaías no Templo quando foi chamado ao ministério profético (Isaías 6:1-7). Isaías 6:2-4 registra: “Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam. E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.” Serafins são anjos que adoram a Deus continuamente.
Isaías capítulo 6 é o único lugar na Bíblia que menciona especificamente os serafins. Cada serafim tinha seis asas. Eles usavam duas para voar, duas para cobrir seus pés e duas para cobrir suas faces (Isaías 6:2). Os serafins voavam pelo trono onde Deus estava sentado, cantando louvores enquanto chamavam atenção especial à glória e majestade de Deus. Esses seres aparentemente também serviam como agentes de purificação para Isaías quando ele começou o seu ministério profético. Um anjo colocou brasa viva nos lábios de Isaías e disse: “Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e expiado o teu pecado.” Semelhante aos outros tipos de anjos santos, os serafins são perfeitamente obedientes a Deus. Semelhante aos querubins, os serafins estavam particularmente focalizados em adorar a Deus.
Mateus 18:10 nos diz: “Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre vêem a face de meu Pai que está nos céus.” Pelo contexto, estes “pequeninos” podem significar aqueles que acreditam nEle (v.6) ou crianças pequenas (versículos 3-5). Essa é a passagem principal para a discussão de anjos guardiões. Não há qualquer dúvida de que anjos bons ajudam a proteger (Daniel 6:20-23; 2 Reis 6:13-17), revelam informação (Atos 7:52-53; Lucas 1:11-20), guiam (Mateus 1:20-21; Atos 8:26), providenciam pelas necessidades (Gênesis 21:17-20; 1 Reis 19:5-7) e ministram aos crentes em geral (Hebreus 1:14). Há vários exemplos disso nas Escrituras.
A pergunta que surge é se cada pessoa – ou cada crente – tem um anjo a ele/ela designado. No Velho Testamento, a nação de Israel tinha o arcanjo Miguel a ela designada (Daniel 10:21; 12:1), mas em nenhum lugar a Bíblia diz que um anjo foi “designado” a um indivíduo (eles foram às vezes enviados aos indivíduos, mas não menciona uma designação “permanente”). Um comentarista diz que os judeus tinham totalmente desenvolvido a crença em anjos guardiões durante o tempo entre o Velho e o Novo Testamento. Alguns fundadores da igreja primitiva acreditaram que cada pessoa tinha não só um bom anjo a ela designado, mas um demônio também. A crença em anjo guardião existe há muito tempo, mas não há nenhuma base bíblica para tal crença.
Ao retornar a Mateus 18:10, a palavra “seus” é um pronome coletivo no grego, e refere-se ao fato de que os crentes são servidos por anjos em geral. Esses anjos são retratados como “sempre” vendo a face de Deus, para que possam escutar Seu comando de ajudar um crente quando necessário. Se alguém vai interpretar dessa passagem que Mateus está se referindo a anjos guardiões, iria aparentar que esses anjos não estão na ativa, mas estão “sempre vendo a face de Deus” que está no céu. A responsabilidade de como agir aparenta então vir de Deus e não dos anjos, o que faz sentido, porque só Deus é onisciente. Ele vê todo crente a todo momento, e só Ele sabe quando um de nós precisamos da intervenção de um anjo. Porque eles estão vendo a Sua face continuamente, os anjos estão à Sua disposição para ajudar um dos Seus “pequeninos”.
Na sociedade ocidental de hoje, é a “moda” acreditar em anjos. Temos filmes que falam de anjos; temos seriados na TV que retratam anjos sendo designados a ajudar humanos. A Bíblia deixa bem claro que apesar dos anjos possuirem super poder e conhecimento, eles são seres criados, assim como nós também somos, e não são “nada” quando comparados com Deus. Sendo assim, eles não devem ser louvados (Êxodo 20:1-6; Colossenses 2:18). Ao contrário, louvor é para ser reservado ao Deus triúno apenas. Infelizmente, enquanto os shows sobre anjos adoram a Deus com seus lábios, o Filho de Deus raramente (ou nunca) é mencionado. Deus diz em João 5:23 que se alguém não honra o Filho, ele não honra o Pai que O enviou.
As Escrituras não respondem definitivamente se cada crente tem um anjo guardião a ele designado ou não. Mas como dissemos anteriormente, Deus os usa para ministrar a nós. É bíblico dizer que Ele os usa como Ele nos usa; por exemplo, Ele de forma alguma precisa de nós para cumprir seus propósitos, mas mesmo assim escolhe nos usar e usar os anjos também (Jó 4:18; Jó 15:15). No final, quer tenhamos um anjo guardião ou não, temos uma garantia ainda maior que Deus nos dá: se somos Seus filhos através de fé em Cristo, Ele usa todas as coisas para o bem daqueles que O amam (Romanos 8:28-30), e garante que Jesus Cristo não vai nunca nos abandonar ou deixar (Hebreus 13:5-6). Se temos um Deus onisciente, onipotente e amoroso conosco, será que realmente importa se Ele tem nos dado um anjo finito para nos acompanhar?
Exorcismo (comandar demônios a abandonarem o corpo de outras pessoas) foi praticado por várias pessoas nos Evangelhos e no livro de Atos – os discípulos, como parte das instruções de Cristo (Mateus 10); outras pessoas usando o nome de Cristo (Marcos 9:38); os filhos dos fariseus (Lucas 11:18-19); Paulo (Atos 16); e certos exorcistas (Atos 19:11-16).
O propósito dos discípulos de Jesus em executar exorcismo era para mostrar o domínio de Cristo sobre os demônios (Lucas 10:17) e para confirmar que eles estavam atuando em Seu nome e por Sua autoridade. Também revelava sua fé ou falta de fé (Mateus 17:14-21). Era óbvio que o ato de expelir demônios era importante ao ministério dos discípulos. No entanto, não é claro como expelir demônios realmente fazia parte no processo de discipulado.
É interessante notar que aparenta ter uma mudança na última parte do Novo Testamento em relação à luta demoníaca. Os livros do Novo Testamento que têm o propósito de instruir (Romanos a Judas) se referem à atividade demoníaca, mas não discutem as ações de expeli-los, nem encorajam os crentes a assim fazer. Somos ensinados a nos revestir com a armadura de Deus para poder combatê-los (Efésios 6:10-18). Somos ensinados a resistir o diabo (Tiago 4:7), a ter cuidado com ele (1 Pedro 5:8), e a não dar-lhe espaço em nossas vidas (Efésios 4:27). No entanto, não somos ensinados a como expelir Satanás ou seus demônios de outras pessoas, nem mesmo que devemos considerar agir assim.
Efésios 6:10-18 nos dá instruções bem claras sobre como podemos ter vitória em nossas vidas na batalha contra as forças do mal. A primeira coisa que precisamos fazer é colocar nossa fé em Cristo (2:8,9), a qual quebra o domínio do “príncipe das potestades do ar” (2:2). Então precisamos escolher, pela graça de Deus, a nos despojar do velho homem e seus hábitos ruins e nos revestir de bons hábitos (4:17-24). Isso não envolve expelir demônios, mas sim renovar as nossas mentes (4:23). Depois de várias instruções práticas sobre como obedecer a Deus como Seus filhos, somos relembrados de que estamos em uma batalha espiritual. Lutamos com certa armadura que nos permite combater – não expelir - as trapaças do mundo demoníaco (6:10). Lutamos com a verdade, justiça, o evangelho, fé, salvação, a Palavra de Deus e oração.
Aparenta ser o caso que, à medida que a Palavra de Deus foi completada, os Cristãos tinham mais armas com as quais lutar do que os Cristãos primitivos. A função de expelir demônios foi substituída, em grande parte, com evangelismo e discipulado através da Palavra de Deus. Já que os métodos de batalha espiritual no Novo Testamento não envolvem expelir demônios, é difícil determinar instruções em como executar tal tarefa. Se realmente necessário, aparenta ser através da exposição do indivíduo à verdade da Palavra de Deus e ao nome de Jesus Cristo.
Não sabemos exatamente quando Deus criou os anjos, mas o que sabemos de certeza é que Deus criou tudo bom porque Deus, em Sua santidade, não pode criar nada pecaminoso. Então, quando Satanás, que era o anjo Lúcifer, rebelou-se contra Deus e caiu do céu (Isaías 14; Ezequiel 28), um terço do grupo angelical uniu-se a sua insurreição (Apocalipse 12:3-4;9). Não há nenhuma dúvida de que esses anjos caídos são agora conhecidos como demônios.
Sabemos que o inferno foi preparado para o diabo e seus anjos, de acordo com Mateus 25:41: “Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”. Jesus, por usar o pronome possessivo “seus”, deixa bem claro que esses anjos pertencem a Satanás. Apocalipse 12:7-9 descreve uma batalha angelical do fim dos tempos entre Miguel e “seus anjos” e o diabo e “seus anjos”. Dessas passagens e outras semelhantes, é bem claro que demônios e anjos caídos são a mesma coisa.
Alguns rejeitam a idéia de que os demônios são anjos caídos porque Judas versículo 6 declara que os anjos que pecaram estão “em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia”. No entanto, é bem claro que nem todos os anjos que pecaram estão “em prisões”, já que Satanás ainda está livre (1 Pedro 5:8). Por que Deus escolheu aprisionar o resto dos anjos caídos e permitir que o líder da rebelião permanecesse livre? Aparenta ser o caso que Judas 6 está se referindo a Deus confinando os anjos caídos que se rebelaram de uma forma adicional, provavelmente o incidente dos “filhos de Deus” em Gênesis 6.
A explicação alternativa mais comum para a origem dos demônios é que quando os gigantes de Gênesis 6 foram destruídos pelo dilúvio, suas almas se tornaram demônios. Enquanto a Bíblia não diz especificamente o que aconteceu com as almas dos gigantes depois de sua morte, é improvável que Deus iria destruir os gigantes no dilúvio e ao mesmo tempo permitir que suas almas causassem mais perversidade como demônios. A explicação bíblica mais consistente para a origem dos demônios é que eles eram anjos caídos, os anjos que, juntamente com Satanás, rebelaram-se contra Deus.
