Hoje em dia, muitas pessoas entendem a igreja como um prédio. Esta não é a compreensão bíblica da igreja. A palavra igreja vem da palavra grega “Ecclesia”, que é definida como “uma assembléia”, ou “os que foram chamados”. O significado primário de “igreja” não é de um prédio, mas de pessoas. É irônico que quando você pergunta às pessoas que igreja freqüentam, geralmente dizem Batista, Metodista, ou outra denominação. Muitas vezes eles se referem à denominação ou ao prédio. Leia Romanos 16:5: “...Saudai também a igreja que está em sua casa.” Paulo se refere à igreja em sua casa, não à igreja prédio, mas um corpo de crentes.
A igreja é o Corpo de Cristo. Efésios 1:22-23 diz: “E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.” O Corpo de Cristo é feito de todos os crentes desde o tempo de Pentecoste até ao Arrebatamento. O Corpo de Cristo consiste em dois aspectos:
(1) A igreja universal é a igreja que consiste de todos aqueles que têm um relacionamento pessoal com Jesus Cristo. I Coríntios 12:13-14 diz: “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos.” Vemos que qualquer pessoa que crer é parte do corpo de Cristo. A verdadeira igreja de Deus não é nenhum prédio de igreja em particular ou denominação. A igreja universal de Deus é composta por todos os que já receberam a salvação através da fé em Cristo Jesus.
(2) A igreja local é descrita em Gálatas 1:1-2: “PAULO, apóstolo ... E todos os irmãos que estão comigo, às igrejas da Galácia.” Aqui vemos que na província de Galácia havia muitas igrejas: o que chamamos de igreja local. Uma igreja Batista, igreja Luterana, igreja Católica, etc, não é A igreja, como a igreja universal, mas ao invés disso, uma igreja local. A igreja universal é composta por aqueles que já confiaram em Cristo para salvação. Estes membros da igreja universal deveriam buscar comunhão e edificação em uma igreja local.
Resumindo, a igreja não é um prédio, ou uma denominação. De acordo com a Bíblia, a igreja é o Corpo de Cristo: todos aqueles que já colocaram sua fé em Jesus Cristo para salvação (João 3:16; I Coríntios 12:13). Há membros da igreja universal (O Corpo de Cristo) em igrejas locais.
Atos 2:42 pode ser considerado como a “frase-propósito” para a igreja: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.” Então, de acordo com esta Escritura, os propósitos ou atividades da igreja devem ser: (1) o ensino da doutrina bíblica, (2) providenciar um espaço de adoração para os crentes, (3) observar a Ceia do Senhor, e (4) oração.
A igreja deve ensinar a doutrina bíblica para que possamos ter os alicerces de nossa fé. Efésios 4:14 nos diz: “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente.” A igreja deve ser um lugar de comunhão, onde os cristãos possam se devotar uns aos outros e honrar uns aos outros (Romanos 12:10), instruir uns aos outros (Romanos 15:14), ser benignos e misericordiosos uns com os outros (Efésios 4:32), encorajar uns aos outros (I Tessalaonicenses 5:11), e principalmente, amar uns aos outros (I João 3:11).
A igreja deve ser um lugar onde os crentes possam observar a Ceia do Senhor, lembrando-se da morte de Cristo e Seu sangue derramado em nosso favor (I Coríntios 11:23-26). O conceito de “partir o pão” (Atos 2:42) também carrega a idéia de refeições compartilhadas. Este é outro exemplo da igreja promovendo a comunhão. O propósito final da igreja, de acordo com Atos 2:42 é a oração. A igreja também deve ser um lugar que promova a oração, ensine a oração e pratique a oração. Filipenses 4:6-7 nos encoraja: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.”
Uma outra “comissão” (tarefa) dada à igreja é proclamar o Evangelho de salvação através de Jesus Cristo (Mateus 28:18-20; Atos 1:8). A igreja é chamada a ser fiel em compartilhar o Evangelho através de palavras e ações. A igreja deve ser um “farol” na comunidade: mostrando às pessoas o caminho para nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A igreja deve tanto promover o Evangelho quanto preparar seus membros para proclamar o Evangelho (I Pedro 3:15).
Tiago 1:27 nos dá alguns propósitos finais da igreja: “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.” A igreja deve ministrar àqueles que estão em necessidade. Isto inclui não somente compartilhar do Evangelho, mas também providenciar pelas necessidades físicas (comida, roupas, abrigo), quando necessário e apropriado. A igreja deve também equipar os crentes em Cristo com as ferramentas de que necessitam para vencer o pecado e permanecerem livres da contaminação do mundo. Isto é feito pelos princípios dados acima: ensino bíblico e comunhão cristã.
Então, tudo dito, qual o propósito da igreja? Gosto da ilustração em I Coríntios 12:12-27. A igreja é o “corpo” de Deus: somos Suas mãos, boca e pés neste mundo. Devemos fazer as coisas que Jesus Cristo faria se Ele estivesse aqui na terra, fisicamente. A igreja deve ser “cristã”: “como Cristo” e “seguidora de Cristo”.
O batismo cristão, de acordo com a Bíblia, é um testemunho externo do que aconteceu no interior da vida de um crente. O batismo cristão ilustra a identificação do crente com a morte de Cristo, Seu sepultamento e ressurreição. A Bíblia declara: “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida” (Romanos 6:3-4). No batismo cristão, o ato de ser imerso nas águas retrata o sepultamento com Cristo. O ato de sair das águas retrata a ressurreição de Cristo.
Não deveria haver lugar para quaisquer exigências antes do batismo cristão: (1) a pessoa a ser batizada deve ter confiado em Jesus Cristo como Salvador, e (2) a pessoa deve compreender o significado do batismo. Se a pessoa tem o Senhor Jesus como Salvador, compreende que o batismo cristão é um passo de obediência em proclamar publicamente sua fé em Cristo e deseja ser batizado, então não há qualquer motivo que impeça o crente de ser batizado. De acordo com a Bíblia, o batismo cristão é simplesmente um passo de obediência, uma proclamação pública da fé em Cristo, somente em Cristo, para salvação. O batismo cristão se torna importante por ser um passo de obediência – declarar publicamente a fé em Cristo e o comprometimento com Ele, e sua identificação com a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo.
Um estudo da Ceia do Senhor é uma experiência que estremece a alma por causa da profunda significação que traz. Foi durante a antiga celebração da Páscoa, na véspera de Sua morte, que Jesus instituiu uma nova e significante refeição, uma “refeição de comunhão”, a qual observamos até os dias de hoje, e que é a mais alta expressão da adoração cristã. É um “sermão vivido”, relembrando a morte e ressurreição de nosso Senhor, e vislumbrando o futuro em que retornará em Sua glória.
A Páscoa era a festividade mais sagrada do ano religioso judaico. Comemorava a praga final no Egito, quando os primogênitos dos egípcios morreram e os israelitas foram poupados por causa do sangue de um cordeiro que fora aspergido em seus portais. Então o cordeiro foi assado e comido com pão sem levedura. A ordem de Deus foi que através das gerações vindouras a festividade fosse celebrada. A história está registrada em Êxodo 12.
Durante a celebração, Jesus e os discípulos possivelmente cantaram juntos um ou mais dos “Salmos Aleluia” (Salmos 111-118). Jesus, tomando o pão, deu graças a Deus. Ao parti-lo e distribuir aos discípulos, disse: “Tomai, comei; este é o Meu corpo que é partido por vós.” Do mesmo modo, tomou o cálice, e depois de ceiar, deu-lhes o cálice, e dele beberam. Ele disse: “Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós; fazei isto em memória de Mim.” Ele concluiu a ceia cantando um hino e eles saíram pela noite até ao Monte das Oliveiras. Foi lá que Jesus foi traído, como predito, por Judas. No dia seguinte, Ele foi crucificado.
Os relatos da Ceia do Senhor são encontrados nos Evangelhos, em Mateus 26:26-29, Marcos 14:17-25, Lucas 22:7-22 e João 13:21-30. O Apóstolo Paulo escreveu a respeito da Ceia do Senhor por divina revelação em I Coríntios 11:23-29. (Isto foi porque Paulo não estava, obviamente, presente quando Cristo a instituiu.) Paulo inclui uma afirmação não encontrada nos Evangelhos: “Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor” (I Coríntios 11:27-29). Podemos perguntar o que significa participar do pão e do cálice “indignamente”. Pode significar ignorar o verdadeiro significado do pão e do cálice, e se esquecer do tremendo preço que nosso Salvador pagou por nossa salvação. Ou pode significar permitir que a cerimônia se torne um ritual morto e formal, ou vir à Mesa com pecado não-confessado. Para guardar a instrução de Paulo, cada um deve examinar a si mesmo antes de comer do pão e beber do cálice, em observância ao aviso.
Outra afirmação de Paulo que não se encontra incluída nos Evangelhos é “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha” (I Coríntios 11:26). Isto coloca um limite de tempo à cerimônia: até a volta de nosso Senhor. Através destes breves relatos aprendemos como Jesus usou dois dos mais perecíveis elementos como símbolos de Seu corpo e sangue, e os inaugurou como um monumento à Sua morte. Não foi um monumento de mármore esculpido ou latão moldado, mas de pão e suco de uva.
Ele declarou que o pão testemunhava de Seu corpo que seria partido: não houve sequer um osso partido, mas Seu corpo estava tão terrivelmente moído, que dificilmente se reconhecia (Salmos 22:12-17; Isaías 53:4-7). O suco de uva testemunhava de Seu sangue, indicando a terrível morte que em breve experimentaria. Ele, o perfeito Filho de Deus, se tornou a realização de incontáveis profecias do Velho Testamento a respeito do Redentor (Gênesis 3:15, Salmos 22, Isaías 53, etc.). Quando Ele disse: “Fazei isto em memória de Mim”, indicou que esta era uma cerimônia a ter continuidade no futuro. Também indicou que a Páscoa, que exigia a morte de um cordeiro e vislumbrava a vinda do Cordeiro de Deus que tiraria o pecado do mundo, se fazia agora obsoleta. O “Novo Testamento” tomou seu lugar quando Cristo, o Cordeiro da Páscoa (I Coríntios 5:7), foi sacrificado (Hebreus 8:8-13). O sistema sacrificial não era mais necessário (Hebreus 9:25-28).
Talvez não haja assunto mais debatido nas igrejas hoje do que a questão das mulheres servindo como pastoras e pregadoras no ministério. Por este motivo, é muito importante que não se veja esta questão como uma competição entre homens e mulheres. Há mulheres que acreditam que mulheres não devam servir como pastoras e que a Bíblia coloque restrições ao ministério das mulheres - e há homens que creem que as mulheres possam servir como pregadoras e que não haja restrições quanto à atuação das mulheres no ministério. Esta não é uma questão de machismo ou discriminação. É uma questão de interpretação bíblica.
A Palavra de Deus proclama: “A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio” (I Timóteo 2:11-12). Na igreja, Deus designa papéis diferentes a homens e mulheres. Isto é resultado da forma como a humanidade foi criada (I Timóteo 2:13) e da forma pela qual o pecado entrou no mundo (II Timóteo 2:14). Deus, através do Apóstolo Paulo, restringe as mulheres de exercerem papéis de ensino e/ou autoridade espiritual sobre os homens. Isto impede as mulheres de servirem como pastoras, o que definitivamente inclui pregar, ensinar e ter autoridade espiritual sobre os homens.
Há muitas “objeções” a esta visão de mulheres no ministério. Uma objeção comum é que Paulo restringe as mulheres de ensinar porque, no primeiro século, as mulheres tipicamente não possuíam uma educação formal. Entretanto, I Timóteo 2:11-14 em nenhum momento menciona a posição acadêmica. Se a educação formal constituísse uma qualificação para o ministério, a maioria dos discípulos de Jesus provavelmente não teria sido qualificada. Uma segunda objeção comum é que Paulo restringiu apenas as mulheres de Éfeso de poderem ensinar (I Timóteo foi escrito a Timóteo, o qual era pastor da igreja em Éfeso). A cidade de Éfeso era conhecida por seu templo a Ártemis, a falsa deusa greco-romana. As mulheres eram a autoridade na adoração a Ártemis. Entretanto, o livro de I Timóteo em momento algum menciona Ártemis, tampouco Paulo menciona a adoração a Ártemis como razão para as restrições em I Timóteo 2:11-12.
Uma terceira objeção comum é que Paulo estivesse se referindo apenas a maridos e esposas, não a homens e mulheres em geral. As palavras gregas em I Timóteo 2:11-14 poderiam se referir a maridos e esposas, entretanto, o significado básico das palavras se refere a homem e mulher. Além disso, as mesmas palavras gregas são usadas nos versículos 8-10. Apenas os maridos devem levantar as mãos santas em oração sem iras ou contendas (verso 8)? Somente as esposas devem se vestir com recato, com boas obras e adoração a Deus (versos 9-10)? Claro que não! Os versículos 8-10 se referem claramente a homens e mulheres em geral, não apenas a maridos e esposas. Não há nada no contexto que possa indicar uma mudança para maridos e esposas nos versos 11-14.