Os Nefilins (gigantes) eram os filhos do relacionamento sexual entre os filhos de Deus e as filhas dos homens am Gênesis 6:1-4. Há muito debate quanto à identidade dos “filhos de Deus”. Alegamos que os “filhos de Deus” eram anjos caídos (demônios), os quais se relacionaram com fêmeas humanas e/ ou habitaram os corpos de machos humanos para então se relacionar com as fêmeas humanas. Essa união deu origem a filhos, os Nefilins, os quais eram “os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama” (Gênesis 6:4).
Por que os demônios fariam tal coisa? A Bíblia não nos dá uma resposta específica. Os demônios são perversos, seres imperfeitos – por isso nada que façam deve nos surpreender. Quanto à uma motivação distinta, a melhor especulação é que os demônios estavam tentando poluir a linha sanguínea humana para prevenir que o Messias viesse (Gênesis 3:15), O qual iria ferir a cabeça da serpente – Satanás. Então, os demônios estavam provavelmente tentando atrapalhar que isso acontecesse por poluir a linha sanguínea humana, tornando impossível que um Messias sem pecado nascesse. Novamente, essa não é uma resposta bíblica específica, mas é plausível e não contradiz nada do que a Bíblia ensina.
O que eram os Nefilins? De acordo com as lendas hebraicas (O livro de Enoque e outros livros não bíblicos), eles eram uma raça de gigantes e super-heróis que fizeram atos de maldade. Seu grande tamanho e poder provavelmente vieram de uma mistura de "DNA" demôniaco e genética humana. Tudo o que a Bíblia diz diretamente sobre eles é que eles eram “os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama” (Gênesis 6:4). Os Nefilins não eram alienígenas, mas sim seres físicos e reais, produzidos da união entre os filhos de Deus e as filhas do homem (Gênesis 6:1-4).
O que aconteceu com os Nefilins? Os gigantes foram uma das razões principais para o grande Dilúvio da época de Noé. Logo depois que os gigantes são mencionados, a Palavra de Deus nos diz: “E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. Então arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração. E disse o SENHOR: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito.” (Gênesis 6:5-7). Deus então fez cair sobre toda a terra um grande dilúvio, matando a tudo e a todos (incluindo os Nefilins), com a exceção de Noé, sua família e os animais que estavam na arca (Gênesis 6:11-22).
Existiram mais gigantes depois do dilúvio? Gênesis 6:4 nos diz: "Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois...". Aparenta ser o caso que os demônios repetiram seu pecado depois do dilúvio também. No entanto, é provável que foi em uma escala muito menor do que antes do dilúvio. Quando os israelitas espionaram a terra de Canaã, eles disseram a Moisés: “Também vimos ali gigantes, filhos de Enaque, descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como gafanhotos, e assim também éramos aos seus olhos.” No entanto, essa passagem não diz especificamente que eram os Nefilins de quem estavam falando, apenas que os espiões achavam que tinham visto Nefilins. É mais provável que os espiões testemunharam pessoas muito altas em Canaã e por engano acharam que eles eram Nefilins. Ou talvez seja possível que depois do dilúvio os demônios se relacionaram novamente com fêmeas humanas, produzindo mais nefilins. Qualquer que seja o caso, esses "gigantes" foram destruídos pelos israelitas durante a sua invasão de Canaã (Josué 11:21-22) e mais tarde na história (Deuteronômio 3:11; 1 Samuel capítulo 17).
Por que os demônios não produzem mais Nefilins nos dias de hoje? Parece que Deus deu um ponto final aos demônios tendo relações com os seres humanos ao colocar todos os demônios que cometeram tal ato no abismo. Judas versículo 6 diz: “E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia”. É claro que nem todos os demônios estão "presos" hoje, então deve ter existido um grupo de demônios que cometeu um pecado mais grave além do pecado original. Tudo indica que os demônios que se relacionaram com as fêmeas humanas são aqueles que estão “em prisões eternas”. Isso iria prevenir que outros demônios tentassem repetir tal ato.
A queda de Satanás do céu é descrita em Isaías 14:12-14 e Ezequiel 28:12-18. Enquanto essas duas passagens estão se referindo especificamente ao rei da Babilônia e ao Rei de Tiro, elas também se referem ao poder espiritual por trás daqueles reis – Satanás. Em relação a quando Satanás caiu, essas passagens dizem o porquê da queda de Satanás, mas não dizem especificamente quando a queda ocorreu. O que sabemos é isto: os anjos foram criados antes da terra (Jó 38:4-7). Satanás caiu antes de tentar Adão e Eva no Jardim (Gênesis 3:1-14). A queda de Satanás, portanto, deve ter ocorrido depois dos anjos terem sido criados e antes da tentação de Adão e Eva no Jardim do Éden. Quer sua queda tenha ocorrido alguns minutos, horas ou dias antes de tentar Adão e Eva no Jardim, a Bíblia não diz especificamente.
O livro de Jó nos diz que, pelo menos por um tempo, Satanás ainda tinha acesso ao céu e ao trono de Deus. “E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles. Então o SENHOR disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao SENHOR, e disse: De rodear a terra, e passear por ela” (Jó 1:6-7). Pelo menos daquela vez, Satanás ainda estava aparentemente se movendo livremente entre o céu e a terra, falando com Deus diretamente e prestando contas das suas atividades. Em que ponto Deus quebrou esse acesso, não sabemos.
Por que Satanás caiu do Céu? Satanás caiu por causa do seu orgulho. Ele queria ser Deus, não Seu servo. Note tudo que Satanás queria fazer em Isaías 14:12-15. Ezequiel 28:12-15 descreve Satanás como um anjo excessivamente bonito. Satanás provavelmente era o anjo de classe mais alta do que todos os outros anjos, o mais bonito de todas as criaturas de Deus, mas não estava contente com sua posição. Ao invés, Satanás queria ser como Deus, para expulsar Deus de Seu trono e reinar no universo. Satanás queria ser Deus, e é interessante notar que isso foi o que Ele usou para tentar Adão e Eva no Jardim do Éden (Gênesis 3:1-5). Como Satanás caiu do Céu? Na verdade, uma queda não é uma descrição correta. Seria mais correto dizer que Deus expulsou Satanás do Céu (Isaías 14:15; Ezequiel 28:16-17).
Não há nada de errado com as imagens de anjos em si. Como se enxerga essas imagens é o que determina se há algo errado. A única razão por que essas imagens seriam erradas seria se uma pessoa as idolatrasse, orasse a elas ou as adorasse - o que Deus proíbe (1 Samuel 12:21). Nós não adoramos anjos ou imagens de anjos. Só Deus é digno de adoração (Salmo 99:5, Lucas 4:8), e devemos confiar apenas em Deus (Salmo 9:10). A Bíblia fala fortemente contra imagens religiosas. Como resultado, os cristãos devem ter muito cuidado em não permitir que uma imagem, seja uma estatueta de anjo, uma imagem de Jesus, presépio, etc., torne-se uma armadilha ou distração.
Embora não haja nada de pecaminoso em ter imagens que representem os anjos ou qualquer outra criatura, não se deve atribuir-lhes qualquer poder sobrenatural ou influência sobre nossas vidas. Nenhuma estatueta pode nos proteger do mal, trazer-nos boa sorte ou nos influenciar de forma alguma. Tais crenças são mera superstição, o que não deve fazer parte da vida de um cristão. Relacionada à superstição é idolatria, e idolatria é claramente proibida nas Escrituras - ninguém que a pratica vai entrar no Reino de Deus (Apocalipse 21:27).
Além disso, é prudente reconhecer que não sabemos como os anjos realmente são. Essas imagens são apenas a ideia de alguém quanto a como um anjo talvez se pareça.
A ideia de um "anjo da morte" está presente em várias religiões. O "anjo da morte" é conhecido como Samael, Sariel ou Azrael no Judaísmo; como Malak Almawt no Islã; como Yama ou Yamaraja no Hinduísmo e como o Ceifeiro da Morte na ficção popular. Em várias mitologias, imagina-se o anjo da morte como qualquer coisa de um esqueleto encapuzado com uma foice a uma bela mulher ou criança pequena. Embora os detalhes variem, a crença principal é que um ser vem a uma pessoa no momento da morte - seja causando a morte ou simplesmente observando-a com o propósito de levar essa alma para a morada dos mortos.
Este conceito do "anjo da morte" não é ensinado na Bíblia. Em nenhum lugar a Bíblia ensina que haja um anjo especial encarregado da morte ou que esteja presente sempre que uma pessoa morre. Segundo Reis 19:35 descreve um anjo colocando à morte 185.000 assírios que invadiram Israel. Alguns também interpretam Êxodo capítulo 12, o qual descreve a morte dos primogênitos do Egito, como o trabalho de um anjo. Embora isso seja possível, a Bíblia em nenhum lugar atribui a morte dos primogênitos a um anjo. Seja qual for o caso, embora a Bíblia descreva anjos causando a morte sob o comando do Senhor, a Escritura nunca ensina que exista um anjo específico da morte.
Deus, e somente Deus, é soberano sobre o momento da nossa morte. Nenhum anjo ou demônio pode de qualquer forma causar a nossa morte antes do tempo que Deus determinou. De acordo com Romanos 6:23 e Apocalipse 20:11-15, a morte é separação – separação de nossa alma e espírito do nosso corpo (morte física) e, no caso dos incrédulos, a separação eterna de Deus (morte eterna). A morte é algo que ocorre. A morte não é um anjo, um demônio, uma pessoa ou qualquer outro ser. Os anjos podem causar a morte e podem fazer parte do que nos acontece após a morte, mas não há tal coisa como o "anjo da morte".
A Angelologia é o estudo dos anjos. Hoje em dia existem muitos pontos de vista sobre os anjos que não se alinham com a Bíblia. Alguns acreditam que os anjos são seres humanos que morreram. Outros acreditam que os anjos são fontes impessoais de poder. Outros ainda negam a existência de anjos inteiramente. A compreensão bíblica da Angelologia irá corrigir essas falsas crenças. A Angelologia nos ensina o que a Bíblia diz sobre os anjos. É um estudo de como os anjos se relacionam com a humanidade e servem os propósitos de Deus. Aqui estão algumas questões importantes na Angelologia:
O que a Bíblia diz sobre os anjos? Os anjos pertencem a uma ordem completamente diferente da dos seres humanos. Os seres humanos não se tornam anjos após a morte. Os anjos nunca se tornarão, e nunca foram, seres humanos. Deus criou os anjos assim como criou a humanidade.