Mais uma objeção frequente a esta interpretação sobre mulheres no ministério é em relação a mulheres que ocupavam posições de liderança na Bíblia, principalmente Miriã, Débora e Hulda no Antigo Testamento. Esta objeção falha em perceber alguns fatores relevantes. Primeiro, Débora era a única juíza entre 13 juízes homens. Hulda era a única profeta mulher entre dúzias de profetas homens mencionados na Bíblia. A única ligação de Miriã com a liderança era por ser irmã de Moisés e Arão. As duas mulheres mais importantes do tempo dos reis foram Atalia e Jezabel – péssimos exemplos de boa liderança feminina. Mais importante ainda, porém, a autoridade das mulheres no Antigo Testamento não é relevante para a questão. O livro de 1 Timóteo e as Epístolas Pastorais apresentam um novo paradigma para a igreja - o corpo de Cristo - e esse paradigma envolve a estrutura de autoridade para a igreja, não para a nação de Israel ou de qualquer outra entidade do Antigo Testamento.
Argumentos semelhantes são feitos usando Priscila e Febe no Novo Testamento. Em Atos 18, Priscila e Áquila são apresentados como ministros fiéis de Cristo. O nome de Priscila é mencionado primeiro, talvez indicando que fosse mais "importante" no ministério do que o seu marido. No entanto, Priscila em nenhum lugar é mencionada como participando de uma atividade ministerial que estivesse em contradição com 1 Timóteo 2:11-14. Priscila e Áquila trouxeram Apolo à sua casa e o discipularam, explicando-lhe a Palavra de Deus com mais precisão (Atos 18:26).
Em Romanos 16:1, mesmo que Febe seja considerada uma “diaconisa” ao invés de “serva”, isto não indica que fosse uma mestra na igreja. “Apto a ensinar” é dado como uma qualificação aos presbíteros, mas não aos diáconos (I Timóteo 3:1-13; Tito 1:6-9). Os anciãos/bispos/diáconos são descritos como “maridos de uma só esposa”, “um homem cujos filhos creem” e “homem digno de respeito”. É bem claro que essas qualificações se referem a homens. Além disso, em I Timóteo 3:1-13 e Tito 1:6-9, apenas pronomes masculinos são usados para se referir a anciãos/bispos/diáconos.
A estrutura de I Timóteo 2:11-14 torna a “razão” perfeitamente clara. O verso 13 inicia com “porque” e dá o “motivo” do que Paulo afirmou nos versos 11-12. Por que não devem as mulheres ensinar ou ter autoridade sobre os homens? Porque “primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.” Este é o motivo. Deus criou Adão primeiro, e depois criou Eva para ser uma “auxiliadora” de Adão. Esta ordem da Criação tem aplicação universal na família (Efésios 5:22-33) e na igreja. O fato de Eva ter sido enganada também é dado como razão para as mulheres não poderem servir como pastoras ou ter autoridade espiritual sobre os homens. Isto leva alguns a crerem que as mulheres não devam ensinar por serem mais facilmente enganadas. Este conceito é discutível, mas se as mulheres forem mais facilmente enganadas, por que deixar que ensinassem crianças (que são facilmente enganadas) e outras mulheres (que supostamente são mais facilmente enganadas)? Não é isso o que diz o texto. As mulheres não devem ensinar ou ter autoridade espiritual sobre os homens porque Eva foi enganada. Como resultado, Deus deu aos homens a autoridade primária de ensinar na igreja.
As mulheres são excelentes em dons de hospitalidade, misericórdia, ensino e ajuda. Muito do ministério da igreja depende das mulheres. As mulheres na igreja não são restritas do ministério de orar em público ou profetizar (I Coríntios 11:5), apenas de exercerem autoridade de ensino espiritual sobre os homens. A Bíblia em nenhum lugar faz restrições quanto a mulheres exercendo os dons do Espírito Santo (I Coríntios 12). As mulheres, assim como os homens, são chamadas a ministrar aos outros, a demonstrar o fruto do Espírito (Gálatas 5:22-23) e a proclamar o Evangelho aos perdidos (Mateus 28:18-20; Atos 1:8; I Pedro 3:15).
Deus ordenou que somente homens servissem em posições de autoridade de ensino espiritual na igreja. Isto não é porque os homens sejam necessariamente melhores professores ou porque as mulheres sejam inferiores ou menos inteligentes (o que não é o caso). É simplesmente a maneira que Deus designou para o funcionamento da igreja. Os homens devem dar o exemplo na liderança espiritual – em suas vidas e através de suas palavras. As mulheres devem ter um papel de menos autoridade. As mulheres são encorajadas a ensinar a outras mulheres (Tito 2:3-5). A Bíblia também não restringe as mulheres de ensinarem crianças. A única atividade que as mulheres são impedidas de fazer é ensinar ou ter autoridade espiritual sobre homens. Isto logicamente inclui mulheres servindo como pastoras e pregadoras. Isto não faz, de jeito algum, com que as mulheres sejam menos importantes, mas, ao invés, dá a elas um foco ministerial mais de acordo com o dom que lhes foi dado por Deus.
A Bíblia nos diz que precisamos ir à igreja para que possamos adorar a Deus com outros crentes e ser instruídos em Sua Palavra para nosso crescimento espiritual (Atos 2:42; Hebreus 10:25). A igreja é o lugar onde os crentes podem amar uns aos outros (I João 4:12), exortar uns aos outros (Hebreus 3:13), “estimular” uns aos outros (Hebreus 10:24), servir uns aos outros (Gálatas 5:13), instruir uns aos outros (Romanos 15:14), honrar uns aos outros (Romanos 12:10) e ser bondosos e misericordiosos uns com os outros (Efésios 4:32).
Quando alguém confia em Jesus Cristo para salvação, é feito membro do Corpo de Cristo (I Coríntios 12:27). Para que o corpo da igreja funcione corretamente, todas as “partes do corpo” precisam estar presentes (I Coríntios 12:14-20). Da mesma forma, um crente nunca alcançará completa maturidade espiritual sem a ajuda e encorajamento de outros crentes (I Coríntios 12:21-26). Por estes motivos, a freqüência à igreja, a participação e a fraternidade devem ser aspectos regulares da vida de um crente. A freqüência semanal à igreja não é obrigação para os crentes, mas alguém que confiou em Cristo deve ter um desejo de adorar a Deus, aprender Sua Palavra e ter comunhão com outros crentes.
Freqüentemente se diz que “Deus instituiu o Sabbath no Éden” por causa de sua conexão com a criação em Êxodo 20:11. Apesar do descanso de Deus no sétimo dia (Gênesis 2:3) ter sugerido uma futura lei do Sabbath, não há registro bíblico do Sabbath antes dos filhos de Israel terem deixado a terra do Egito. Em nenhum lugar das Escrituras há qualquer indício de que guardar o Sabbath tenha sido praticado de Adão a Moisés.
A Palavra de Deus deixa muito claro que guardar o Sabbath era um sinal especial entre Deus e Israel: “E subiu Moisés a Deus, e o Senhor o chamou do monte, dizendo: Assim falarás à casa de Jacó, e anunciarás aos filhos de Israel: Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim; Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha” (Êxodo 19:3-5).
“Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando-o nas suas gerações por aliança perpétua. Entre mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre; porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, e ao sétimo dia descansou, e restaurou-se” (Êxodo 31:16-17).
Em Deuteronômio 5, Moisés reafirma os dez mandamentos à próxima geração de israelitas. Aqui, após ordenar que se guardasse o Sabbath nos versos 12-14, Moisés dá a razão por que o Sabbath foi dado à nação de Israel: “Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido; por isso o Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia de sábado” (Deuteronômio 5:15).
Repare na expressão “por isso”. A intenção de Deus em dar o Sabbath a Israel não foi que se lembrassem da criação, mas que se lembrassem de sua escravidão egípcia e o livramento do Senhor. Observe os requisitos para se guardar o Sabbath: A pessoa sob a lei do Sabbath não poderia deixar sua casa no Sabbath (Êxodo 16:29), não poderia acender fogo (Êxodo 35:3) e não poderia fazer ninguém trabalhar (Deuteronômio 5:14). A pessoa que quebrasse a lei do Sabbath seria colocada à morte (Êxodo 31:15; Números 15:32-35).
Um exame das passagens do Novo Testamento nos mostra quatro pontos importantes: 1) Sempre que Cristo aparece em Sua forma ressuscitada (e o dia é mencionado), sempre é o primeiro dia da semana (Mateus 28:1, 9, 10; Marcos 16:9; Lucas 24:1, 13, 15; João 20:19, 26). 2) A única vez em que é mencionado o Sabbath, desde Atos até Apocalipse, isto é feito para fins evangelísticos aos judeus e sempre no contexto da sinagoga (Atos capítulos 13-18). Paulo escreveu: “E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei” (I Coríntios 9:20). Paulo não foi à sinagoga para ter comunhão com os santos ou edificá-los, mas para convencer os perdidos e salvá-los. 3) Desde o momento em que Paulo afirma “e desde agora parto para os gentios” (Atos 18:6), o Sabbath não mais é mencionado. 4) Ao invés de sugerir que se observe o Sabbath, o restante do Novo Testamento sugere o oposto (incluindo a única exceção, no ponto 3 acima, encontrada em Colossenses 2:16).
Olhando mais de perto o ponto 4 acima, este revela que não há obrigação para o crente do Novo Testamento de guardar o Sabbath, e mostra também que a idéia de um domingo (“Sabbath cristão”) também não se encontra nas Escrituras. Como discutido acima, apenas uma vez o Sabbath é mencionado depois que Paulo objetiva os Gentios: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” (Colossenses 2:16-17). O Sábado Judeu (Sabbath) foi abolido na cruz onde Cristo riscou “o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, removeu-o do meio de nós, cravando-o na cruz” (Colossenses 2:14).
Esta idéia é repetida mais de uma vez no Novo Testamento: “Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz” (Romanos 14:5-6a). “Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir? Guardais dias, e meses, e tempos, e anos” (Gálatas 4:9-10).
Alguns afirmam, entretanto, que um mandato de Constantino em 321 d.C. “mudou” o Sabbath de sábado para domingo. Em que dia a igreja primitiva se reunia para adoração? As Escrituras nunca mencionam o Sabbath (sábado) como dia de reuniões pelos crentes para comunhão ou adoração. Entretanto, há passagens claras que mencionam o primeiro dia da semana. Por exemplo, Atos 20:7 afirma: “E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão.” Em I Coríntios 16:2 Paulo exorta aos crentes coríntios: “No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade.” Uma vez que Paulo designa esta oferta como “serviço” em II Coríntios 9:12, esta coleta deve ter sido ligada com a adoração do culto de domingo da assembléia cristã. Historicamente, domingo, não sábado, era o dia normal de encontros dos cristãos na igreja, e sua prática vem desde o primeiro século.
O Sabbath foi estabelecido para Israel, não para a igreja. O Sabbath ainda é sábado, não domingo, e nunca foi mudado. Mas o Sabbath é parte da Lei do Velho Testamento, e os cristãos são livres da servidão da Lei (Gálatas 4:1-26; Romanos 6:14). Guardar o Sabbath não é algo cobrado dos cristãos, seja um sábado ou domingo. O primeiro dia da semana, domingo, o Dia do Senhor (Apocalipse 1:10) celebra a Nova Criação, com Cristo como nossa Cabeça ressuscitada. Não somos obrigados a seguir o Sabbath de Moisés - descansando, mas somos agora livres para seguir o Cristo ressuscitado –servindo. O Apóstolo Paulo disse que cada cristão deveria decidir se observa ou não o descanso do Sabbath: “Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente” (Romanos 14:5). Devemos adorar a Deus todos os dias, não somente no sábado ou domingo.
O dicionário oferece a seguinte definição para “religião”: “credo em Deus ou deuses a serem adorados, usualmente expresso em conduta e rituais; qualquer sistema específico de credo, adoração, etc., freqüentemente envolvendo um código de ética.” À luz desta definição, a Bíblia fala de religião organizada e em muitos casos o propósito e impacto de “religião organizada” não é algo que agrada a Deus. Abaixo listamos alguns exemplos de onde religiões organizadas estão descritas.
Gênesis 11:1-9: No que poderia ser o primeiro exemplo de religião organizada, os descendentes de Noé se organizaram para construir a torre acreditando que, se pudessem construí-la alta o suficiente, seriam salvos. Eles criam que sua unidade era mais importante do que seu relacionamento com Deus. Deus agiu e confundiu suas línguas, pondo fim assim a esta religião.
Êxodo 6 em diante: Deus havia dado promessas a Abrão (Abraão) a respeito de um relacionamento especial entre seus descendentes e Deus. Entretanto, vemos isso “organizado” para a nação começando no êxodo e funcionando através da história dos Israelitas. Os Dez Mandamentos, Tabernáculo, sistema de sacrifícios, tudo foi organizado por Deus e para ser seguido pelos Israelitas. Um estudo posterior do Novo Testamento esclarece que o objetivo final desta religião era guiar seus seguidores a Cristo (Gálatas 3; Romanos 7). Entretanto, muitos entenderam isto de forma errada e adoraram os elementos ao invés do Deus Verdadeiro.