Os anjos são do sexo masculino ou feminino? A Bíblia não necessariamente apoia o sexo dos anjos como sendo masculino ou feminino. Sempre que um gênero é "atribuído" a um anjo na Bíblia, o sexo masculino (Gênesis 19:10,12; Apocalipse 7:2; 8:3; 10:7) é mencionado e os únicos nomes atribuídos aos anjos são Miguel e Gabriel, geralmente considerados nomes masculinos.
Nós temos anjos da guarda? Não há dúvida de que os anjos bons ajudam a proteger os fiéis, revelam informações, orientam as pessoas e, em geral, ministram aos filhos de Deus. A questão difícil é se cada pessoa ou cada crente tem um anjo atribuído a ele/ela.
Quem/O que é o anjo do Senhor? A identidade precisa do "anjo do Senhor" não é dada na Bíblia. No entanto, há muitas e importantes "pistas" quanto à sua identidade.
O que são querubins? São querubins anjos? Os querubins são seres angélicos envolvidos na adoração e louvor de Deus. Além de cantar os louvores de Deus, eles também servem como um lembrete visível da majestade e glória de Deus e da Sua presença permanente com o Seu povo.
O que são serafins? Os serafins são anjos? Isaías capítulo 6 é o único lugar na Bíblia que menciona especificamente os serafins. Os serafins ("seres ardentes") são seres angelicais associados com a visão do profeta Isaías de Deus no templo.
A Angelologia nos dá a perspectiva de Deus sobre os anjos. Os anjos são seres pessoais que adoram e obedecem a Deus. Às vezes Deus envia anjos para "interferir" no curso da humanidade. A Angelologia nos ajuda a reconhecer a guerra que existe entre os anjos de Deus e Satanás e seus demônios. Uma compreensão adequada da Angelologia é muito importante. Quando entendemos que os anjos são seres criados assim como nós, percebemos que adorar ou orar aos anjos rouba de Deus a glória que só a Ele pertence. Foi Deus, e não anjos, que enviou o Seu Filho para morrer por nós, que nos ama e cuida de nós, e que é o único digno de nossa adoração.
Um versículo-chave sobre a Angelologia é Hebreus 1:14: "Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?"
Na Bíblia os anjos aparecem para as pessoas de maneiras imprevisíveis e variadas. Um leitor casual da Bíblia pode ficar com a ideia de que as aparências angelicais eram um tanto comum, mas esse não é o caso. Há um crescente interesse em anjos hoje, e há muitos relatos de aparições angélicas. Os anjos são parte de quase todas as religiões e, em geral, parecem ter o mesmo papel de mensageiro. A fim de determinar se os anjos aparecem hoje, devemos primeiramente obter uma visão bíblica de suas aparências antigas.
A primeira aparição de anjos na Bíblia é em Gênesis 3:24, quando Adão e Eva foram expulsos do Jardim do Éden. Deus colocou querubins para bloquear a entrada com uma espada flamejante. A próxima aparição angelical é em Gênesis 16:7, cerca de 1.900 anos mais tarde. Agar, a serva egípcia que deu Ismael a Abraão, foi instruída por um anjo para voltar e se submeter à sua senhora, Sarai. Abraão foi visitado por Deus e dois anjos em Gênesis 18:2, quando Deus lhe informou da iminente destruição de Sodoma e Gomorra. Os mesmos dois anjos visitaram Ló e instruiu-o a fugir da cidade com sua família antes da destruição dessas cidades (Gênesis 19:1-11). Os anjos, neste caso, também exibiram o poder sobrenatural de cegar os homens ímpios que estavam ameaçando Ló.
Quando Jacó viu uma multidão de anjos (Gênesis 32:1), ele imediatamente os reconheceu como o exército de Deus. Em Números 22:22, um anjo confrontou o desobediente profeta Balaão, mas Balaão não viu o anjo no início, embora o seu jumento o tivesse visto. Maria recebeu a visita de um anjo que lhe disse que seria a mãe do Messias, e José foi avisado por um anjo para levar Maria e Jesus ao Egito para protegê-los do edital de Herodes (Mateus 2:13). Quando os anjos aparecem, quem os vê muitas vezes ficam amedrontados (Juízes 6:22; 1 Crônicas 21:30, Mateus 28:5). Os anjos entregam mensagens de Deus e fazem a Sua vontade, às vezes por meios sobrenaturais. Em todos os casos, os anjos apontam as pessoas para Deus e dão a glória a Ele. Os santos anjos se recusam a serem adorados (Apocalipse 22:8-9).
De acordo com relatórios modernos, visitações angélicas vêm em uma variedade de formas. Em alguns casos, um estranho evita lesões graves ou morte e, em seguida, desaparece misteriosamente. Em outros casos, um ser alado ou de roupa branca é visto momentaneamente e em seguida desaparece. A pessoa que vê o anjo é muitas vezes deixada com um sentimento de paz e segurança da presença de Deus. Este tipo de visitação parece concordar com o padrão bíblico como visto em Atos 27:23.
Um outro tipo de visitação que é por vezes anunciado hoje em dia é o tipo de "coro angelical". Em Lucas 2:13, os pastores foram visitados por um coro celestial ao serem informados do nascimento de Jesus. Algumas pessoas têm relatado experiências semelhantes em lugares de adoração. Esta experiência não se encaixa com o modelo tão bem, já que normalmente não serve nenhum propósito além de proporcionar uma sensação de euforia espiritual. O coro angelical no Evangelho de Lucas veio anunciar uma notícia muito específica.
Um terceiro tipo de visitação envolve apenas um sentimento físico. Os idosos têm muitas vezes relatado sentindo-se como se braços ou asas estivessem envolvidos em torno deles em momentos de extrema solidão. Deus é certamente o Deus de toda consolação e a Escritura fala de Deus cobrindo com Suas asas (Salmo 91:4). Estes relatórios podem muito bem ser exemplos dessa cobertura.
Deus ainda está tão ativo no mundo quanto sempre foi, e Seus anjos certamente ainda estão trabalhando. Assim como os anjos protegeram o povo de Deus no passado, podemos ter certeza de que estão nos guardando hoje. Hebreus 13:2 diz: "Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, sem o saberem, hospedaram anjos." Ao obedecermos aos mandamentos de Deus, é bem possível que encontremos os Seus anjos, mesmo se não percebermos. Em circunstâncias especiais, Deus permitiu que Seu povo visse Seus anjos invisíveis a fim de encorajá-lo a continuar em Seu serviço (2 Reis 6:16-17).
Devemos também prestar atenção aos avisos das Escrituras sobre os seres angelicais: há anjos caídos que trabalham para Satanás e que farão de tudo para nos subverter e destruir. Gálatas 1:8 nos adverte para termos cuidado com qualquer "novo" evangelho, mesmo se for entregue por um anjo. Colossenses 2:18 adverte contra a adoração de anjos. Toda vez que a Bíblia menciona homens se prostrando diante de anjos, esses seres firmemente se recusaram a ser adorados. Qualquer anjo que receba adoração, ou que não dê glória ao Senhor Jesus, é um impostor. Segundo Coríntios 11:14-15 afirma que Satanás e seus anjos se disfarçam como anjos de luz a fim de enganar e desviar qualquer um que os ouve.
Ficamos encorajados com o conhecimento de que os anjos de Deus estão ativos. Em circunstâncias especiais, até podemos ter uma daquelas raras visitas pessoais. Maior do que esse conhecimento, no entanto, é o conhecimento que o próprio Jesus disse: "eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mateus 28:20). Jesus, o qual fez os anjos e recebe a sua adoração, prometeu-nos a Sua própria presença em nossas provações.
Os anjos são seres espirituais (Hebreus 1:14), então não têm qualquer forma física essencial. Entretanto, os anjos têm a habilidade de aparecer na forma humana. Quando os anjos apareceram aos seres humanos na Bíblia, eles pareciam homens normais. Em Gênesis 18:1-19, Deus e dois anjos apareceram como homens e comeram uma refeição com Abraão. Os anjos aparecem como homens muitas vezes ao longo da Bíblia (Josué 5:13-14, Marcos 16:05), e nunca aparecem à semelhança das mulheres.
Outras vezes os anjos não apareceram como seres humanos, mas como algo de outro mundo, e sua aparência era aterrorizante àqueles que os encontrava. Frequentemente as primeiras palavras destes anjos eram "não tenha medo" porque o medo extremo era uma reação tão comum. Os guardas da tumba de Jesus ficaram como mortos quando viram o anjo do Senhor (Mateus 28:4). Os pastores nos campos em Lucas 2 se encheram de "grande temor" quando o anjo do Senhor apareceu e a Sua glória brilhou ao redor deles.
Quanto às características físicas, os anjos são por vezes descritos como alados (com asas). As imagens de querubins sobre a arca da aliança tinham asas que cobriam o propiciatório (Êxodo 25:20). Isaías viu os serafins alados em sua visão do trono do céu, cada um com seis asas (Isaías 6:2). Ezequiel também teve visões de anjos alados. Isaías 6:1-2 descreve os anjos com características humanas - vozes, rostos e pés. Menciona-se vozes de anjos cantando e louvando a Deus em várias outras passagens. Uma das descrições mais completas de um anjo é em Daniel 10:5-6: "levantei os meus olhos, e olhei, e eis um homem vestido de linho e os seus lombos cingidos com ouro fino de Ufaz; o seu corpo era como o berilo, e o seu rosto como um relâmpago; os seus olhos eram como tochas de fogo, e os seus braços e os seus pés como o brilho de bronze polido; e a voz das suas palavras como a voz duma multidão." O anjo no túmulo de Jesus foi igualmente descrito: "o seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes brancas como a neve" (Mateus 28:3).
Qualquer que seja a aparência dos anjos, há razão para acreditar que sejam incrivelmente bonitos. Ezequiel nos diz que Lúcifer "ergueu-se" em orgulho sobre a sua beleza. Além disso, é de se esperar que os seres como os anjos, que estão continuamente na presença de Deus, tivessem uma beleza extraordinária porque a glória de Deus se reflete sobre tudo o que está ao Seu redor.
A Bíblia não aborda especificamente a questão dos anjos caídos tendo a oportunidade de se arrependerem, mas podemos ter uma ideia com base no que a Bíblia revela. Primeiro, Satanás (Lúcifer) era um dos mais elevados anjos, talvez o mais alto (Ezequiel 28:14). Lúcifer – e todos os anjos - estavam continuamente na presença de Deus e tinham conhecimento da glória de Deus. Portanto, eles não tinham desculpa para se rebelarem contra Deus e se afastarem dEle. Eles não foram tentados. Lúcifer e os outros anjos se rebelando contra Deus apesar de tudo o que sabiam foi um mal maior.
Em segundo lugar, Deus não providenciou um plano de redenção para os anjos como fez para a humanidade. A queda da raça humana exigia um sacrifício expiatório pelo pecado e Deus providenciou esse sacrifício em Jesus Cristo. Em Sua graça, Deus redimiu a raça humana e trouxe glória para Si mesmo.
Tal sacrifício não foi planejado para os anjos. Além disso, Deus se refere aos anjos que permaneceram fiéis a Ele como "anjos eleitos" (1 Timóteo 5:21). Com base na doutrina bíblica da eleição sabemos que aqueles que Deus elege para a salvação serão salvos e nada pode separá-los do amor de Deus (Romanos 8:38-39). É claro que os anjos que se rebelaram não foram "anjos eleitos" de Deus.
Finalmente, a Bíblia não nos dá razão para acreditar que os anjos se arrependeriam mesmo se Deus lhes desse a chance (1 Pedro 5:8). Os anjos caídos parecem ser completamente dedicados a se oporem a Deus e atacarem o Seu povo. A Bíblia diz que a severidade do juízo de Deus varia de acordo com a quantidade de conhecimento que uma pessoa possui (Lucas 12:48). Sendo assim, os anjos caídos, com o grande conhecimento que possuíam, são muito merecedores da ira de Deus.
A demonologia é o estudo dos demônios. A demonologia cristã é o estudo do que a Bíblia ensina sobre os demônios. Intimamente relacionada com a angelologia, a demonologia cristã nos ensina sobre os demônios, o que são e como nos atacam. Satanás e seus demônios são anjos caídos, ou seja, verdadeiros seres pessoais que guerreiam contra Deus, os santos anjos e a humanidade. A demonologia cristã nos ajuda a ser conscientes de Satanás, seus servos e esquemas malignos. Aqui estão algumas questões importantes na demonologia cristã:
O que a Bíblia diz sobre os demônios? A Bíblia indica que os demônios são anjos caídos - anjos que juntamente com Satanás se rebelaram contra Deus. Satanás e seus demônios agora desejam enganar e destruir todos aqueles que seguem e adoram a Deus.
Como, por que e quando Satanás caiu do céu? Satanás caiu do céu por causa do pecado do orgulho, o que causou a sua rebelião contra Deus. Quando exatamente ele pecou não está registrado nas Escrituras. Pode ter ocorrido fora do tempo como nós o conhecemos, isto é, antes da criação do tempo e do espaço.
Por que Deus permitiu que alguns dos anjos pecassem? Os anjos que caíram e se tornaram demônios tinham uma escolha de vontade própria para fazer - Deus não forçou ou encorajou qualquer um dos anjos a pecar. Eles pecaram de livre e espontânea vontade e, portanto, são dignos da ira eterna de Deus.
Os cristãos podem ser possuídos por demônios? Nós fortemente mantemos a crença de que um cristão não possa ser possuído por um demônio. Acreditamos que há uma diferença entre ser possuído por um demônio e ser oprimido ou influenciado por um demônio.
Existe atividade de espíritos demoníacos no mundo de hoje? Considerando o fato de que Satanás "anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar" (1 Pedro 5:8) e sabendo que ele não é onipresente, é lógico supor que ele envia os seus demônios para fazer o seu trabalho neste mundo.
Quem ou o que eram os nefilins? Os nefilins ("gigantes caídos") eram filhos de relações sexuais entre os filhos de Deus e filhas dos homens em Gênesis 6:1-4. Há muito debate sobre a identidade dos "filhos de Deus".
Muitas pessoas acreditam que Satanás e seus demônios sejam apenas personificações do mal. A demonologia cristã nos ajuda a entender a natureza do nosso inimigo espiritual. Ela nos ensina a resistir e vencer o diabo e suas tentações. Graças a Deus pela vitória sobre as trevas por meio do nosso Senhor Jesus Cristo! Embora o cristão não deva ser obcecado com a demonologia, um claro entendimento dessa área vai ajudar a acalmar nossos medos, manter-nos vigilantes e lembrar-nos a ficar perto de nosso Senhor Jesus Cristo. Como seguidores de Cristo, temos o Espírito Santo habitando em nossos corações, e "maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo" (1 João 4:4).
Uma passagem importante relacionada à demonologia cristã é 2 Coríntios 11:14-15: "E não é de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz. Não é muito, pois, que também os seus ministros se disfarcem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras."
As pessoas hoje em dia são fascinadas pelo conceito e estudo dos anjos – o que chamamos de "angelologia". Os anjos são retratados em tudo, de joias e decorações natalinas a filmes e programas de televisão. Muitos cristãos também acreditam que tenham a autoridade de dar ordens aos anjos, enquanto outros acreditam que possam comandar anjos (e até mesmo demônios), em nome de Jesus.
Não há exemplos na Escritura onde os seres humanos foram capazes de dar comandos a anjos, seja em seu próprio nome ou no nome de Jesus. Não existem passagens bíblicas que afirmem que o homem tenha controle sobre o trabalho dos anjos. Sabemos que eles são seres de posição mais elevada, uma vez que Jesus teve de fazer-se "menor que os anjos" a fim de nascer e sofrer como um homem (Hebreus 2:7-9, Salmo 8:4).
O ensinamento de que os crentes têm controle sobre anjos é falso. Os seguintes princípios bíblicos mostram que os anjos não obedecem aos mandamentos de homens:
• Moisés falou de quando os filhos de Israel clamaram "ao Senhor, ele ouviu a nossa voz, e mandou um anjo, e nos tirou do Egito" (Números 20:16). Os israelitas não comandaram um anjo a vir a eles. Eles recorreram a Deus, sob cujo comando os anjos trabalham.
• Sadraque, Mesaque e Abednego se recusaram a curvar-se à imagem de Nabucodonosor (Daniel 3:17-18). Deus em sua misericórdia "enviou o seu anjo e livrou os seus servos!" (Daniel 3:28). Os três hebreus não convocaram o anjo do Senhor. Deus o enviou. Mais tarde Deus "enviou o seu anjo" para libertar Daniel da boca dos leões na sua cova (Daniel 6:22).
• A igreja de Jerusalém orou por Pedro quando ele estava na prisão (Atos 12:5). Quando Pedro foi liberto, ele testemunhou: "Agora sei verdadeiramente que o Senhor enviou o seu anjo, e me livrou da mão de Herodes e de toda a expectativa do povo dos judeus" (Atos 12:11). Os cristãos orando por Pedro ficaram tão surpresos quando ele chegou à sua porta que quase não deixaram-no entrar. Certamente não tinham ordenado qualquer anjo a resgatá-lo.
Os anjos são chamados de "santos anjos" de Deus que fazem a Sua vontade, não a nossa (Mateus 25:31, Apocalipse 14:10).
Fantasmas, assombrações, sessões de espiritismo, cartas de tarô, tábuas Ouija, bolas de cristal - o que todos têm em comum? São fascinantes para muitas pessoas porque parecem oferecer uma visão sobre um mundo desconhecido que se encontra fora dos limites da nossa existência física. E, para muitos, essas coisas parecem ser inocentes e inofensivas.
Muitos que abordam estes temas de perspectivas que não são bíblicas acreditam que os fantasmas são espíritos de pessoas mortas que, por qualquer motivo, não seguiram para a "próxima fase". De acordo com aqueles que acreditam em fantasmas, existem três tipos diferentes de assombrações: (1) Assombrações residuais (comparadas a reproduções de vídeo sem nenhuma interação real com os espíritos). (2) Assombrações por espíritos humanos cujas naturezas são uma combinação de algo bom e ruim (mas não o mal). Tais espíritos podem simplesmente querer chamar a atenção de uma pessoa, outros podem ser brincalhões, mas, em qualquer caso, não realmente prejudicam as pessoas. (3) A interação com espíritos ou demônios que não são humanos. Essas entidades podem se disfarçar de espíritos humanos, mas são prejudiciais e perigosas.
Ao ler sobre fantasmas e assombrações de fontes que não são bíblicas, lembre-se de que, só porque um autor pode referir-se à Bíblia ou a personagens da Bíblia (como o arcanjo Miguel), isso não significa que esteja abordando o assunto de uma perspectiva bíblica. Quando nenhuma autoridade é dada às informações de um autor, o leitor tem que se perguntar: "Como é que ele/ela sabe que isso é assim? Qual é a sua autoridade?" Por exemplo, como é que um autor sabe que os demônios se disfarçam de espíritos humanos?
Em última análise, aqueles que abordam tais temas de fontes que não são bíblicas devem basear o seu entendimento nos seus próprios pensamentos, nos pensamentos dos outros e/ou nas experiências do passado. No entanto, com base em sua própria admissão de que os demônios podem enganar e imitar benevolentes espíritos humanos, as experiências podem ser enganadoras! Ao buscar um entendimento correto sobre o assunto, é necessário ir a uma fonte que tem se mostrado precisa 100 por cento das vezes - a Palavra de Deus, a Bíblia. Vamos dar uma olhada no que a Bíblia tem a dizer sobre essas coisas.
1. A Bíblia nunca fala de assombrações. Pelo contrário, ela ensina que quando uma pessoa morre, o seu espírito vai para um de dois lugares. Se a pessoa for uma seguidora de Jesus Cristo, o seu espírito é levado à presença do Senhor no céu (Filipenses 1:21-23, 2 Coríntios 5:8). Mais tarde, ele vai se reunir com o seu corpo na ressurreição (1 Tessalonicenses 4:13-18). Se a pessoa não for uma seguidora de Cristo, o seu espírito é colocado em um lugar de tormento chamado inferno (Lucas 16:23-24).
Quer uma pessoa seja crente ou descrente, não há retorno ao nosso mundo para comunicar-se ou interagir com as pessoas, até mesmo com a finalidade de alertá-las para fugir do julgamento por vir (Lucas 16:27-31). Existem apenas dois incidentes registrados nos quais uma pessoa morta interagiu com os vivos. O primeiro é quando o rei Saul de Israel tentou entrar em contato com o falecido profeta Samuel através de um médium. Deus permitiu que Samuel fosse incomodado o tempo suficiente para pronunciar o julgamento sobre Saul por sua desobediência repetida (1 Samuel 28:6-19). O segundo incidente é quando Moisés e Elias interagiram com Jesus quando foi transfigurado em Mateus 17:1-8. No entanto, não havia nada de "fantasmagórico" sobre a aparição de Moisés e Elias.