Livro de Juízes em diante: Muitos dos conflitos experimentados pelos Israelitas envolveram o conflito de religião organizada. Exemplos incluem: Baal (Juízes 6; I Reis 18); Dagom (I Samuel 5); Moloque (II Reis 23:10). Deus usou estas religiões para mostrar Seu poder, derrubando-as.
Os Evangelhos: Os Fariseus e Saduceus representavam religião organizada no tempo de Cristo. Jesus constantemente se confrontava com eles a respeito de seus falsos ensinamentos e viver hipócrita. Muitos deles saíram desta religião organizada: Paulo é um exemplo.
As epístolas (cartas): Havia grupos organizados que misturavam os evangelhos com certas listas de obras exigidas. Eles também procuravam pressionar os crentes a mudar e aceitar esta nova religião. Gálatas e Colossenses dão avisos sobre tal.
Apocalipse: Mesmo no final dos tempos, a religião organizada terá um impacto no mundo quando o anticristo estabelecer uma religião mundial.
Na maioria dos casos o resultado final da “religião organizada” diverge do intento de Deus. Entretanto, a Bíblia fala de cristãos organizados (crentes) que são parte de Seu plano. Ele os chama de igrejas. As descrições do Livro de Atos e das Epístolas dão indicações de que a igreja deve ser organizada e interdependente. A organização leva à proteção, produtividade e progresso (Atos 2:41-47).
Neste caso seria melhor que fossem chamadas de “relacionamento organizado”. Não há plano algum de alcançar a Deus (Deus já os alcançou). Não há orgulho (tudo é recebido pela graça). Não deve haver divergências a respeito da liderança (Cristo é a Cabeça: Colossenses 1:18). Não deve haver preconceito (Todos somos um em Cristo: Gálatas 3:28). A organização não é o problema. Seguir a religião é o problema.
Separação bíblica é o reconhecimento de que Deus tem chamado os Cristãos para não pertencererem ao mundo e para manterem pureza pessoal e coletiva no meio de uma cultura tão cheia de pecado. Separação bíblica é geralmente considerada em duas divisões: pessoal e eclesiástica.
Separação pessoal envolve um compromisso individual a um padrão de comportamento que agrada a Deus. Daniel praticou separatismo pessoal quando “Daniel propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia” (Daniel 1:8). O dele foi um separatismo bíblico porque seu padrão era baseado na revelação de Deus na Lei Mosaica.
Um exemplo moderno de separação pessoal poderia ser a decisão de rejeitar convites a festas onde álcool vai ser servido. Tal decisão pode ser feita para evitar tentação (Romanos 13:14), para evitar toda “forma de mal” (1 Tessalonicenses 5:22), ou simplestamente para ser consistente com uma convicção pessoal (Romanos 14:5).
A Bíblia ensina claramente que o filho de Deus deve se separar do mundo. “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei” (2 Coríntios 6:14-17; veja também 1 Pedro 1:14-16).
Separação eclesiástica envolve as decisões de uma igreja em relação aos seus laços com outras organizações, baseado em sua teologia e prática. Separatismo é implicado até mesmo na palavra “igreja”. A palavra grega ekklesia significa “uma assembléia chamada para fora”. Na carta de Jesus à igreja de Pérgamo, Ele advertiu a eles contra tolerância daqueles que ensinam a doutrina falsa (Apocalipse 2:14-15). A igreja era para ser separada, quebrando qualquer laço com heresia. Um exemplo moderno de separação eclesiástica poderia ser a posição de certa denominação contra alianças ecumênicas para evitar se unir com os apóstatas.
Separação bíblica não exige que os Cristãos não tenham nenhum tipo de contato com os incrédulos. Como Jesus, devemos nos aproximar dos pecadores sem participar de seu pecado (Lucas 7:34). Paulo expressa sua posição equilibrada sobre separatismo: “Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros” mas não completamente.... “pois, neste caso, teríeis de sair do mundo” (1 Coríntios 5:9-10). Em outras palavras, estamos nesse mundo, mas não pertencemos a ele.
O livro de John Bunyam chamado de “O peregrino” providencia um exemplo maravilhoso dessa separação bíblica: Cristão e Fiel viajam pela Cidade da Vaidade, onde uma Feira da Vaidade acontecia, porque “o caminho para a Cidade Celestial fica logo após dessa Cidade....aquele que vai para a Cidade Celestial, e mesmo assim não passa pela Cidade da Vaidade precisa sair do mundo.” Na Feira, os homens de Vaidade ficam maravilhados com a fala, as roupas e os valores do peregrino. O fato de que eles eram “estrangeiros e peregrinos” (Hebreus 11:13) lhes separavam do povo carnal.
Excomunhão é a remoção formal de um membro de uma igreja e a separação informal da companhia daquele ex-membro. Mateus 18:15-20 descreve o procedimento e a autoridade da igreja para fazer isso. Essa passagem ensina que um indivíduo (geralmente a parte ofendida) é para se dirigir àquele que o ofendeu. Se ele/ela não se arrepender, então duas ou três devem ir confirmar a situação e a recusa de arrependimento. Se ainda não há arrependimento, o caso deve ser levado diante da igreja. Esse processo nunca é "desejável", do mesmo modo que um pai nunca tem gosto em ter que disciplinar seus filhos. No entanto, frequentemente é uma necessidade. O propósito não é de ser malvado ou demonstrar uma atitude de “sou mais santo que você”. Particularmente, é para ser feito em amor por aquela pessoa, em obediência e honra a Deus, e com temor devoto pelo bem das outras pessoas na igreja.
A Bíblia nos dá um exemplo da necessidade de excomunhão em uma igreja local, a igreja na cidade de Corinto (1 Coríntios 5:1-13). Nessa passagem, o Apóstolo Paulo também ensina alguns motivos por trás do uso bíblico de excomunhão. Uma razão (não encontrada diretamente na passagem) é pelo testemunho de Jesus Cristo (e Sua igreja) diante dos incrédulos. Quando Davi pecou com Bate-Seba, uma das consequências de seu pecado que Deus menciona é que o nome do único Deus verdadeiro é blasfemado pelos inimigos de Deus (2 Samuel 12:14). Um segundo motivo é que pecado é como câncer; se é permitido a existir, espalha pelo corpo da mesma forma que um pouco de fermento faz levedar toda a massa (1 Coríntios 5:6-7). Paulo também explica que Jesus nos salvou para que possamos ser separados do pecado, para que possamos ser "sem levedura" ou livres daquilo que faz apodrecer espiritualmente (1 Coríntios 5:7-8). O desejo de Cristo para a Sua noiva, a Igreja, é que ela seja santa e irrepreensível (Efésios 5:25-27). Excomunhão também é para o bem a longo prazo do que está sendo disciplinado pela igreja. Paulo, em 1 Coríntios 5:5, explica que excomunhão é uma forma de entregar “a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor {Jesus}.” Isso significa que de alguma forma excomunhão pode envolver Deus usando Satanás (ou um de seus demônios) como uma ferramenta de disciplina para fisicamente trabalhar na vida do pecador para que verdadeiro arrependimento possa acontecer em seu coração.
Às vezes a ação disciplinar da igreja é bem sucedida em trazer aflição e verdadeiro arrependimento. Quando isso acontece, o indivíduo é capaz de ser restaurado à comunhão. Aquele envolvido na passagem de 1 Coríntios 5 se arrependeu, e Paulo encorajou a igreja a restaurá-lo à comunhão da igreja (2 Coríntios 2:5-8). Infelizmente, a ação disciplinar, mesmo quando feita em amor e da forma correta, nem sempre é bem sucedida em fazer com que tal restauração aconteça, mas ainda é necessária para realizar os outros bons propósitos acima mencionados.
Provavelmente todos nós já fomos testemunhas do comportamento de uma criança que é permitida a fazer tudo o que quer com pouca (às vezes nenhuma) disciplina. Não é nada bonito de se ver! Nem é tal forma de paternidade, pois desgraça a criança a um futuro triste. Tal comportamento vai atrapalhar a criança de formar relacionamentos significantes e de atuar bem em qualquer tipo de ambiente, quer seja socialmente ou em uma profissão. Da mesma forma, disciplina na igreja, mesmo que não seja prazerosa ou fácil, é não só necessária, mas um ato de amor também. Além disso, é comandada por Deus.
O Senhor foi bem claro em Sua Palavra sobre como Ele deseja que Sua igreja na terra seja organizada e administrada. Primeiro, Cristo é o cabeça da igreja e sua suprema autoridade (Efésios 1:22, 4:15; Colossenses 1:18). Segundo, a igreja local é para ser autônoma, livre de qualquer autoridade ou controle externos, com o direito de se auto-governar e deve possuir liberdade da interferência de qualquer forma de hierarquia de indivíduos ou organizações (Tito 1:5). Terceiro, a igreja é para ser governada por uma liderança espiritual que consiste de duas ocupações principais – anciãos e diáconos.
“Anciãos” eram um grupo de liderança entre os israelitas desde o tempo dos livros de Moisés (o Pentateuco). Eles fazem decisões políticas (2 Samuel 5:3; 2 Samuel 17:4,15), chegam a dar conselhos ao rei mais tarde na história (1 Reis 20:7) e a representar o povo em ralação a assuntos espirituais (Êxodo 7:17:5-6, 24:1,9; Números 11:16,24-25). A tradução grega mais antiga do Velho Testamento (LXX) usava a palavra presbíteros para “ancião”. Essa é a mesma palavra grega usava no Novo Testamento que também é traduzida “ancião”.
O Novo Testamento se refere várias vezes aos presbíteros que serviam como líderes da igreja (Atos 14:23; 15:2; 20:17; Tito 1:5; Tiago 5:14) e aparentemente cada igreja tinha mais de um, já que a palavra é geralmente encontrada no plural. As únicas exceções se referem a casos onde um um presbítero está sendo destacado por algum motivo (1 Timóteo 5:1; 1 Timóteo 5:19). Na igreja de Jerusalém, eles faziam parte da liderança junto com os apóstolos (Atos 15:2-16:4).
Zodhiades, no seu livro The Complete Word Study Dictionary: New Testament, define esse grupo de presbíteros da seguinte forma: “Os anciãos das igrejas Cristãs, presbíteros, a quem foi entregue a direção e governo de igrejas individuais, igualam-se a episkopos, quer dizer, bispos (Atos 11:30; 1 Timóteo 5:17).” Dessa forma, Zodhiates iguala “ancião” a um bispo (como episkopos é traduzido). Ele vê o termo “ancião” como se referindo à dignidade do cargo, enquanto bispo denota sua autoridade e deveres (1 Pedro 2:25; 5:1,2,4). Ele destaca que em Filipenses 1:1, Paulo cumprimenta os bispos e diáconos mas não menciona os presbíteros (porque os presbíteros eram a mesma coisa de bispos). Da mesma forma, 1 Timóteo 3:2,8 descreve as qualificações de bispos e diáconos, mas não as de presbíteros pelo mesmo motivo. Tito 1:5 e 1:7 aparenta unir esses dois termos também.
A palavra "pastor" (poimen), em referência ao líder humano de uma igreja, é encontrada apenas uma vez no Novo Testamento, em Efésios 4:11: "E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres". Muitos associam os dois termos "pastores e mestres" como se referindo a indivíduos que têm as duas características. Zodhiates, em sua definição de poimen, afirma que o termo“pastor” se refere ao “guia espiritual de uma certa igreja”.
Há duas passagens que ligam os três termos e aparentam indicar que os três termos se referem ao mesmo cargo. Como indicado acima, diáconos são um grupo separado de servos da igreja e têm uma lista de qualificações que é bem parecida à lista dos bispos (1 Timóteo 3:8-13). Eles ajudam a igreja conforme necessário, como vemos em Atos 6.
De acordo com as passagens acima, aparenta ser o caso que sempre existia uma pluralidade de presbíteros, mas isso não nega o fato de que Deus pode escolher dar a certos presbíteros o dom de ensinar enquanto que a outros o dom de administração, etc. (Romanos 12:3-8; Efésios 4:11); nem nega a Sua chamada desses homens ao ministério no qual eles vão usar esses dons (Atos 13:1). Dessa forma, um ancião pode surgir como o “pastor”, enquanto que algum outro pode fazer a maioria das visitas aos membros por ter o dom de compaixão, e algum outro pode “reinar” no sentido de cuidar de detalhes de organização, etc. Muitas igrejas que são organizadas com uma comissão de pastor e diáconos executam as funções de uma pluralidade de presbíteros por compartilharem a carga do ministério (com os diáconos ensinando escola dominical, etc.) e por trabalharem juntos no processo de fazer decisões. Na Bíblia você também vai ver que tinha muita participação da congregação nas decisões. Portanto, um líder “ditador” que faz todas as decisões (quer seja chamado presbítero, bispo ou pastor) não é bíblico (Atos 1:23, 26; 6:3, 5; 15:22, 30; 2 Coríntios 8:19). Da mesma forma que uma igreja governada por sua congregação e que não considera a participação dos presbíteros e líderes também não é bíblico.
Em resumo, a Bíblia ensina um tipo de liderança que consiste de uma pluralidade de presbíteros com um grupo de diáconos que servem como servos da igreja. Mas não é contrário a essa pluralidade de presbíteros ter um deles assumir o papel principal de “pastor”. Deus chama alguns de pastores / doutores (até mesmo quando Ele chamou alguns para ser missionários em Atos 13) e os entrega como presentes à igreja (Efésios 4:11). Portanto, uma igreja pode ter muitos presbíteros, mas nem todos os presbíteros são chamados para servir a função de pastor. No entanto, como parte do grupo de presbíteros, o pastor ou “presbítero que ensina” não tem mais autoridade no processo de fazer decisões do que qualquer outro presbítero.
Apesar do fato de que a Bíblia não se dirige especificamente ao crescimento da igreja, o princípio por trás do crescimento da igreja é entender o que Jesus disse: “edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18). Paulo confirmou que a igreja tem sua fundação em Jesus Cristo (1 Coríntios 3:11). Jesus Cristo também é o cabeça da igreja (Efésios 1:18-23) e a vida da igreja (João 10:10). Tendo dito isso, é importante lembrar que “crescimento” pode ser um termo relativo. Há tipos diferentes de crescimento, alguns dos quais não têm nada a ver com números.
Uma igreja pode ser viva e estar crescendo, apesar de que o número de membros/frequentadores não muda. Se aqueles na igreja estão crescendo na graça e conhecimento do Senhor Jesus, submetendo-se a Sua vontade para suas vidas, individualmente e conjuntamente, essa é uma igreja que está tendo crescimento verdadeiro. Ao mesmo tempo, uma igreja pode ter mais e mais pessoas frequentando seus cultos semanalmente, ter grandes números, e ainda ser espiritualmente morta.
Crescimento de qualquer tipo segue um modelo característico. Como um organismo em crescimento, a igreja local tem aqueles que plantam a semente (evangelistas), aqueles que regam a semente (pastor/mestres), e aqueles que usam seus dons espirituais para o crescimento espiritual daqueles na igreja local. Mas note que é Deus que dá o crescimento (1 Coríntios 3:7). Aqueles que plantam e aqueles que regam vão receber sua recompensa de acordo com o seu trabalho (1 Coríntios 3:8).
Tem que haver um equilíbrio entre plantar e regar para que uma igreja cresça; isso significa que em uma igreja local saudável cada pessoa precisa saber qual o seu dom espiritual para ela poder funcionar com satisfação dentro do corpo de Cristo. Se o plantar e regar se desequilibram, a igreja não vai prosperar como Deus quer. Claro que precisa haver dependência diária e obediência ao Espírito Santo para que Seu poder possa ser liberado na vida daqueles que plantam e regam e para que o crescimento que vem de Deus possa acontecer.
Finalmente, a descrição de uma igreja viva e crescendo bem é encontrada em Atos 2:42-27, essa passagem afirma que os crentes “perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”. Logo após, ela diz que eles estavam servindo uns aos outros, ajudando aqueles que precisam vir a conhecer o Senhor, e “acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” Quando essas coisas estão presentes, a igreja vai experimentar de crescimento espiritual, quer os seus números cresçam ou não.
Para responder a essa pergunta, precisamos estabelecer a diferença entre 1) denominações dentro do corpo de Cristo e 2) seitas e falsas religiões não-Cristãs. Presbiterianos e Luteranos são denominações Cristãs; Mórmons e Testemunhas de Jeová são seitas (grupos que clamam ser Cristãos mas negam um ou mais princípios básicos da fé Cristã); o Islã e Xintoísmo são religiões completamente separadas.
O aumento de denominações dentro da fé Cristã pode ser ligado à Reforma Protestante, o movimento para “reformar” a Igreja Católica Romana durante o século 16. Desse movimento quatro divisões ou tradições principais surgiram: Luterana, Reformada, Anabatista e Anglicana. Dessas quatro, outras denominações surgiram com o passar dos séculos. A denominação Luterana foi assim chamada por causa de Martinho Lutero e foi baseada em seus ensinamentos. Os Metodistas foram assim chamados porque o seu fundador, John Wesley, era famoso por sugerir “métodos” para o crescimento espiritual. Presbiterianos são assim chamados por causa da sua concepção de liderança na igreja – a palavra grega para ancião é presbyteros. Batistas são assim chamados por sempre terem enfatizado a importância do batismo. Cada denominação tem uma pequena diferença em sua doutrina ou ênfase, tais como: o método de batismo, a disponibilidade da Santa Ceia a todos ou apenas àqueles cujos testemunhos podem ser verificados pelos líderes da igreja; a soberania de Deus versus livre arbítrio em relação à salvação; o futuro de Israel e da igreja; o papel das obras para salvação; arrebatamento antes ou depois da tribulação; a existência dos dons de “sinais” na era moderna, etc, etc. O ponto principal dessas divisões nunca é Cristo como Senhor e Salvador, mas sim diferenças honestas de pessoas devotas, apesar de não perfeitas, que querem honrar a Deus e manter pureza doutrinária de acordo com sua consciência e seu entendimento da Bíblia.
Denominações hoje em dia são muitas e variadas. As denominações principais mencionadas acima têm tido várias subdivisões, tais como Assembléias de Deus, Aliança Cristã e Missionária, Nazarenos, Evangélica Livre, igrejas Bíblicas independentes, entre outras. Algumas denominações enfatizam pequenas diferenças doutrinárias, mas geralmente é o caso que elas apenas oferecem estilos diferentes de louvor para acomodar os gostos e preferências diferentes dos Cristãos. Mas não se engane: nós, como Cristãos, precisamos concordar com os pontos básicos da fé; mas além disso, tem grande espaço para variação em como um Cristão deve louvar quando em um ambiente coletivo. Esse espaço é o que causa tantos “sabores” diferentes de Cristianismo. A Igreja Presbiteriana de Mbale, Uganda, tem um estilo diferente de louvor da Igreja Presbiteriana de Denver, mas o ensino doutrinário é o mesmo. Diversidade é uma coisa boa, mas desunião não. Se duas igrejas discordam de acordo com sua doutrina, é importante ter debate e diálogo sobre a Palavra de Deus. Esse tipo de “ferro com o ferro se afia” (Provérbios 27:17) é proveitoso a todos. Se, no entanto, elas discordam quanto ao estilo ou forma, é melhor que permaneçam separados. Entretanto, essa separação não suspende a responsabilidade que os Cristãos têm de amar uns aos outros (1 João 4:11-12) e, no final das contas, de ser unidos em Cristo (João 17:21-22).
Quando procurando por uma igreja, o Cristão deve começar com a Declaração de Fé daquela igreja. Em que a igreja acredita e o que ela pratica devem concordar com as doutrinas de fé como descritas na Bíblia. O que devemos procurar é um corpo de crentes onde o Evangelho de Cristo é pregado, a autoridade da Bíblia é a verdade que governa, a suficiência das Escrituras é afirmada, onde podemos crescer em nosso relacionamento com o Senhor, onde podemos ministrar ao corpo com os nossos dons espirituais, proclamando o Evangelho e glorificando a Deus. A igreja é importante e todos os crentes devem pertencer a um corpo que segue os critérios acima. Precisamos de relacionamentos que só podem ser achados no corpo de Cristo, precisamos do apoio que apenas uma igreja pode oferecer, e precisamos servir a Deus coletivamente e individualmente também.
A Bíblia diz que “há um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Efésios 4:5). Essa passagem enfatiza a união que deve existir no Corpo de Cristo, já que somos todos habitados por “um Espírito” (versículo 4). No versículo 2, Paulo faz um apelo por humildade, mansidão, longanimidade e amor – os quais são todos necessários para preservar a união. De acordo com 1 Coríntios 2:10-13, o Espírito Santo conhece as coisas de Deus (versículo 11), as quais Ele revela (versículo 10) e ensina (versículo 13) àqueles em quem Ele habita. Essa atividade do Espírito Santo é chamada de iluminação.
Em um mundo perfeito, todo Cristão deve estudar a Bíblia fielmente (2 Timóteo 2:5), orando sempre e dependendo da iluminação do Espírito Santo. No entanto, não vivemos em um mundo perfeito. Nem todo mundo que possui o Espírito Santo na verdade escuta o Espírito Santo. Há Cristãos que O entristecem (Efésios 4:30). Pergunte a qualquer educador – até mesmo o melhor professor tem alunos impertinentes que ficam resistindo aprender, não importando o que o professor faça. Então, um motivo pelo qual pessoas diferentes têm interpretações diferentes da Bíblia é que elas simplesmente não escutam ao Professor. Veja a seguir alguns outros motivos para a grande divergência de crenças entre aqueles que ensinam a Bíblia:
1. Incredulidade. O fato é que muitos que clamam ser Cristãos nunca nasceram de novo. Eles usam o rótulo de “Cristão”, mas nunca houve mudança verdadeira no coração. Muitos ousam ensinar a Bíblia, mas nem acreditam que a Bíblia é verdade. Eles dizem que falam por Deus, mas vivem em um estado de descrença. A maioria das interpretações falsas vêm de tais fontes.
É impossível para um incrédulo interpretar as Escrituras corretamente. “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus..... e não pode entendê-las” (1 Coríntios 2:14). Um homem que não é salvo (alguém que não tem o Espírito Santo) não pode entender a verdade da Bíblia. Ele não tem nenhuma iluminação. Além disso, ser um pastor ou teólogo não garante a sua salvação.
Um exemplo de caos criado por descrença é encontrado em João 12:28-29. Jesus ora ao Pai, dizendo: “Pai, glorifica o teu nome”. O Pai responde com uma voz audível do céu, que todo mundo que lá estava escutou. Note, no entanto, a diferença em interpretação: “A multidão, pois, que ali estava, tendo ouvido a voz, dizia ter havido um trovão. Outros diziam: ‘Foi um anjo que lhe falou.’” Todo mundo escutou a mesma coisa - uma declaração inteligível do céu – mas todo mundo ouviu apenas o que queria ouvir.
2. Falta de preparação. O Apóstolo Pedro nos adverte contra aqueles que “deturpam (interpretam de modo incorreto)” as Escrituras. Ele atribui seus ensinamentos falsificados, em parte, ao fato de que são “ignorantes” (2 Pedro 3:16). Timóteo foi encorajado a “apresentar-te a Deus aprovado” (2 Timóteo 2:15). Não há nenhum atalho para uma boa interpretação bíblica; temos que estudar.
3. Hermenêutica pobre. Muito erro tem sido promulgado por causa de uma simples falha de utilizar boa hermenêutica (a ciência de interpretar as Escrituras). Tirar um verso do seu contexto imediato pode causar grande dano à intenção do versículo. Ignorar o contexto de um capítulo ou livro onde o versículo é encontrado, ou falha em entender o contexto histórico e cultural também podem causar problemas.
4. Ignorância da Palavra de Deus como um todo. Apolo era um pregador poderoso e articulado, mas ele só conhecia o batismo de João. Ele não conhecia a Jesus e Sua provisão de salvação, por isso sua mensagem era incompleta. Áquila e Priscila “tomaram-no consigo e, com mais exatidão, lhe expuseram o caminho de Deus” (Atos 18:24-28). Depois disso, Apolo pregou Jesus Cristo. Alguns grupos e indivíduos de hoje têm uma mensagem incompleta porque eles se concentram em certas passagens e excluem outras. Eles falham em comparar Escritura com Escritura.
5. Egoísmo e orgulho. Triste dizer que muitas interpretações da Bíblia são baseadas nas inclinações pessoais de certas pessoas ou suas doutrinas preferidas. Algumas pessoas vêem a oportunidade de avanço pessoal ao promover uma “nova perspectiva” da Bíblia. Veja a descrição de mestres falsos na epístola de Judas.
6. Fracasso para amadurecer. Quando Cristãos não estão amadurecendo do jeito que deveriam, o jeito que manejam a Palavra de Deus é afetado. “Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido.... porque ainda sois carnais” (1 Coríntios 3:2-3). Um Cristão imaturo não está pronto para o “alimento mais sólido” da Palavra de Deus. Note que a prova da carnalidade da igreja de Corinto é a divisão em sua igreja (versículo 4).
7. Ênfase exagerada em tradição. Algumas igrejas clamam crer na Bíblia, mas sua interpretação é sempre filtrada pela tradição já estabelecida da sua igreja. Quando a tradição e ensino da Bíblia estão em conflito, tradição acaba tendo precedência. Isso efetivamente nega a autoridade da Palavra e concede supremacia à liderança da igreja.
Nos assuntos básicos, a Bíblia é bastante clara. Não há nada ambíguo sobre a divindade de Cristo, a realidade de céu e inferno, a salvação pela graça através da fé. Em alguns assuntos de menos importância, no entanto, a instrução das Escrituras é menos clara, e isso naturalmente acaba levando a interpretações diferentes. Por exemplo, não temos nenhum comando bíblico direto quanto à frequência da comunhão, estrutura do governo da igreja ou que estilo de música usar. Cristãos honestos e sinceros podem ter interpretações diferentes das passagens que se dirigem a esse assuntos periféricos.
O mais importante é ser dogmático onde a Bíblia é dogmática e evitar ser dogmático onde a Bíblia não é. As igrejas devem tentar seguir o modelo deixado pela igreja primitiva de Jerusalém: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (Atos 2:42). Havia união na igreja primitiva porque eles perseveraram na doutrina dos apóstolos. Haverá união novamente na igreja quando voltarmos à doutrina dos apóstolos e abrirmos mão das outras doutrinas, modas e influências que infiltraram a igreja.