2. As Escrituras falam repetidamente de anjos se deslocando de forma invisível (Daniel 10:1-21). Às vezes, esses anjos têm interação com pessoas vivas. Espíritos malignos, ou demônios, podem realmente possuir as pessoas, residindo dentro delas e controlando-as (ver Marcos 5:1-20, por exemplo). Os quatro Evangelhos e o Livro de Atos gravam várias ocorrências de possessão demoníaca e de anjos bons aparecendo e ajudando os crentes. Os anjos, tanto os bons quanto os maus, podem causar fenômenos sobrenaturais (Jó 1-2; Apocalipse 7:1; 8:5; 15:1; 16).
3. As Escrituras mostram que os demônios sabem de coisas sobre as quais as pessoas não têm conhecimento (Atos 16:16-18, Lucas 4:41). Porque esses anjos maus têm existido por muito tempo, eles naturalmente sabem de coisas que as pessoas que vivem uma expectativa de vida limitada não sabem. Porque Satanás atualmente tem acesso à presença de Deus (Jó 1-2), talvez os demônios tenham a permissão de saber alguns detalhes sobre o futuro, mas isso é especulação.
4. As Escrituras dizem que Satanás é o pai da mentira e um enganador (João 8:44; 2 Tessalonicenses 2:9) e que ele se disfarça como um "Anjo de luz". Aqueles que o seguem, humanos ou não, praticam o mesmo engano (2 Coríntios 11:13-15).
5. Satanás e seus demônios têm grande poder (em comparação com os humanos). Até mesmo o arcanjo Miguel confia apenas no poder de Deus ao lidar com Satanás (Judas 1:9). Entretanto, o poder de Satanás não é nada comparado ao poder de Deus (Atos 19:11-12, Marcos 5:1-20), e Deus é capaz de usar a má intenção de Satanás para realizar os Seus bons propósitos (1 Coríntios 5:5, 2 Coríntios 12: 7).
6. Deus nos ordena a não ter nada a ver com o ocultismo, adoração ao diabo ou o mundo do espírito imundo. Isso inclui o uso de médiuns, sessões de espiritismo, tábuas Ouija, horóscopos, cartas de tarô, canalização, etc. Deus considera essas práticas uma abominação (Deuteronômio 18:9-12, Isaías 8:19-20, Gálatas 5:20, Apocalipse 21:8), e aqueles que se envolvem em tais coisas convidam o desastre (Atos 19:13-16).
7. Os crentes de Éfeso são um exemplo em como lidar com itens ocultos (livros, música, joias, jogos, etc.). Eles confessaram como pecado o seu envolvimento com tais objetos e queimaram-nos publicamente (Atos 19:17-19).
8. A libertação do poder de Satanás é alcançado através da salvação de Deus. A salvação vem através da fé no evangelho de Jesus Cristo (Atos 19:18; 26:16-18). As tentativas de se livrar do envolvimento demoníaco sem salvação são fúteis. Jesus advertiu contra um coração desprovido da presença do Espírito Santo: tal coração é apenas um lugar vazio pronto para demônios ainda piores habitar (Lucas 11:24-26). No entanto, quando uma pessoa vem a Cristo para o perdão dos pecados, o Espírito Santo vem habitar até o dia da redenção (Efésios 4:30).
Alguma atividade paranormal pode ser atribuída ao trabalho de charlatães. Seria melhor compreender outros relatos de fantasmas e assombrações como a obra de demônios. Às vezes esses demônios podem não tentar esconder a sua natureza, e em outras vezes podem usar o engano, aparecendo como espíritos humanos desencarnados. Esse tipo de engano causa mais mentiras e confusões.
Deus diz que é tolice consultar os mortos em favor dos vivos. Ao invés, Ele diz: "A lei e ao testemunho!" (Isaías 8:19-20). A Palavra de Deus é a nossa fonte de sabedoria. Os crentes em Jesus Cristo não devem se envolver no ocultismo. O mundo espiritual é real, mas os cristãos não precisam temê-lo (1 João 4:4).
Há evidência bíblica forte de que um cristão não pode ser possuído por demônios. Surge então a questão sobre qual influência/poder um demônio pode exercer sobre um cristão. Muitos professores bíblicos descrevem a influência demoníaca sobre um cristão como "opressão demoníaca" para diferenciá-la da possessão.
A Bíblia diz que o diabo procura devorar os crentes (1 Pedro 5:8), e que Satanás e seus demônios preparam "ciladas" contra os cristãos (Efésios 6:11). Assim como Satanás se esforçou com Jesus (Lucas 4:2), as forças demoníacas nos tentam para o pecado e se opõem a nossos esforços para obedecer a Deus. A opressão resulta do cristão permitindo que os demônios sucedam nesses ataques. A opressão demoníaca é o resultado de quando um demônio é temporariamente vitorioso sobre um cristão – tentando-o a pecar e dificultando a sua capacidade de servir a Deus com um forte testemunho. Se um cristão continua a permitir a opressão demoníaca em sua vida, a opressão pode aumentar a tal ponto que o demônio tem uma influência muito forte sobre os seus pensamentos, comportamento e espiritualidade. Os cristãos que permitem o pecado contínuo se abrem para uma opressão cada vez maior. Confissão e arrependimento dos pecados são necessários para restaurar a comunhão com Deus, o qual pode, então, quebrar o poder de influência demoníaca. O apóstolo João nos dá um grande incentivo nesta área: "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; antes o guarda aquele que nasceu de Deus, e o Maligno não lhe toca" (1 João 5:18 ).
Para o cristão, o poder para a vitória e liberdade da opressão demoníaca está sempre disponível. João declara: "Porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo" (1 João 4:4). O poder do Espírito Santo que habita (Romanos 8:9) está sempre disponível para superar a opressão demoníaca. Nenhum demônio, nem mesmo o próprio Satanás, pode impedir o cristão de render-se ao Espírito Santo e, assim, superar toda e qualquer opressão demoníaca. Pedro encoraja os crentes a resistir ao diabo "firmes na fé" (1 Pedro 5:9). Ser firme e perseverante na fé significa confiar no poder do Espírito Santo para resistir com êxito a influência demoníaca. A fé é construída através das disciplinas espirituais de alimentação da Palavra de Deus, da oração persistente e na comunhão divina. Fortalecer a nossa fé por esses meios nos permite colocar o escudo da fé com o qual podemos "apagar todos os dardos inflamados do Maligno" (Efésios 6:16).
Não há apoio bíblico para a ideia de que os demônios possam juntar-se a objetos físicos. Essa crença é, na verdade, parte de práticas supersticiosas e crenças ocultistas encontradas nas culturas animistas e entre aqueles que praticam o ocultismo.
Alguns dizem que versículos como Atos 19:19, onde antigos magos queimaram seus livros de mágica, provam que os objetos podem ter demônios. No entanto, a passagem não diz isso. É mais provável que esses novos crentes estavam queimando seus livros mágicos para evitar a propagação de mentiras e mostrar que agora eram crentes em Jesus.
A Bíblia registra relatos de demônios afligindo ou possuindo pessoas descrentes. No entanto, não há narrativas de demônios habitando ou se ligando a objetos, e a Bíblia não nos adverte contra demônios fazendo isso. As práticas ocultas podem atrair espíritos maus e, já que certos objetos são usados em tais práticas, talvez os demônios sejam atraídos aos objetos. No entanto, isso não significa que os demônios estejam nos objetos. É a atividade oculta em si que os atrai. Quando as pessoas que estiveram envolvidas com o ocultismo vêm a Cristo, elas são muitas vezes aconselhadas a se livrarem de seus livros e objetos relacionados a essa prática, não porque os objetos tenham demônios em si, mas porque seriam uma futura fonte de tentação.
Os crentes em Cristo não devem temer os demônios, mas devem ser vigilantes e atentos às suas tentações (1 Pedro 5:8). O mais importante é a submissão a Deus e caminhar na verdade de Cristo diariamente: "Sujeitai-vos, pois, a Deus; mas resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós" (Tiago 4:7). Aqueles que têm colocado a sua fé em Cristo não têm nada a temer, assim como o apóstolo João explicou: "Filhinhos, vós sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo" (1 João 4:4).
Embora tenha convencido muitas pessoas de que não exista, Satanás definitivamente é um ser real e pessoal, a fonte de toda incredulidade e de todo tipo de mal moral e espiritual do mundo. Ele é chamado por vários nomes na Bíblia, incluindo Satanás (que significa "adversário" - Jó 1:6, Romanos 16:20), o diabo (ou seja, "caluniador", Mateus 4:1, 1 Pedro 5:8), Lúcifer (Isaías 14:12), a serpente (2 Coríntios 11:3, Apocalipse 12:9) e muitos outros.
A existência de Satanás como um ser pessoal é provada pelo fato de que o Senhor Jesus Cristo reconheceu-o como tal. Jesus se referiu a ele com frequência pelo nome (por exemplo, Lucas 10:18, Mateus 4:10) e chamou-o de "o príncipe deste mundo" (João 12:31; 14:30, 16:11).
O apóstolo Paulo chamou Satanás de "deus deste mundo" (2 Coríntios 4:4) e "príncipe das potestades do ar" (Efésios 2:2). O apóstolo João disse: "o mundo inteiro jaz no Maligno" (1 João 5:19) e que Satanás "engana todo o mundo" (Apocalipse 12:9). Seria difícil ter essas descrições de uma força impessoal ou uma mera personificação do mal.
As Escrituras ensinam que antes do homem e do mundo serem criados, Deus havia criado "miríades de anjos" (Hebreus 12:22), um exército celestial de seres espirituais de grande força e inteligência. Os mais elevados desses seres são os querubins, os quais são assistentes no trono de Deus, e o "querubim ungido" era originalmente o próprio Satanás (Ezequiel 28:14). Ele era "cheio de sabedoria e perfeito em formosura."