Primeiro, é importante ressaltar que “tantos” não é uma caracterização correta. Pode até parecer que muitos líderes Cristãos evangélicos façam parte de escândalos, mas isso é por causa da atenção exagerada que tais escândalos recebem. Há milhares de líderes Cristãos evangélicos, pastores, professores, missionários, escritores e evangelistas que nunca fizeram parte de nada “escandaloso”. A grande maioria dos líderes Cristãos evangélicos são homens e mulheres que amam a Deus, são fiéis aos seus cônjuges e famílias, e tratam de suas atividades com grande honestidade e integridade. O fracasso de alguns não deve ser usado para atacar o caráter de todos.
Tendo dito isso, ainda existe o problema de que escândalos às vezes acontecem dentre aqueles que professam ser Cristãos evangélicos. Líderes Cristãos notáveis têm sido expostos por terem cometido adultério ou participado em prostituição. Alguns Cristãos evangélicos têm sido culpados de fraude com seus impostos ou outras ilegalidades financeiras. Por que isso acontece? Há pelo menos três explicações principais: (1) Alguns daqueles que dizem ser Cristãos evangélicos são charlatões, (2) alguns líderes Cristãos evangélicos acabam se deixando influenciar pelo orgulho, (3) Satanás e seus demônios atacam e instigam mais agressivamente aqueles que estão em liderança Cristã porque eles sabem que um escândalo que envolve um líder pode ter resultados devastadores, tanto nos Cristãos como nos não-Cristãos.
(1) Alguns “Cristãos evangélicos” que são pegos em escândalos são charlatões e profetas falsos. Jesus advertiu: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis” (Mateus 7:15-20). Profetas falsos fingem ser homens e mulheres devotos, e aparentam ser líderes evangélicos sólidos. No entanto, os “frutos” (escândalos) eventualmente revelam que eles são o contrário do que clamavam ser. Ao agir assim, eles seguem o exemplo de Satanás: “E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras” (2 Coríntios 11:14-15).
(2) A Bíblia deixa bem claro que “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” (Provérbios 16:18). Tiago 4:6 nos relembra: “Antes, ele dá maior graça; pelo que diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes”. A Bíblia repetidamente nos adverte contra o orgulho. Muitos líderes Cristãos começam um ministério com um espírito de humildade e dependência em Deus, mas quando o ministério começa a crescer e ter sucesso, enquanto louvam a Deus com seus lábios, eles na verdade tentam construir o ministério com suas próprias forças e sabedoria. Esse tipo de orgulho leva à queda. Deus, através do profetas Oséias, advertiu: “Quando tinham pasto, eles se fartaram, e, uma vez fartos, ensoberbeceu-se-lhes o coração; por isso, se esqueceram de mim” (Oséias 13:6).
(3) Satanás sabe que ao influenciar um escândalo com um líder evangélico Cristão, ele pode ter um impacto muito poderoso. Da mesma forma que o adultério do Rei Davi com Bate-Seba e assassinato arranjado de Urias causaram grande dano à família de Davi e à nação inteira de Israel – dessa mesma forma muitas igrejas e ministérios têm sido danificados e destruídos por causa do fracasso de seu líder. Muitos Cristãos enfraqueceram sua fé como resultado de ver o seu líder cair. Muitos incrédulos usam o fracasso de líderes “Cristãos” como um motivo pelo qual rejeitam o Cristianismo. Satanás e seus demônios sabem disso, e por isso dirigem seus ataques contra aqueles que exercem liderança. A Bíblia adverte a nós todos: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1 Pedro 5:8).
Como devemos responder quando um líder Cristão evangélico for acusado ou pego em um escândalo? (1) Não escute ou aceite acusações sem base e sem fundamento (Provérbios 18:8,17; 1 Timóteo 5:19). (2) Siga o procedimento bíblico apropriado para repreender aqueles que pecaram (Mateus 18:15-17; 1 Timóteo 5:20). Se o pecado for provado e for severo, a remoção permanente da liderança do ministério deve ser reforçada (1 Timóteo 3:1-13). (3) Perdoe aqueles que pecaram (Efésios 4:32; Colossenses 3:13), e quando arrependimento for provado, restaure a sua comunhão com eles. (Gálatas 6:1; 1 Pedro 4:8). (4) Seja fiel em orar pelos seus líderes. Por sabermos dos problemas que têm que enfrentar, as tentações que enfrentam, e o estresse que têm que aguentar, devemos estar orando pelos nossos líderes, pedindo a Deus que os fortaleça, proteja e encoraje. (5) Mais importante, encare o fracasso de um líder Cristão evangélico como um lembrete para colocar sua fé em Deus, e Deus apenas. Deus nunca falha, nunca peca, e nunca mente. “Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória” (Isaías 6:3).
A história do Cristianismo é na verdade a história da civilização ocidental. O Cristianismo tem tido uma influência marcante na sociedade como um todo – arte, linguagem, política, lei, vida familiar, datas no calendário, música e a forma que pensamos – tudo sem sido colorido pela influência Cristã por quase dois milênios. A História da Igreja, portanto, é muito importante saber.
História do Cristianismo – O Início da Igreja
A igreja começou 40 dias depois da ressurreição de Jesus (35 D.C.). Jesus tinha prometido que iria construir a Sua igreja (Mateus 16:18), e com a vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes (Atos 2:1-4), a Igreja – ekklesia (a “assembleia convocada”) - começou oficialmente. Três mil pessoas responderam ao sermão de Pedro naquele dia e escolheram seguir a Cristo.
Os novo convertidos ao Cristianismo eram judeus ou prosélitos ao Judaísmo, e a igreja era localizada em Jerusalém. Por causa disso, o Cristianismo foi visto de primeira como um culto, parecido com os fariseus, saduceus e essênios. No entanto, a pregação dos apóstolos era completamente diferente dos ensinamentos dos outros grupos judeus. Jesus era o Messias judeu (o Rei ungido) que tinha vindo cumprir a Lei (Mateus 5:17) e instituir a Nova Aliança baseada em Sua morte (Marcos 14:24). Essa mensagem, com a acusação de que eles tinham assassinado o seu próprio Messias, enfureceu muitos líderes judeus, e alguns, como Paulo de Tarso, fizeram algo para exterminar “o Caminho” (Atos 9:1-2).
É certo dizer que o Cristianismo tem suas raízes no Judaísmo. O Antigo Testamento preparou a fundação para o Novo, e é impossível compreender totalmente o Cristianismo sem um conhecimento básico do Antigo Testamento (veja os livros de Mateus e Hebreus). O Antigo Testamento explica a necessidade de um Messias, contém a história do Seu povo e prediz a Sua vinda. O Novo Testamento, então, é sobre a vinda desse Messias e o Seu trabalho para nos salvar dos nossos pecados. Em Sua vida, Jesus cumpriu mais de 300 profecias específicas, provando que Ele era o Messias antecipado no Antigo Testamento.
Em mais ou menos 70 D.C., Jerusalém foi destruída, os livros do Novo Testamento foram completados e começaram a circular pelas igrejas. Pelos próximos 240 anos, os Cristãos foram perseguidos por Roma – às vezes aleatoriamente, às vezes por decreto do governo.
História do Cristianismo – A Ascensão da Igreja Romana
Então, em 312 D.C., o Imperador Romano Constantino clamou ter se convertido. Mais ou menos 70 anos depois, durante o reino de Teodósio, o Cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano. Bispos passaram a ocupar posições de honra no governo, e em mais ou menos 400 D.C., os termos Romano e Cristão eram praticamente sinônimos.
Através dos próximos séculos, vários conselhos se reuniram na tentativa de determinar a doutrina oficial da igreja, criticar os abusos por parte dos clérigos, e fazer um acordo entre os partidos que estavam lutando entre si. Quando o Império Romano ficou mais fraco, a Igreja se tornou mais poderosa, e muitas discórdias passaram a acontecer entre as igrejas do Ocidente e as do Oriente. A Igreja Ocidental (Latina), localizada em Roma, clamava autoridade apostólica sobre todas as outras igrejas. O bispo de Roma tinha até começado a se chamar de “Papa” (o Pai). A Igreja Oriental (grega), localizada em Constantinopla, não aceitou isso muito bem. Divisões teológicas, políticas, procedimentais e linguísticas contribuíram para o Grande Cisma do Oriente em 1054, no qual a Igreja Católica Romana (“Universal”) e a Igreja Ortodoxa excomungaram uma à outra e quebraram todos os laços.
História do Cristianismo – A Idade Média
Durante a Idade Média na Europa, a Igreja Católica Romana continuou a ter poder, com os papas clamando autoridade sobre todas as áreas da vida e vivendo como reis. Corrupção e avareza na liderança da igreja eram muito comuns. De 1095 a 1204, os papas endorsaram uma série de cruzadas sangrentas e caras na tentativa de repelir avanços muçulmanos e de libertar Jerusalém.
História do Cristianismo – A Reforma
Com o passar dos anos, várias pessoas tentaram chamar a atenção aos abusos teológicos, políticos e de direitos humanos da Igreja Romana. Todos tinham sido silenciados de uma forma ou outra. No entanto, em 1517, um monge alemão chamado Martinho Lutero confrontou a Igreja, e todo mundo escutou. Com Lutero veio a Reforma Protestante, e a Idade Média chegou ao fim.
História do Cristianismo – A Era de Missões
De 1790 a 1900, a Igreja mostrou um interesse sem precedente em trabalho missionário. A colonização tinha aberto os olhos à necessidade para missões, e a industrialização tinha providenciado dinheiro suficiente para as pessoas sustentarem missionários. Missionários foram enviados ao mundo todo para pregar o evangelho, e muitas igrejas foram estabelecidas.
História do Cristianismo – A Igreja Moderna
Hoje, a igreja Católica Romana e a Igreja Ortodoxa têm seguido certos passos para consertar o relacionamento quebrado, assim como os Católicos e Luteranos. A igreja evangélica é fortemente independente e firmada na teologia reformada. A Igreja também tem visto a ascensão do pentecostalismo, do movimento carismático, do ecumênico e de vários cultos.
História do Cristianismo – O que aprendemos da nossa História
Se não aprendermos nada mais da História de Igreja, devemos pelo menos reconhecer a importância de que a “palavra de Cristo habite em vós abundantemente” (Colossenses 3:16). Cada um de nós é responsável por conhecer as Escrituras e por viver de acordo com o que ela ensina. Quando a igreja esquece o que a Bíblia ensina e ignora o que Jesus ensinou, caos reina.
Há muitas igrejas hoje, mas apenas um evangelho, a “fé que uma vez foi dada aos santos” (Judas 3). Que sejamos cuidadosos em preservar essa fé e passá-la adiante sem qualquer alteração, e que o Senhor continue a cumprir a Sua promessa de estabelecer a Sua Igreja.
Há três interpretações possíveis para “esposo de uma só mulher” em 1 Timóteo 3:2. (1) Talvez essa passagem esteja dizendo apenas que um polígamo não é qualificado para ser um pastor/ presbítero/ diácono. Essa é a interpretação mais literal da frase, mas aparenta ser improvável já que poligamia era bem rara durante a época que Paulo estava escrevendo. (2) A frase também pode ser traduzida como “homem de uma mulher só”. Isso indicaria que um bispo deve ser completamente leal à mulher com quem é casado. Essa interpretação se focaliza mais em pureza moral do que em estado civil. (3) Essa frase também pode estar declarando que para ser um pastor/presbítero/diácono, um homem só pode ter sido casado uma vez, com exceção do caso de um viúvo que se casou de novo.
As interpretações (2) e (3) são as mais prevalentes hoje. Eu tenho a tendência de aceitar a interpretação número 2, primeiramente porque a Bíblia aparenta permitir o divórcio em circunstâncias excepcionais (Mateus 19:9; 1 Coríntios 7:12-16). Também é importante diferenciar entre um homem que era divorciado e casou de novo antes de se converter de um homem que se divorciou e casou de novo depois de se converter. Eu não acho que um homem que seja qualificado em todas as outras áreas não pode exercer liderança na igreja por causa das ações que cometeu antes de vir a Cristo como Salvador. Apesar de não acreditar que 1 Timóteo 3:2 exclua necessariamente um homem divorciado ou casado de novo de ser um pastor/presbítero/diácono, há outros problemas a serem considerados.
A primeira qualificação de um pastor/presbítero/diácono é que ele seja “irrepreensível” (1 Timóteo 3:2). Se divórcio/ novo casamento resulta em um pobre testemunho para aquele homem em sua igreja ou comunidade, talvez a qualificação de ser “irrepreensível” o exclua, ao invés da exigência de “esposo de uma só mulher”. Um pastor/presbítero/diácono é para ser um homem do qual a igreja e comunidade podem se orgulhar e ter como exemplo de um líder que é como a Cristo e tem liderança religiosa. Se seu divórcio/ novo casamento detrata desse objetivo, talvez ele não deva exercer a posição de pastor/ presbítero/diácono. É importante lembrar, no entanto, que só porque um homem é desqualificado de servir como um pastor/presbítero/diácono, que isso não significa que ele não é um membro valioso do Corpo de Cristo. Todo Cristão possui dons espirituais (1 Coríntios 12:4-7) e é chamado para edificar outros crentes com seus dons (1 Coríntios 12:7). Um homem que é desqualificado da posição de pastor/ presbítero/diácono ainda pode ensinar, pregar, servir, orar, louvar e fazer uma parte importante da liderança da igreja.
A resposta mais simples para essa pergunta é encontrada no sentido da palavra “batizar”. Seu sentido vem da palavra grega que significa “submergir em água”. Portanto, batismo por aspersão é um paradoxo, algo que se contradiz. Batismo por aspersão significa "submergir em água por salpicar água na cabeça da pessoa". Batismo, por definição própria, tem que ser um ato de imersão na água.
O batismo ilustra a identificação do crente com a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus. "Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida" (Romanos 6:3-4). A ação de ser imerso em água retrata sendo sepultado com Cristo. A ação de sair da água retrata a ressurreição de Cristo. Como resultado, o batismo por imersão é o único método de batismo que ilustra sendo enterrado com Cristo e sendo ressuscitado com Ele. Batismo por aspersão começou a ser praticado como resultado de uma prática não bíblica de batizar bebês. Para mais informações sobre o batismo de bebês, veja “O que diz a Bíblia sobre o batismo de bebês?”
Batismo por imersão, enquanto é a forma mais bíblica de se identificar com Cristo, não é (como alguns acreditam) um pré-requisito para salvação. É na verdade um ato de obediência ao comando de “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado” (Atos 2:38). Aqueles que acreditam em regeneração batismal não compreendem que a parte de se “arrepender” é que é necessária à salvação, não o ato através do qual declaramos esse arrependimento ao mundo.
Em Colossenses 2:16-17, o Apóstolo Paulo declarou: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo”. Da mesma forma, Romanos 14:5 diz: “Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente”. Essas passagens deixam bem claro que, para o Cristão, guardar o Sábado é uma questão de liberdade espiritual, não um comando de Deus. Guardar o Sábado é um assunto sobre o qual a Palavra de Deus nos diz para não julgarmos uns aos outros. Guardar o Sábado é uma questão que cada Cristão deve estar convencido em sua própria mente.
Nos primeiros capítulos do livro de Atos, os primeiros Cristãos eram predominante judeus. Quando gentios começaram a receber o dom da salvação através de Jesus Cristo, os Cristãos judeus tinham um dilema: quais aspectos da Lei Mosaica e tradição israelita os Cristãos gentios deveriam ser instruídos a obedecer? Os apóstolos se reuniram e discutiram sobre o assunto no conselho de Jerusalém (Atos 15). A decisão foi: “Pelo que, julgo eu, não devemos perturbar aqueles que, dentre os gentios, se convertem a Deus, mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, bem como das relações sexuais ilícitas, da carne de animais sufocados e do sangue” (Atos 15:19-20). Guardar o Sábado não era um dos mandamentos que os apóstolos julgaram ser necessário reforçar aos crentes gentios. É inconcebível que os apóstolos iriam deixar de incluir o guardar o Sábado se esse ainda fosse um comando de Deus para os Cristãos.
Um erro comum no debate de guardar o Sábado é o conceito de que o Sábado era o dia de louvor. Grupos como os Adventistas do Sétimo Dia defendem a idéia de que Deus exige que o culto da igreja seja no Sábado, o dia santo. Não é isso que o comando do Sábado era. O comando do Sábado era para não trabalhar naquela dia (Êxodo 20:8-11). Em nenhum lugar das Escrituras o sábado era para ser um dia de louvor. Sim, judeus no Velho Testamento, Novo Testamento e tempos modernos usam o sábado como um dia de louvor, mas essa não é a essência do comando do Sábado. No livro de Atos, quando uma reunião está acontecendo no dia de sábado, é uma reunião dos judeus, não dos Cristãos.
Quando os primeiros Cristãos se reuniam? Atos 2:46-47 nos dá a resposta: “Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”. Se tinha um dia que os Cristãos se reuniam regularmente era o primeiro dia da semana (nosso domingo), não no dia de sábado (Atos 20:7; 1 Coríntios 16:2). Em homenagem à ressurreição de Cristo no domingo, os primeiros Cristãos observaram o domingo, não como o “sábado Cristão”, mas como um dia para louvar e glorificar a Jesus Cristo de uma forma especial.
Há algo errado em louvar no sábado? Claro que não! Devemos louvar a Deus todos os dias, não só no sábado ou domingo! Muitas igrejas de hoje têm cultos no sábado e domingo. Há liberdade em Cristo (Romanos 8:21; 2 Coríntios 3:17; Gálatas 5:1). Um Cristão deve praticar guardar o sábado, quer dizer, não trabalhar nos sábados? Se um Cristão acha que deve fazer isso, absolutamente, sim (Romanos 14:5). No entanto, aqueles que escolhem guardar o sábado não devem julgar aqueles que não guardam o sábado (Colossenses 2:16). Além disso, aqueles que não guardam o sábado devem evitar ser uma pedra de tropeço (1 Coríntios 8:9) para aqueles que guardam o sábado. Gálatas 3:13-15 resume bem esse assunto: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede que não sejais mutuamente destruídos”.
Para entender a diferença entre a igreja local e a igreja universal, é necessário definir cada uma individualmente. A igreja local é um grupo de crentes em Jesus Cristo que se reunem em uma localidade em particular regularmente. A igreja universal é composta de todos os crentes em Jesus Cristo do mundo todo. O termo “igreja” vem de pelo menos duas palavras. Uma das palavras tem a ver com reunir-se juntos ou “assembléia” (1 Tessalonicenses 2:14; 2 Tessalonicenses 1:1). Essa palavra está relacionada com o trabalho de Deus em salvar e santificar os crentes como aqueles que foram “convocados/chamados para fora”. Quando a palavra igreja é achada na Bíblia em inglês, a palavra usada é essa. A segunda palavra é uma que fala de posse e significa literalmente: “pertencente ao Senhor”. Essa é a palavra que é transliterada na atual palavra “igreja”. Essa palavra grega só é usada duas vezes no Novo Testamento e nunca é usada diretamente para nomear a igreja (1 Coríntios 11:20; Apocalipse 1:10).
Uma igreja local é definida como uma assembléia local daqueles que professam fé e lealdade a Cristo. Frequentemente a palavra grega ekklesia é usada em referência à igreja local (1 Tessalonicenses 1:1; 1 Coríntios 4:17; 2 Coríntios 11:8). Não há apenas uma igreja local em certa área necessariamente. Existem muitas igrejas locais em cidades grandes.
A igreja universal é o nome dado à igreja mundial. Nesse caso, a idéia da igreja não é tanto a assembléia em si, mas aqueles que fazem parte dela. A igreja é a igreja mesmo quando não está tendo uma reunião oficial. Em Atos 8:3, é possível ver que a igreja é a igreja mesmo quando eles estão em casa. Ao examinar o texto de Atos 9:31, podemos observar que certas traduções em inglês usam a palavra igreja no plural, mas esse não deve ser o caso. A palavra deve ser no singular para descrever a igreja universal, não apenas as igrejas locais. Alguns tentam descrever a igreja universal como a igreja invisível. Tenha cuidado para não fazer isso. A igreja universal nunca é descrita na Bíblia como sendo invisível e com certeza não é para ser invisível. Veja a seguir mais alguns versículos que falam da igreja universal: 1 Coríntios 12:28; 15:9; Mateus 16:18; Efésios 1:22-23; Colossenses 1:18.
O movimento para restaurar os ofícios de apóstolo e profeta baseia em Efésios 4:11-12 a sua afirmação de que os apóstolos e profetas devem ser uma parte da igreja hoje: "E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo."
Durante o primeiro século da igreja, havia um ofício de apóstolo e um dom espiritual de apostolado. O ofício ou posição de apóstolo era mantido pelos 12 discípulos de Jesus, Matias, o qual assumiu o lugar de Judas, e Paulo. Os apóstolos foram escolhidos especificamente por Cristo (Marcos 3:16-19). A escolha de um substituto para Judas é vista em Atos 1:20-26. Note nesta passagem que a posição de Judas também é chamada de “ministério”. Também deve ser destacado que Paulo foi escolhido por Cristo (1 Coríntios 15:8-9; Gálatas 1:1; 2:6-9). Estes homens receberam a tarefa de estabelecer a fundação da igreja universal (Efésios 2:20), o que foi realizado no primeiro século. É por isso que o ofício de apóstolo não está mais em vigor. Uma vez que a fundação é estabelecida, não precisamos mais de pessoas para esse cargo.
Havia também o dom espiritual do apostolado (isto não é para ser confundido com o ofício – eles são distintos um do outro). Entre aqueles que tinham o dom espiritual estavam Tiago (1 Coríntios 15:7; Gálatas 1:19), Barnabé (Atos 14:4,14; 1 Coríntios 9:6), Andrônico e Júnias (Romanos 16:7), possivelmente também Silas e Timóteo (1 Tessalonicenses 1:1; 2:7), e Apolo (1 Coríntios 4:6, 9). Este último grupo tinha o dom do apostolado, mas não o "ofício" apostólico mantido pelos Doze e Paulo. Aqueles que tinham o dom do apostolado, então, eram aqueles que carregavam a mensagem do evangelho com a autoridade de Deus. A palavra apóstolo significa "enviado como representante de autoridade". Isto também era verdade daqueles que ocupavam o cargo de apóstolo (como Paulo) e daqueles que tinham o dom espiritual (como Apolo). Embora existam homens assim hoje, homens enviados por Deus para pregar o evangelho, é melhor NÃO se referir a eles como apóstolos por causa da confusão que isso causa. Muitos não estão cientes dos dois diferentes usos do termo apóstolo.
O dom de profecia também era um dom temporário dado por Cristo para construir a fundação da igreja universal (Efésios 2:20). O profeta proclamava uma mensagem do Senhor para os crentes do primeiro século. Esses crentes não desfrutavam da vantagem que temos hoje de ter uma Bíblia completa. O último livro do Novo Testamento (Apocalipse) não foi concluído até o final do primeiro século. Sendo assim, o Senhor providenciou homens dotados chamados de profetas que anunciavam mensagens de Deus até o cânone das Escrituras estar completo.
Deve-se ressaltar que o ensino atual da restauração dos profetas e apóstolos está longe da descrição bíblica dos homens que tinham o dom da profecia e o ofício de apóstolo. Aqueles que defendem tal restauração ensinam que não se deve falar contra ou questionar os apóstolos e profetas, pois falar contra eles é falar contra Deus. No entanto, o apóstolo Paulo elogiou o povo de Bereia por verificar o que ele pregava com a Palavra de Deus para ter certeza de que falava a verdade (Atos 17:10-11). O apóstolo Paulo também afirmou aos na Galácia que se alguém, incluindo ele próprio, ensinasse um outro evangelho, essa pessoa devia ser "anátema" (Gálatas 1:8-9). Em tudo, Paulo sempre apontava as pessoas à Bíblia como a autoridade final. Os homens que se dizem apóstolos e profetas hoje tornam-se a autoridade final, algo que Paulo e os Doze nunca fizeram.
Também deve ser destacado que a Escritura se refere aos apóstolos e profetas no pretérito. Segundo Pedro 3:2 e Judas 3-4 afirmam que as pessoas não devem se desviar da mensagem que os apóstolos deram (passado). Hebreus 2:3-4 também fala no pretérito daqueles que realizavam (passado) "sinais, prodígios e vários milagres" através dos dons do Espírito Santo.
As Escrituras não indicam que uma pessoa deva ser batizada antes de poder receber a Ceia do Senhor. No entanto, a mesma condição tanto para o batismo quanto para participar da Ceia do Senhor é a salvação através da fé na morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo.
A Ceia do Senhor foi instituída por Jesus ao comer a Páscoa com Seus discípulos na noite antes da Sua crucificação (Mateus 26:20-28). Em Mateus 28:19, após a morte e ressurreição de nosso Senhor, Ele deu a Grande Comissão aos Seus discípulos para irem por todo o mundo e ensinar o Seu evangelho. Junto com a comissão, Jesus deu um comando para batizar os novos crentes. O batismo na água em nome da Trindade tem sido praticado pela Igreja desde o seu início. A única exigência, como dito acima, é que a pessoa tenha confiança no Senhor Jesus Cristo como Salvador. O batismo é um retrato da experiência de salvação e um ato de obediência ao nosso Senhor. É considerado por muitos estudiosos da Bíblia como o primeiro passo do discipulado cristão.
A Ceia do Senhor é uma forma dos crentes em Cristo terem comunhão com o seu Senhor e lembrarem-se de Sua morte. O batismo é uma importante marca de identificação dos crentes em Cristo. Alguém que nunca foi batizado pode até ser um crente, mas ainda não se identificou publicamente como um e nem deu o primeiro passo de obediência a Cristo. Talvez este seja o motivo pelo qual algumas igrejas exijam o batismo antes da participação na Ceia do Senhor. No entanto, novamente, a Escritura em nenhum lugar nos dá esta instrução.