No entanto, Deus não criou Satanás como um ser mau. Os anjos, como o homem, foram criados como espíritos livres, e não como máquinas irracionais. Eles foram totalmente capazes de rejeitar a vontade de Deus e se rebelar contra a Sua autoridade, se quisessem.
O pecado básico, tanto no homem quanto nos anjos, é o pecado gêmeo da incredulidade e orgulho. Satanás disse em seu coração: "Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte; subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo" (Isaías 14:13,14). Novamente, estas não poderiam ser as ações ou motivações de uma força impessoal.
Jesus também nos falou de algumas das características de Satanás. Cristo disse que ele era um assassino desde o princípio, não se firmando na verdade porque não há verdade nele, e que mente quando fala porque a sua língua nativa é a de um mentiroso e pai da mentira (João 8:44).
É crucial que os cristãos reconheçam a realidade de Satanás e entendam que ele anda em derredor como leão que ruge procurando alguém para devorar (1 Pedro 5:8). É impossível vencer o pecado e a tentação do diabo por nós mesmos, mas a Escritura nos diz como ser forte. Precisamos nos vestir de toda a armadura de Deus e resistir à tentação (Efésios 6:13).
Não, Deus não ama Satanás, e nem nós deveríamos. Deus não pode amar o que é mau e ímpio, e Satanás personifica tudo isso. Ele é o inimigo (1 Pedro 5:8), o maligno (Mateus 6:13), o pai da mentira e homicida (João 8:44), o acusador do povo de Deus (Apocalipse 12:10), o tentador (1 Tessalonicenses 3:5), orgulhoso, perverso e violento (Isaías 14:12-15), um enganador (Atos 13:10), um criador de ciladas (Efésios 6:11), um ladrão (Lucas 8:12) e muitas mais coisas más. Ele é, na verdade, tudo o que Deus odeia. O coração de Satanás é fixo e confirmado em seu ódio a Deus, portanto, a sua sentença é definitiva e sua destruição é certa. Apocalipse 20 descreve o plano futuro de Deus para Satanás, e amor por Satanás não faz parte disso.
O mandamento de Jesus de amar os nossos inimigos (Mateus 5:44) é destinado a governar as relações interpessoais no mundo. Nós amamos a Deus e amamos as pessoas (até mesmo os nossos inimigos), os quais são feitos à imagem de Deus. Os anjos não são feitos à imagem de Deus. A Bíblia nunca diz que devemos amar os santos anjos, muito menos os anjos maus.
Já que Satanás é exatamente o contrário do Deus que amamos, não podemos amar Satanás. Se o amássemos, seríamos forçados a odiar a Deus porque a santidade é o oposto do pecado.
Deus já determinou que não haverá perdão para Satanás. Nós somos os objetos do amor sacrificial de Deus demonstrado na cruz. Ao mesmo tempo em que Deus estava amorosamente redimindo a humanidade, Ele estava "exibindo publicamente" Satanás (Colossenses 2:15). O julgamento de Deus de Satanás será parte do Seu grande amor por nós.
A palavra familiar é do latim familiaris, o que significa "servo doméstico" e destina-se a expressar a ideia de que os feiticeiros tinham espíritos como seus servos prontos a obedecer aos seus comandos. Até hoje, aqueles que tentam entrar em contato com os mortos geralmente têm algum tipo de guia espiritual que se comunica com eles. Estes são os espíritos familiares.
Levítico 19:31, 20:6, 27 e Deuteronômio 18:9-14 se referem a "médiuns e espíritos familiares" e proíbe o envolvimento com eles porque são uma abominação ao Senhor. Um médium é aquele que age como uma ligação para supostamente contactar ou se comunicar com os mortos a favor dos que ainda vivem. Na realidade, os médiuns estão contactando demônios que convencem os médiuns de que são "familiares", ou seja, confiáveis e acreditáveis. As práticas associadas com médiuns e espíritos familiares foram proibidas em Israel e a sua punição era a morte.
Os espíritos familiares e guias espirituais estão sob o controle de seu mestre, Satanás. Eles influenciam as pessoas a espalhar mentiras e enganos a fim de contrariar o reino de Deus. Conscientemente abrir-se à obra de demônios é uma coisa má: "Não se achará no meio de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz estas coisas é abominável ao Senhor, e é por causa destas abominações que o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti"(Deuteronômio 18:10-12).
Algumas vias através das quais os demônios ou "espíritos familiares" podem entrar na vida de uma pessoa são adivinhação, meditação transcendental, visualização, necromancia, bruxaria, drogas e álcool. Estas são todas atividades que os crentes são exortados a evitar. Em vez disso, devemos ser cheios do Espírito Santo, com amor, com alegria e com a plenitude de vida que vem de Jesus Cristo. Devemos também estar atentos "pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes" (Efésios 6 : 12).
Um dos mistérios da vida cristã é por que Deus não destruiu Satanás imediatamente após o seu pecado. Sabemos que Deus um dia derrotará-lo ao jogá-lo ao Lago de Fogo onde será torturado dia e noite para sempre (Apocalipse 20:10), mas às vezes nos perguntamos por que Deus ainda não o destruiu. Talvez nunca saberemos o raciocínio exato de Deus, mas sabemos algumas coisas sobre a Sua natureza.
Em primeiro lugar, sabemos que Deus é absolutamente soberano sobre toda a criação, e isto inclui Satanás. É certo que Satanás e seus demônios causam estragos no mundo, mas eles só são permitidos uma certa quantidade de liberdade. Também sabemos que Deus tem planejado tudo do início dos tempos até o fim. Nada pode frustrar os Seus planos, e as coisas estão procedendo exatamente como programado. "O Senhor dos exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará" (Isaías 14:24).
Em segundo lugar, "sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Romanos 8:28). Tudo o que Deus tem planejado para Satanás será o melhor possível. A perfeita ira e justiça de Deus serão satisfeitas, e a Sua justiça perfeita será glorificada. Aqueles que o amam e esperam que o Seu plano seja cumprido serão felizes em fazer parte desse plano e vão louvar e glorificá-lo ao ver tudo acontecer.
Terceiro, sabemos que questionar o plano de Deus e o seu tempo é questionar o próprio Deus, Seu julgamento, Seu caráter e natureza. Não é sensato questionar o Seu direito de fazer exatamente o que lhe agrada. O salmista nos diz: "Quanto a Deus, o seu caminho é perfeito" (Salmo 18:30). Qualquer plano que venha da mente do Todo-Poderoso é o melhor plano possível. É verdade que não podemos esperar entender essa mente perfeitamente, como Ele nos lembra: "Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos"(Isaías 55:8-9). No entanto, a nossa responsabilidade para com Deus é obedecer a Ele, confiar nEle, e submeter-se à sua vontade, quer entendamos ou não. No que diz respeito ao tempo para a morte de Satanás, com certeza é o melhor plano possível porque é o plano de Deus.
À primeira vista, a profecia de Ezequiel 28:11-19 parece referir-se a um rei humano. Tiro foi o destinatário de algumas das mais fortes condenações proféticas da Bíblia (Isaías 23:1-18; Jeremias 25:22; 27:1-11, Ezequiel 26:1-28:19; Joel 3:4-8; Amós 1:9,10). Tiro foi conhecido por construir a sua riqueza através da exploração de seus vizinhos. Os escritores antigos se referiam à cidade de Tiro como uma cidade cheia de comerciantes sem escrúpulos. Tiro era um centro de idolatria religiosa e imoralidade sexual. Os profetas bíblicos repreenderam Tiro por seu orgulho provocado por sua grande riqueza e localização estratégica. Ezequiel 28:11-19 parece ser uma acusação muito forte contra o rei de Tiro durante a época do profeta Ezequiel, repreendendo-o por seu orgulho e ganância insaciável.
No entanto, algumas das descrições de Ezequiel 28:11-19 vão além de qualquer mero rei humano. Em nenhum sentido um rei terreno poderia afirmar ter estado "no Éden" ou ser "o querubim ungido" ou estar "no monte santo de Deus". Por isso, a maioria dos intérpretes da Bíblia acreditam que Ezequiel 28:11-19 seja uma profecia dupla, comparando o orgulho do rei de Tiro ao orgulho de Satanás. Alguns propõem que o rei de Tiro estava realmente possuído por Satanás, tornando a ligação entre os dois ainda mais poderosa e aplicável.
Antes de sua queda, Satanás era de fato uma bela criatura (Ezequiel 28:12-13). Ele foi talvez o mais belo e poderoso de todos os anjos. A frase "querubim guardião" possivelmente indique que Satanás era o anjo que "guardava" a presença de Deus. O orgulho causou a queda de Satanás. Em vez de dar glória a Deus por criá-lo tão belo, Satanás teve orgulho de si mesmo, achando que ele mesmo era o responsável por seu estado exaltado. A rebelião de Satanás resultou em Deus expulsando Satanás de Sua presença e vai também eventualmente resultar em Deus condenando Satanás ao lago de fogo por toda a eternidade (Apocalipse 20:10).
Como Satanás, o rei humano de Tiro era orgulhoso. Ao invés de reconhecer a soberania de Deus, o rei de Tiro atribuía as suas riquezas à sua própria sabedoria e força. Não satisfeito com a sua posição extravagante, o rei de Tiro queria mais e mais, resultando em Tiro se aproveitando de outras nações, expandindo a sua própria riqueza à custa dos outros. Entretanto, assim como o orgulho de Satanás causou a sua queda e, eventualmente, causará a sua destruição eterna, assim também a cidade de Tiro perderá a sua riqueza, poder e posição. A profecia de Ezequiel sobre a destruição total de Tiro foi cumprida parcialmente por Nabucodonosor (Ezequiel 29:17-21) e finalmente por Alexandre, o Grande.
A ideia de "transferir espíritos" é que alguém pode transferir um espírito mau para uma outra pessoa ao tocar ou estar perto dela. Aqueles que ensinam este conceito dizem a alguns para não se associarem com amigos ou membros da família que possam transferir um espírito a eles. Não há base bíblica para o conceito de transferência de espíritos por tocar ou estar perto de uma outra pessoa ou por qualquer outro método. Claro que podemos ser afetados por atitudes negativas ou comportamentos pecaminosos em outros, mas identificar isso como seres espirituais que podem ser transferidos para outros não é bíblico.