O significado da palavra grega do Novo Testamento na maioria das vezes traduzida como "adoração" (proskuneo) é "prostrar-se diante" ou "curvar-se diante". A adoração é uma atitude do espírito. Já que é uma ação interna e individual, os cristãos adoram o tempo todo, sete dias por semana. Quando os cristãos se reúnem formalmente em adoração, a ênfase ainda deve estar em individualmente adorar o Senhor. Mesmo como parte de uma congregação, cada participante precisa estar ciente de que está adorando a Deus numa base individual.
A natureza do louvor cristão é de dentro para fora e tem duas qualidades igualmente importantes. Devemos adorar "em espírito e em verdade" (João 4:23-24). Adorar no espírito não tem nada a ver com a nossa postura física, mas com o nosso ser mais profundo e exige várias coisas. Primeiro, devemos nascer de novo. Sem o Espírito Santo residindo em nós, não podemos responder a Deus em adoração porque não o conhecemos. "Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus" (1 Coríntios 2:11 b). O Espírito Santo dentro de nós é quem energiza a adoração porque Ele está, em essência, glorificando a Si mesmo, e toda a adoração verdadeira glorifica a Deus.
Em segundo lugar, adorar em espírito requer uma mente centrada em Deus e renovada pela verdade. Paulo nos exorta a "apresentar os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente" (Romanos 12:1b, 2b). Só quando nossas mentes são transformadas de estarem focalizadas nas coisas do mundo para estarem focalizadas em Deus é que podemos adorar em espírito. Distrações de vários tipos podem inundar as nossas mentes à medida que tentamos louvar e glorificar a Deus, impedindo a nossa verdadeira adoração.
Em terceiro lugar, só podemos adorar em espírito quando temos um coração puro, aberto e arrependido. Quando o coração do rei Davi se encheu de culpa pelo seu pecado com Bate-Seba (2 Samuel 11), ele achou impossível adorar. Ele se sentia como se Deus estivesse longe dele, e "bramiu durante o o dia todo", sentindo a mão pesada de Deus sobre ele (Salmo 32:3, 4). Entretanto, ao confessar o seu pecado, a comunhão com Deus foi restaurada e adoração e louvor jorraram do seu ser. Ele entendeu que "O sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e contrito" (Salmo 51:17). Louvor e adoração a Deus não podem vir de corações cheios de pecado ainda não confessados.
A segunda qualidade da verdadeira adoração é que seja feita "em verdade". Toda adoração é uma resposta à verdade, e o que poderia ser um melhor indicador da verdade do que a Palavra de Deus? Jesus disse ao Pai: "A tua palavra é a verdade" (João 17:17b). Salmo 119 diz: "Tua lei é a verdade" (v. 142b) e "A tua palavra é verdade" (v. 160a). Para realmente adorar a Deus, devemos entender quem Ele é e o que fez, e a Bíblia é o único lugar onde Ele completamente Se revelou. A adoração é uma expressão de louvor das profundezas de nosso coração para com um Deus que é compreendido através da Sua Palavra. Se não tivermos a verdade da Bíblia, não conhecemos a Deus e não podemos realmente adorá-lo.
Já que as ações externas são secundárias no culto cristão, não há nenhuma regra sobre se devemos sentar, levantar, cair, ficar quieto ou cantar louvores em voz alta enquanto na adoração corporativa. Estas coisas devem ser decididas com base na natureza da congregação. A coisa mais importante é que adoremos a Deus em espírito (em nossos corações) e em verdade (em nossas mentes.)
Existem muitas áreas de uma igreja onde o conflito possa se desenvolver. No entanto, a maioria deles tende a cair em uma das três categorias: conflito devido ao pecado flagrante entre os crentes, conflito com a liderança e conflito entre os crentes. É certo que muitos problemas podem envolver duas ou mais destas categorias.
Os crentes que pecam descaradamente representam um conflito para a igreja, assim como visto em 1 Coríntios 5. A igreja que não lida com o pecado entre os membros abre a porta a mais problemas. A igreja não é chamada para ser crítica dos incrédulos, mas espera-se que enfrente e restaure os crentes que não se arrependem dos pecados, como os listados em 1 Coríntios 5:11: "Mas agora vos escrevo que não vos comuniqueis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador." Tais indivíduos não devem ser aceitos pela igreja até estarem dispostos a se arrepender. Mateus 18:15-17 fornece um procedimento conciso para o confronto e restauração de um crente. A confrontação deve ser feita cuidadosamente, humildemente e com o objetivo de restauração (Gálatas 6:1). As igrejas que amorosamente disciplinam indivíduos em pecado reduzirão boa parte dos seus conflitos.
Às vezes os crentes talvez não estejam satisfeitos com as ações ou políticas dos líderes da igreja. Um incidente no início da história da igreja ilustra isso (Atos 6:1-7). Um grupo de pessoas na igreja de Jerusalém reclamou aos apóstolos que algumas pessoas não estavam recebendo os devidos cuidados. A situação foi remediada e a igreja cresceu (Atos 6:7). A igreja primitiva usou o conflito como uma oportunidade para melhorar o ministério. No entanto, quando as igrejas não têm um processo claro para lidar com certos assuntos, as pessoas tendem a criar suas próprias plataformas. Os indivíduos podem começar a questionar outros na igreja, a envolver-se em fofocas ou até mesmo formar um bloco de "pessoas preocupadas". A liderança pode ajudar a evitar esses problemas ao ser pastores altruístas e amorosos. Os líderes devem ser servos e exemplos, e não senhores (1 Pedro 5:1-3). Os membros frustrados de uma igreja devem respeitar os líderes (Hebreus 13:7,17), ser tardios para acusá-los (1 Timóteo 5:19) e falar a verdade com amor diretamente a eles, não a outras pessoas sobre eles (Efésios 4:15). Nas ocasiões em que um líder aparentemente não esteja respondendo a uma preocupação, o indivíduo deve seguir o padrão estabelecido em Mateus 18:15-17 para garantir que não haverá confusão a respeito da posição de cada um dos envolvidos.
A Bíblia adverte que os membros de uma igreja talvez tenham conflitos uns com os outros. Alguns conflitos decorrem do orgulho e do egoísmo (Tiago 4:1-10). Outros acontecem devido a ofensas que não foram perdoadas (Mateus 18:15-35). Deus nos disse para lutar pela paz (Romanos 12:18, Colossenses 3:12-15). É da responsabilidade de cada crente tentar resolver o conflito. Alguns passos básicos para a solução incluem o seguinte:
1. Desenvolva a atitude correta no coração - seja manso (Gálatas 6:1); humilde (Tiago 4:10); inclinado ao perdão (Efésios 4:31,32) e paciente (Tiago 1:19,20).
2. Avalie a sua parte no conflito - Mateus 7:1-5 (remover o argueiro do teu olho primeiro é necessário antes de ajudar os outros).
3. Vá diretamente ao indivíduo (não a outras pessoas) para expressar a sua preocupação - Mateus 18:15. Isso deve ser feito em amor (Efésios 4:15) e não simplesmente para se queixar ou desabafar uma emoção. Acusar uma pessoa tende a encorajar a autodefesa. Portanto, dirija-se ao problema ao invés de atacar a pessoa em si. Isto fornece uma melhor oportunidade para esclarecer a situação ou pedir perdão pela ofensa.
4. Se a primeira tentativa de resolução não alcançar os resultados necessários, continue com uma outra pessoa que possa ajudar com a mediação (Mateus 18:16). Lembre-se de que seu objetivo não é ganhar um argumento, mas ganhar o seu companheiro crente para a reconciliação. Portanto, escolha alguém que possa ajudá-lo a resolver o conflito.
Os conflitos são tratados de forma melhor quando os indivíduos em oração e humildade se concentram em amar os outros com a intenção de restaurar as relações. A maioria dos conflitos dentro de uma igreja deve ser gerenciável se os princípios bíblicos acima forem seguidos. No entanto, há momentos em que aconselhamento externo possa ajudar. Recomendamos a utilização de recursos como os dos Ministérios PeaceMaker (www.hispeace.org). Esses recursos são em inglês.
A plantação de igrejas é o estabelecimento de um corpo organizado de crentes em um novo local. O processo de plantar uma igreja envolve o evangelismo, o discipulado de novos crentes, a formação de líderes e a organização da igreja de acordo com o modelo do Novo Testamento. Normalmente, o processo também inclui escrever um documento e/ou declaração doutrinária, encontrar um lugar para as reuniões e/ou comprar um terreno para a construção de um novo prédio.
A plantação de igrejas é um foco específico dentro da maior obra de "missões". Os plantadores de igrejas são missionários que concentram os seus esforços na pregação e no ensino da Palavra de Deus. Outros missionários que se especializam em determinadas habilidades talvez não sejam considerados "plantadores de igrejas" oficialmente, mas fornecem um serviço valioso aos que o são. Tais missionários de apoio incluem locutores de rádio, aviadores, impressores, tradutores da Bíblia e grupo médico.
O objetivo principal da maioria dos plantadores de igreja é glorificar ao Senhor em uma comunidade ao fundar um grupo de crentes que seja autônomo e auto-propagador. Quando este objetivo é alcançado e a igreja é capaz de cuidar de si mesma, o plantador de igrejas geralmente segue a uma comunidade diferente e começa o processo novamente.
O foco da plantação de igrejas é bíblico. Quando o apóstolo Paulo viajava por uma área, ele sempre tentava passar bastante tempo em cada cidade para estabelecer um corpo local de crentes e treinar a liderança (Atos 14:21-23). Mais tarde, ele tentava revisitar essas igrejas para confirmar e incentivá-los na fé (Atos 15:41; 1 Tessalonicenses 3:2). As igrejas que ele estabeleceu, então, enviavam os seus próprios missionários, dando assim continuação à obra de plantação de igrejas (1 Tessalonicenses 1:8).
As pessoas sob a lei do Antigo Testamento eram obrigadas a dar o dízimo (literalmente, um "décimo") de todo o seu aumento. Entendia-se que o dízimo era a resposta adequada às bênçãos de Deus. Muitas pessoas hoje questionam se o dízimo ainda é aplicável aos crentes, uma vez que não estão "debaixo da lei". Embora as igrejas não recebam percentuais exatos no Novo Testamento, o princípio da doação proporcional é ensinado (1 Coríntios 16:2, 2 Coríntios 8), e muitos crentes consideram um privilégio usar o dízimo como um padrão para as suas doações. O Novo Testamento também registra que os crentes da igreja estavam coletando para dar a outros ministérios.
Embora talvez não exista um versículo específico indicando que uma igreja deva dar o dízimo a outros ministérios, parece que as igrejas devem ser generosas em apoiar outros ministérios na medida que o Senhor torna possível. Algumas igrejas definem uma certa quantia em seu orçamento para os ministérios "exteriores" como uma forma de manter um foco equilibrado sobre as necessidades maiores do mundo ao seu redor. Não é incomum que uma igreja dê o dízimo (10 por cento) ou outro percentual a missões estrangeiras, por exemplo. Isso não deve ser uma exigência legalista. Pelo contrário, deve ser uma celebração alegre da provisão do Senhor.
Se alguém salvasse a nossa vida, gratidão seria a resposta. Quando recebemos um dom que nunca poderíamos obter por nós mesmos, demonstramos a nossa apreciação. A adoração é a expressão de nossa gratidão e apreciação a Deus. Jesus nos salvou. O amor de Deus não impõe condições. A nossa adoração reconhece a Sua autoridade tanto como o criador do nosso universo quanto como o salvador de nossas almas. A adoração, portanto, é uma das maiores prioridades para o crente e para a igreja corporativa.
O Cristianismo se destaca de todas as outras religiões porque se baseia em uma relação pessoal com Deus. Êxodo 34:14 diz: "porque não adorarás a nenhum outro deus; pois o Senhor, cujo nome é Zeloso, é Deus zeloso." O cerne da nossa fé é o nosso relacionamento pessoal com o nosso criador.
A adoração é um ato que comemora essa relação pessoal. Através da adoração, nós nos comunicamos com o nosso Deus. Através da adoração, reconhecemos o Seu senhorio e divindade. Quer expressemos a nossa gratidão através da música, gritando, orando ou por outros meios, a adoração é, na sua essência, a expressão de intimidade com Deus. Devemos viver em obediência aos mandamentos de Deus, mas não é uma obediência fria e descuidada que Ele deseja. Deuteronômio 6:5 diz: "Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças."
A igreja é a reunião de todos os que invocam o nome de Deus, aproveitando da graça que nos é oferecida através da morte de Jesus na cruz. Recebemos as instruções de fazer discípulos e viver em obediência aos mandamentos de Deus. Primeiro João 3:24 diz: "Quem guarda os seus mandamentos, em Deus permanece e Deus nele." Cada membro da igreja é convidado a adorar a Deus. Cada um de nós devemos passar tempo em oração, falando com Deus com o coração. Devemos ler as Suas palavras nas Escrituras e nelas meditar em nossos corações. A adoração em nossa vida pessoal é essencial para a nossa maturidade espiritual. Como um corpo de crentes, devemos estar constantemente envolvidos em adoração através do canto, através da oração, através da obtenção de conhecimento da Palavra e através do exercício de nossos dons espirituais para o benefício da igreja. A adoração é a maior prioridade para a igreja.