A Bíblia diz que há dois tipos de seres espirituais: os anjos santos que não caíram em pecado e os anjos que seguiram Satanás em sua rebelião. Os anjos que não pecaram são chamados de espíritos ministradores (Hebreus 1:14), e nos é dito que Deus os envia para ministrar aos que serão herdeiros da salvação, isto é, aqueles que creem em Cristo como Salvador. Os anjos que aderiram à rebelião de Satanás são reservados em trevas (Judas 1:6) e constituem a horda de seres espirituais (demônios) dedicados ao mal.
A Bíblia registra apenas um exemplo de demônios sendo transferidos de um ser vivo para outro. Isso aconteceu quando Jesus transferiu a legião de demônios dos homens possuídos para a manada de porcos (Mateus 8:28-34). Jesus não repetiu esse milagre e nem advertiu seus discípulos (ou nós) sobre a transferência de espíritos. Não há razão para que um crente nascido de novo em Cristo tema Satanás ou seus anjos caídos. Se o resistirmos, ele fugirá de nós. "Sujeitai-vos, pois, a Deus; mas resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós" (Tiago 4:7). Como verdadeiros crentes, o nosso corpo é o templo do Espírito Santo. Podemos ter certeza de que o Espírito Santo não vai tolerar um demônio em Seu templo.
O termo "espíritos territoriais" é usado por alguns cristãos para identificar a ocupação demoníaca de uma localização geográfica específica. Ironicamente, é também um termo usado por pagãos para descrever uma presença sobrenatural que supostamente reside em uma localização geográfica específica.
O conceito cristão de espíritos territoriais vem de passagens como Daniel 10; João 12:31, João 14:30, João 16:11, Marcos 5:10 e Efésios 6:12. Todas estas passagens implicam que os anjos caídos receberam algum tipo de responsabilidade sobre uma determinada área. Assim, eles parecem ser territoriais. No entanto, precisamos lembrar que este ensino é inferido; a Bíblia nunca explicitamente delineia uma hierarquia de autoridade demoníaca no mundo. O que a Bíblia deixa bem claro é que os demônios estão trabalhando em todo o mundo e que os crentes estão muito envolvidos em uma batalha contra eles.
Em Daniel 10, por exemplo, um anjo lutou contra um adversário demoníaco todo o tempo que Daniel estava orando e jejuando. Não foi até o final do tempo espiritualmente focado de Daniel que o anjo finalmente escapou e veio a Daniel. Efésios 6 exorta os crentes a permanecerem firmes contra os nossos adversários espirituais e atentos e prontos para a batalha. Não há dúvida de que a nossa luta na Terra é refletida de alguma forma no reino espiritual.
O problema inerente ao termo "espíritos territoriais" é que alguns cristãos acreditam ter o dever de se envolverem em uma guerra espiritual com demônios territoriais. Isso, no entanto, não pode ser justificado pelas Escrituras. Não há um único exemplo na Bíblia onde alguém ativamente procurou um demônio a fim de lutar contra ele. Indivíduos endemoninhados foram encontrados, e alguns foram trazidos para Jesus e seus discípulos para a cura, mas os discípulos não iam à procura de demônios para expulsar de pessoas. Ninguém na Bíblia jamais orou para que certos "príncipes demônios" de uma cidade fossem "proibidos" de trabalhar a sua vontade contra os moradores daquela cidade.
Os espíritos territoriais, como vimos nas passagens anteriores, embora não sejam explicitamente uma ideia bíblica, podem muito bem existir. Entretanto, quer um espírito seja ou não "territorial" não é realmente importante. O que é importante é a nossa resposta. Um crente em Cristo não tem nenhum apoio bíblico para se envolver em uma guerra espiritual de oração contra demônios. Em vez disso, um crente precisa estar ciente de que há uma batalha espiritual e levá-la a sério (1 Pedro 5:8). Nossas vidas precisam estar centralizadas na oração e no crescimento na fé. Se encontrarmos um demônio, nós definitivamente temos a autoridade de Cristo para lidar com ele, mas não devemos ir à procura deles, quer sejam territoriais ou não.
No conto fantástico do Dr. Fausto, um homem faz um pacto com o diabo: em troca do seu corpo e alma, o homem deve receber o poder sobrenatural e prazeres durante 24 anos. O diabo concorda com o acordo e Dr. Fausto desfruta dos prazeres do pecado por uma temporada, mas o seu destino está selado. Ao final de 24 anos, Fausto tenta contrariar os planos do diabo, mas mesmo assim acaba sofrendo uma morte terrível. Esta lenda funciona bem como um conto moral e como uma metáfora para o salário do pecado, mas os detalhes de sua trama não são bíblicos.
A Bíblia não tem um exemplo de uma pessoa "vendendo a sua alma" para Satanás e nunca sugere que fazer um pacto com o diabo seja possível. Aqui está um pouco do que a Escritura de fato revela sobre Satanás:
1) Satanás tem poder suficiente para se opor até mesmo aos anjos (Judas 9; Daniel 10:12-13).
2) Satanás procura enganar ao se disfarçar como um anjo de luz (2 Coríntios 11:14-15).
3) Deus providenciou os meios de nos defender contra os ataques de Satanás (Efésios 6:11-12).
4) O poder de Satanás é limitado pela vontade de Deus (Jó 1:10-12, 1 Coríntios 10:13).
5) Como "o deus deste mundo", Satanás tem domínio sobre aqueles que vivem sem Cristo no mundo (2 Coríntios 4:4).
Certamente existem aqueles que sofrem sob o controle direto de Satanás, como o jovem médium de Filipos (Atos 16:16-19). E há aqueles que se dedicaram à obra do diabo, como os feiticeiros Simão (Atos 8:9-11) e Elimas (Atos 13:8). No entanto, em cada um destes três exemplos, o poder de Deus prevalece sobre a escravidão de Satanás. Na verdade, Simão tem a chance de se arrepender (Atos 8:22). Obviamente, não havia uma "venda" irrevogável da alma de Simão.
Sem Cristo, estamos todos sob a condenação de morte (Romanos 3:23). Antes de sermos salvos, somos todos escravos do diabo, como 1 João 5:19 diz: "o mundo inteiro jaz no Maligno." Graças a Deus, temos um novo Mestre, Aquele que pode quebrar as cadeias de qualquer pecado e nos libertar (1 Coríntios 6:9-11, Marcos 5:1-15).
O Satanismo não é facilmente definido. Existem várias "divisões" do Satanismo. Em contraste com os cristãos, os próprios satanistas discordam sobre seus princípios mais fundamentais. Os cristãos podem diferir de opinião ou convicção sobre a interpretação de algumas passagens da Bíblia, mas acreditam no mesmo princípio fundamental de que Jesus é o Filho de Deus que pagou o preço por nossos pecados ao morrer na cruz e ressuscitar dos mortos. Os satanistas discutem entre si se Satanás existe mesmo e se estão adorando a ele ou a si mesmos. Em essência, são um grupo confuso vinculado por mentiras. João 8:44 talvez se aplique a satanistas: "Vós tendes por pai o Diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele é homicida desde o princípio, e nunca se firmou na verdade, porque nele não há verdade; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio; porque é mentiroso, e pai da mentira."
É por causa destas mentiras que há uma infinidade de ideologias dentro do Satanismo. Algumas das práticas do Satanismo são constantes e a unidade dos satanistas é encontrada mais em rituais do que em um sistema de crença subjacente. Os satanistas fazem certas coisas; eles não têm que acreditar em certas coisas.
A maioria dos satanistas, adoradores do diabo, diabolistas, luciferianos e membros da Igreja de Satanás afirma ter raízes no Satanismo LaVeyano, em homenagem a Anton Lavey, o autor da Bíblia Satânica e fundador da primeira Igreja de Satanás. Lavey presumivelmente começou a Primeira Igreja de Satanás em 1966. Como uma autoridade auto-proclamada em tudo que é do mal, ele começou a dar palestras semanais a um custo de US $ 2,00 por pessoa. E assim a Igreja de Satã nasceu.
O ponto em comum básico em todos os ramos do Satanismo é uma promoção de si mesmo. Todas as formas do Satanismo afirmam que a vida existe para consumir e que o egoísmo é uma virtude. Alguns satanistas afirmam que a única existência que chegarão a conhecer é aqui na Terra. Assim, os adoradores do diabo vivem para o momento e o seu credo é a gula e libertinagem.
O Satanismo promete a sua lealdade a Satanás, mesmo quando alguns na Igreja de Satanás acreditam que nenhum Deus ou diabo existam. A maioria na Igreja de Satanás também acredita que não há redentor para eles ou qualquer outra pessoa. Cada pessoa é totalmente responsável pelo caminho de sua própria vida. Ainda assim, eles oram a Satanás em rituais, pedindo que sua mão soberana se manifeste em suas vidas. Esse tipo de pensamento revela a influência de mentiras e enganos em sua filosofia. Quer os satanistas acreditem ou não em Satanás é irrelevante a ele. O resultado final é o mesmo – suas almas estão em cativeiro e, a menos que a graça de Deus intervenha, passarão a eternidade no inferno.
Em resumo, o Satanismo pode ou não envolver a adoração a Satanás, mas é um esforço consciente para NÃO adorar o Deus único e verdadeiro. Romanos 1 dá uma visão clara do coração e dos motivos de um satanista. Eles têm rejeitado "o conhecimento de Deus, Deus, por sua vez, os entregou a um sentimento depravado, para fazerem coisas que não convêm; estando cheios de toda a injustiça, malícia, cobiça, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, dolo, malignidade" (vv 28-29). As pessoas que têm sido enganadas por Satanás a este estilo de vida têm dificuldade de entender o conceito da graça de Deus e da liberdade. Em vez disso, vivem para si, por si mesmos.
Segundo Pedro 2 contém um aviso para quem seguir o Satanismo ou qualquer outra coisa em vez de Deus: "Estes são fontes sem água, névoas levadas por uma tempestade, para os quais está reservado o negrume das trevas. Porque, falando palavras arrogantes de vaidade, nas concupiscências da carne engodam com dissoluções aqueles que mal estão escapando aos que vivem no erro; prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção; porque de quem um homem é vencido, do mesmo é feito escravo" (vv. 17-19).
Embora não exista um versículo que afirme explicitamente: "Você não deve orar aos anjos", é bem claro que não devemos orar a eles. Em última análise, a oração é um ato de adoração. E, assim como os anjos rejeitam a nossa adoração (Apocalipse 22:8-9), eles também rejeitariam as nossas orações. Oferecer o nosso culto ou oração para outra pessoa além de Deus é idolatria.
Existem também várias razões práticas e teológicas pelas quais orar aos anjos é errado. O próprio Cristo nunca orou a mais ninguém senão ao Pai. Quando questionado por seus discípulos para lhes ensinar a orar, Ele os instruiu: "Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus..." (Mateus 6:9, Lucas 11:2). Se orar aos anjos fosse algo que, como Seus discípulos, devêssemos fazer, este teria sido o lugar para Ele nos dizer. Claramente, devemos orar somente a Deus. Isso também é evidente em Mateus 11:25-26, onde a oração de Cristo começa: "Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra..." Jesus não só começa as Suas orações dirigindo-se ao Pai, mas o conteúdo de Suas orações geralmente solicita assistência que só poderia ser concedida por alguém com poderes onipotentes, oniscientes e onipresentes. Orar a anjos seria ineficaz porque são seres criados e não possuem esses poderes.
Jesus ora a favor dos Seus seguidores em João 17:1-26, pedindo bênçãos múltiplas sobre eles por parte do Deus Pai, incluindo santificação, glorificação e preservação. Estas três bênçãos só podem vir de uma fonte que atualmente as contém. Mais uma vez, os anjos simplesmente não têm este poder. Eles não podem nos santificar, glorificar ou garantir a nossa herança em Cristo (Efésios 1:13-14).
Segundo, há uma ocasião em João 14:13 quando o próprio Cristo diz aos crentes que tudo o que pedirmos em Seu nome será realizado porque Ele pede diretamente ao Pai. Oferecer uma oração aos anjos não seria uma oração eficaz e biblicamente guiada (ver também João 16:26). Nenhum anjo ou qualquer outro ser criado é jamais retratado como um intercessor junto ao Pai. Somente o Filho e o Espírito Santo (Romanos 8:26) podem interceder diante do trono do pai.
Por último, 1 Tessalonicenses 5:17 diz ao crente para orar sem cessar. Isso só pode ser possível se um crente tiver acesso a um Deus que está sempre presente e disponível para ouvir os apelos de todas as pessoas ao mesmo tempo. Os anjos não têm essa capacidade - eles não são onipresentes ou onipotentes - e não estão qualificados para receber nossas orações. Orar ao Pai por meio de Cristo é o único meio necessário e eficaz pelo qual podemos nos comunicar com Deus. Não, orar aos anjos definitivamente não é um conceito bíblico.
A frase "deus deste mundo" (ou "deus deste século") indica que Satanás é a maior influência sobre os ideais, opiniões, metas, desejos e pontos de vista da maioria das pessoas. Sua influência também abrange filosofias, educação e comércio mundiais. Os pensamentos, ideias, especulações e falsas religiões do mundo estão sob o seu controle e surgiram a partir de suas mentiras e enganos.
Satanás também é chamado de "príncipe das potestades do ar" em Efésios 2:2. Ele é o "príncipe deste mundo" em João 12:31. Estes títulos e muitos outros representam as capacidades de Satanás. Dizer, por exemplo, que Satanás é o "príncipe das potestades do ar" significa que, de alguma forma, ele governa o mundo e as pessoas.
Isso não quer dizer que ele governa o mundo completamente; Deus ainda é soberano. Entretanto, significa que Deus, em Sua infinita sabedoria, permitiu que Satanás operasse neste mundo dentro dos limites que Deus estabeleceu para ele. Quando a Bíblia diz que Satanás tem poder sobre o mundo, devemos nos lembrar de que Deus deu a ele domínio apenas sobre os incrédulos. Os crentes não estão mais sob o domínio de Satanás (Colossenses 1:13). Os incrédulos, por outro lado, estão presos "no laço do diabo" (2 Timóteo 2:26), encontram-se no "poder do maligno" (1 João 5:19) e são escravos de Satanás (Efésios 2:2).
Assim, quando a Bíblia diz que Satanás é o "deus deste mundo", ela não está dizendo que ele tem autoridade máxima. Está transmitindo a ideia de que Satanás governa o mundo descrente de uma maneira específica. Em 2 Coríntios 4:4, o incrédulo segue agenda de Satanás: "o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus". O esquema de Satanás inclui a promoção de falsas filosofias no mundo - filosofias que cegam o incrédulo para a verdade do Evangelho. As filosofias de Satanás são as fortalezas nas quais as pessoas são presas, e elas devem ser libertas por Cristo.
Um exemplo de tal filosofia falsa é a crença de que o homem possa ganhar o favor de Deus por um determinado ato ou atos. Em quase todas as religiões falsas, merecer o favor de Deus ou ganhar a vida eterna é um tema predominante. Ganhar a salvação pelas obras, no entanto, é contrário à revelação bíblica. O homem não pode trabalhar para ganhar o favor de Deus; a vida eterna é um dom gratuito (ver Efésios 2:8-9). E esse dom gratuito está disponível por meio de Jesus Cristo e só por Ele (João 3:16; 14:6). Você pode perguntar por que a humanidade não simplesmente recebe o dom gratuito da salvação (João 1:12). A resposta é que Satanás - o deus deste mundo - tem tentado a humanidade a seguir o seu orgulho em seu lugar. Satanás define a agenda, o mundo incrédulo a segue e a humanidade continua a ser enganada. Não é à toa que a Bíblia chama de Satanás de um mentiroso (João 8:44).
Primeiro Timóteo 5:21 nos diz: "Conjuro-te diante de Deus, e de Cristo Jesus, e dos anjos eleitos, que sem prevenção guardes estas coisas, nada fazendo com parcialidade." Qualquer que seja a sua doutrina sobre a eleição, a Bíblia é clara que Deus estava de alguma forma envolvido na escolha de quem seria salvo, ou, neste caso, quais dos anjos não pecariam.
As escolhas soberanas de Deus são vistas em toda a Bíblia: Ele escolheu Abraão para ser o pai de muitas nações (Gênesis 17:4-5); Ele escolheu Israel para ser o Seu povo especial (Gênesis 17:7); Ele escolheu Maria para ser a mãe de Jesus (Lucas 1:35-37); Ele escolheu os doze apóstolos para viver com o Senhor Jesus por três anos e aprender com Ele (Marcos 3:13-19) e Ele escolheu Paulo para levar o evangelho a muitas pessoas, tanto pessoalmente quanto através de seus escritos (Atos 9:1-19). Da mesma forma, Ele escolheu pessoas "de toda tribo, língua, povo e nação" (Apocalipse 5:9) para virem à fé em Cristo. Os escolhidos virão a Ele e nunca serão expulsos.
Parece que Deus também fez uma escolha sobre os anjos. Os anjos santos de Deus são "eleitos" - o que significa que Deus os escolheu. Talvez Deus tenha dado a todos os anjos uma escolha única para obedecê-lo ou não. Em qualquer caso, os que pecaram e seguiram Lúcifer são perdidos e condenados. Aqueles que optaram por permanecer fiel a Deus estão seguros nessa decisão. A Bíblia não nos dá razão para acreditar que seja possível que mais anjos pequem, assim como não nos dá razão para acreditar que os eleitos cairão e se perderão para sempre.
Judas versículo 9 refere-se a um evento que não é encontrado em nenhum outro lugar nas Escrituras. Miguel teve de lutar ou disputar com Satanás pelo corpo de Moisés, mas o que isso implicava não é descrito. Uma outra luta angelical é relatada por Daniel, o qual descreve um anjo vindo a ele em uma visão. Este anjo, chamado Gabriel em Daniel 8:16 e 9:21, diz a Daniel que ele foi "resistido" por um demônio chamado "príncipe da Pérsia" até o arcanjo Miguel vir em seu auxílio (Daniel 10:13). Assim, podemos aprender com Daniel que os anjos e demônios lutam batalhas espirituais pelas nações e almas dos homens, e que os demônios resistem aos anjos e tentam impedi-los de fazer a vontade de Deus. Judas nos diz que Miguel foi enviado por Deus para lidar de alguma forma com o corpo de Moisés, o qual o próprio Deus havia enterrado depois da sua morte (Deuteronômio 34:5-6).
Várias teorias têm sido formuladas quanto ao que esta luta sobre o corpo de Moisés era. Uma delas é que Satanás, o acusador do povo de Deus (Apocalipse 12:10), pode ter tentado evitar que Moisés tivesse a vida eterna devido ao pecado de Moisés em Meribá (Deuteronômio 32:51) e ao seu assassinato do egípcio (Êxodo 2:12).
Alguns supõem que a referência em Judas seja a mesma que a passagem em Zacarias 3:1-2: "Ele me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor. Mas o anjo do Senhor disse a Satanás: Que o Senhor te repreenda, ó Satanás." Entretanto, as objeções a essa hipótese são óbvias: (1) A única semelhança entre as duas passagens é a expressão: 'O Senhor te repreenda, ó Satanás!' (2) o nome "Miguel" não é mencionado na passagem em Zacarias. (3) Não há qualquer menção ou alusão feita do "corpo de Moisés" em Zacarias.
Também tem sido suposto que Judas esteja citando um livro apócrifo que continha esta narrativa e que isso serve para confirmar que a narrativa é verdadeira. Orígenes (c. 185-254), um estudioso e teólogo cristão primitivo, menciona o livro "A Assunção de Moisés" como existente em seu tempo, contendo essa mesma narrativa sobre a disputa entre Miguel e o diabo pelo corpo de Moisés. Esse livro, agora perdido, era um livro judeu grego e Orígenes supôs que esta era a fonte da narrativa em Judas.
A questão essencial é, então, se a história é "verdadeira". Qualquer que seja a origem da narrativa, Judas de fato aparenta referir-se à disputa entre Miguel e o diabo como verdadeira. Ele fala dela da mesma forma em que teria feito se tivesse falado da morte de Moisés ou de quando ele feriu a rocha. E quem pode provar que não é verdade? Qual a evidência de que não é? Há muitas alusões aos anjos na Bíblia. Sabemos que o arcanjo Miguel é real, há menção frequente do diabo e há inúmeras afirmações de que os anjos bons e maus fazem parte de transações importantes na terra. Como a natureza dessa disputa particular sobre o corpo de Moisés é totalmente desconhecida, a conjetura é inútil. Não sabemos se houve uma discussão sobre a posse do corpo, o enterro do corpo ou qualquer outra coisa.