A confirmação é um sacramento/ritual realizado em algumas denominações como uma forma de marcar a maturidade espiritual. Em algumas tradições, geralmente católicas e anglicanas, o sacramento da confirmação é o ritual pelo qual um jovem se torna um membro oficial da Igreja. Isso às vezes inclui o recebimento de um "nome de confirmação", geralmente o nome de um santo, que é frequentemente utilizado como mais um nome do meio. Aqueles que praticam a confirmação acreditam que ela sinalize o início do recém-batizado como um membro completo da igreja e uma aceitação pessoal e madura da fé. Os católicos e anglicanos reconhecem a confirmação como um dos sete sacramentos.
A Bíblia, no entanto, não menciona tal ritual. Na verdade, a ideia de que uma pessoa possa "confirmar" para outra que ele/ela seja da fé é negada nas Escrituras. Cada indivíduo deve determinar o estado de sua própria alma com base em vários critérios. Em primeiro lugar, a nossa salvação é confirmada pelo Espírito Santo que habita em nossos corações. "O Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (Romanos 8:16). Quando aceitamos a Cristo como Senhor e Salvador, o Espírito Santo faz morada em nossos corações e nos dá a certeza de que está presente e de que pertencemos a Ele. O Espírito também ensina e explica as coisas espirituais para nós (1 Coríntios 2:13-14), confirmando assim que somos novas criaturas em Cristo (2 Coríntios 5:17).
Também somos confirmados na fé pela evidência de nossa salvação. Primeiro João 1:5-10 nos diz que a prova da nossa salvação se manifesta em nossas vidas: nós andamos na Luz, não mentimos, mas confessamos os nossos pecados. Tiago 2 deixa claro que a evidência da fé encontra-se nas obras que fazemos. Não somos salvos por nossas obras, mas elas são a evidência da fé salvadora em nós. Jesus disse: "Portanto, pelos seus frutos os conhecereis" (Mateus 7:20). O fruto espiritual produzido em nós pelo Espírito Santo (Gálatas 5:22) é a confirmação de que Ele vive dentro de nós.
Somos instruídos a examinar "a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados" (2 Coríntios 13:5). Além disso, Pedro nos diz para "fazer firme a vossa vocação e eleição" para que "assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2 Pedro 1:10-11).
A "confirmação final" da nossa salvação é, naturalmente, no futuro. Os que são verdadeiros cristãos perseverarão até o fim, "enquanto aguardais a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, qual também vos confirmará até o fim" (1 Coríntios 1:7-8). Somos selados pelo Espírito Santo da promessa, "e tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa, o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para o louvor da sua glória" (Efésios 1:13-14). Este, então, é o verdadeiro significado da confirmação – a salvação foi comprada pelo sangue de Cristo, em quem temos fé, é evidenciada por nossa caminhada com Ele e nos é confirmada pelo Espírito Santo que reside em nós.
No Novo Testamento, a palavra geralmente traduzida como "servir" é a palavra grega diakoneo, que significa literalmente "na sujeira ou pessoas de pés sujos". Refere-se a um atendente, garçom ou pessoa que ministra a outra. Desta palavra tiramos a palavra diácono. Vemos a palavra diácono sendo usada pela primeira vez em referência a ajudantes da igreja no livro de Atos. "E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas" (Atos 6:2). Os homens que estavam alimentando o rebanho ao pregar e ensinar perceberam que não era certo abandonar essas atividades para servir às mesas, por isso encontraram alguns outros homens que estavam dispostos a servir e ministrar às necessidades físicas da igreja enquanto eles ministravam às necessidades espirituais. Era uma melhor utilização dos recursos e um melhor uso dos dons de cada um. Isso também envolvia mais pessoas no atendimento e auxílio uma à outra.
Hoje, para a igreja bíblica, esses papéis são essencialmente os mesmos. Os presbíteros e pastores devem "pregar a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoestar, repreender, exortar, com toda longanimidade e ensino" (2 Timóteo 4:2), e os diáconos devem cuidar de tudo o mais. As responsabilidades de um diácono podem incluir tarefas administrativas ou organizacionais, servir como atendente ou porteiro nos cultos, cuidar da manutenção do edifício ou servir como tesoureiro da igreja. Isso depende das necessidades da igreja e dos dons dos homens disponíveis.
As responsabilidades de um diácono não são claramente listadas ou descritas nas Escrituras. Assume-se que sejam todas as tarefas não realizadas pelos presbíteros ou pastores. Entretanto, as qualificações para um diácono são claramente delineadas nas Escrituras. Eles devem ser irrepreensíveis, marido de uma só mulher, bons governantes de seus lares, respeitáveis, honestos, não viciados em álcool e não gananciosos (1 Timóteo 3:8-12). De acordo com a Palavra, o ofício de diácono é uma honra e uma bênção. "Porque os que servirem bem como diáconos, adquirirão para si um lugar honroso e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus" (1 Timóteo 3:13).
A Bíblia lista pelo menos cinco deveres e obrigações de um presbítero:
1) Os presbíteros ajudam a resolver conflitos na igreja. "Então alguns que tinham descido da Judeia ensinavam aos irmãos: Se não vos circuncidardes, segundo o rito de Moisés, não podeis ser salvos. Tendo Paulo e Barnabé contenda e não pequena discussão com eles, os irmãos resolveram que Paulo e Barnabé e mais alguns dentre eles subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, por causa desta questão" (Atos 15:1-2). A questão foi levantada e fortemente argumentada, sendo levada em seguida aos apóstolos e presbíteros para uma decisão. Esta passagem ensina que os presbíteros tomam decisões.
2) Eles oram pelos enfermos. "Está doente algum de vós? Chame os anciãos da igreja, e estes orem sobre ele, ungido-o com óleo em nome do Senhor" (Tiago 5:14). Um presbítero biblicamente qualificado tem uma vida piedosa, e "a súplica de um justo pode muito na sua atuação" (Tiago 5:16). Uma das necessidades desse campo é orar para que a vontade do Senhor seja feita, e espera-se que os presbíteros façam isso.
3) Eles devem cuidar da igreja com humildade. "Aos anciãos, pois, que há entre vós, rogo eu, que sou ancião com eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando se manifestar o sumo Pastor, recebereis a imarcescível coroa da glória" (1 Pedro 5:1-4). Os presbíteros são líderes designados por Deus para a igreja; o rebanho é confiado a eles. Esses homens não devem liderar para o ganho financeiro, mas por causa de seu desejo de servir e pastorear o rebanho.
4) Eles devem proteger a vida espiritual do rebanho. "Obedecei a vossos guias, sendo-lhes submissos; porque velam por vossas almas como quem há de prestar contas delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil" (Hebreus 13:17) . Este versículo não diz especificamente "presbíteros", mas o contexto trata dos líderes da igreja. Eles são responsáveis pela vida espiritual da igreja.
5) Eles devem passar seu tempo em oração e ensino da Palavra. "E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra" (Atos 6:2-4). Isto se refere aos apóstolos, mas podemos ver em 1 Pedro 5:1 que Pedro era tanto um apóstolo quanto um ancião. Este versículo nos mostra também a diferença entre as funções de presbítero e diácono.
Simplificando, os anciãos devem ser pacificadores, guerreiros de oração, mestres, líderes por exemplo e tomadores de decisões. Eles são os líderes de pregação e ensino da igreja. É uma posição a ser buscada e levada bastante a sério -- leia este aviso: "Meus irmãos, não sejais muitos de vós mestres, sabendo que receberemos um juízo mais severo" (Tiago 3:1).
Primeiro Coríntios 11:3-16 aborda a questão das mulheres e coberturas da cabeça. O contexto da passagem é a submissão à ordem dada por Deus e à "cadeia de comando". A "cobertura" na cabeça de uma mulher é utilizada como uma ilustração da ordem, chefia e autoridade de Deus. O versículo-chave desta passagem é 1 Coríntios 11:3: "Quero porém, que saibais que Cristo é a cabeça de todo homem, o homem a cabeça da mulher, e Deus a cabeça de Cristo." O resto da passagem lida com as implicações desta verdade. A ordem da autoridade é Deus Pai, Deus Filho, o homem ou marido, a mulher ou esposa. O véu ou cobertura na cabeça de uma esposa crente de Corinto simbolizava que ela estava sob a autoridade do marido e, portanto, em submissão a Deus.
O versículo 10 é interessante: "Portanto, deve a mulher, por causa dos anjos, trazer véu na cabeça, como sinal de autoridade." Por que é importante para os anjos que uma mulher use uma cobertura para a cabeça? Sabemos que a relação de Deus com a humanidade é algo que os anjos observam e da qual aprendem (1 Pedro 1:12). Portanto, a submissão da mulher à autoridade delegada de Deus é um exemplo para os anjos. Os santos anjos, que são perfeitamente submissos a Deus, esperam que nós, como seguidores de Cristo, sejamos o mesmo.
A cobertura mencionada no versículo 13 poderia ser um pano, mas pode também referir-se ao comprimento do cabelo de uma mulher, baseado nos próximos dois versículos: "Não vos ensina a própria natureza que se o homem tiver cabelo comprido, é para ele uma desonra; mas se a mulher tiver o cabelo comprido, é para ela uma glória? Pois a cabeleira lhe foi dada em lugar de véu" (1 Coríntios 11:14-15). No contexto dessa passagem, uma mulher que tenha cabelo longo se marca distintamente como uma mulher e não um homem. O apóstolo Paulo está dizendo que, na cultura coríntia, quando o cabelo de uma mulher era mais longo do que o do seu marido, isso mostrava submissão à sua liderança. Os papéis do homem e da mulher são projetados por Deus para retratar uma profunda lição espiritual, isto é, de submissão à vontade e ordem de Deus.
Entretanto, por que o cabelo era um problema em Corinto? A resposta encontra-se na cultura do dia. A cidade de Corinto tinha um templo dedicado a Afrodite, a deusa do amor, e o lugar era famoso pela prática de prostituição ritual. As mulheres que serviam no templo tinham as suas cabeças raspadas. Na cultura coríntia, então, uma cabeça raspada marcava uma mulher como uma prostituta do templo. Paulo diz à igreja que uma mulher com a cabeça rapada deve se cobrir (1 Coríntios 11:6), pois uma mulher despojada de seu cabelo tinha perdido a sua "glória" e não estava sob a proteção de um marido. Uma cabeça raspada sem uma cobertura enviava uma mensagem: "Eu me recuso a submeter-me à ordem de Deus". Portanto, Paulo está ensinando aos coríntios que o comprimento do cabelo ou o uso de uma "cobertura" pela mulher era uma indicação externa de submissão a Deus e à Sua autoridade estabelecida. Esta era uma forma em que a igreja de Corinto devia ser separada da cultura corrupta e pagã ao seu redor (2 Coríntios 6:17).
Esta passagem não ensina que a mulher seja inferior ao homem ou que ela deva ser submissa a todo homem. Está simplesmente ensinando a ordem de Deus e liderança espiritual no relacionamento matrimonial. Na cultura de Corinto, uma mulher que cobria a cabeça durante o culto ou quando em público demonstrava a sua submissão à autoridade.
Na cultura de hoje, já não mais vemos uma mulher usando uma cobertura para a cabeça como um sinal de submissão. Na maioria das sociedades modernas, cachecóis e chapéus são acessórios de moda, nada mais. A mulher de hoje ainda tem a opção de usar uma cobertura da cabeça se ela enxergar isso como um sinal de sua submissão à autoridade do marido. No entanto, é uma escolha pessoal e não um sinal de espiritualidade. A verdadeira questão é a atitude do coração em relação à obediência e submissão à autoridade "como ao Senhor" (Efésios 5:22). Deus está muito mais preocupado com a atitude no coração do que com uma cobertura na cabeça.
Os instrumentos musicais eram definitivamente usados na adoração do Antigo Testamento (1 Crônicas 15:16; 16:42; 23:5; 2 Crônicas 7:6; 23:13; 29:26-27; 30:21, 34: 12; Neemias 12:36, Salmos 4:1; 6:1; 54:1; 55:1; 61:1; 67:1; 76:1, Isaías 38:20; Amós 6:5; Habacuque 3:19). O fato de que o Novo Testamento em nenhum lugar condena instrumentos musicais indica que a prática do Antigo Testamento teve continuação na igreja do Novo Testamento. A igreja primitiva era composta quase inteiramente de judeus. É altamente provável que eles continuaram usando instrumentos musicais na igreja, assim como faziam em sua adoração anterior.
Assim, mesmo sem uma referência explícita no Novo Testamento, é bem claro que a igreja possa utilizar instrumentos musicais em sua adoração. No entanto, talvez exista uma possível referência a instrumentos musicais no Novo Testamento. Efésios 5:19 declara: "falando entre vós em salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração." A frase "salmodiando ao Senhor" é uma tradução da palavra grega psallontes, a raiz da qual significa "esfregar ou tocar" ou "contorcer ou vibrar". Era comumente utilizada em grego para se referir a tocar um instrumento musical de cordas. Seja qual for o caso, a Bíblia não proíbe ou ordena o uso de instrumentos musicais na igreja. Portanto, a igreja tem liberdade para usá-los ou não, dependendo de como se sentem guiados por Deus.
Como pano de fundo, por favor leia o nosso artigo sobre a frase "marido de uma só mulher" em 1 Timóteo 3:2, 12 e Tito 1:6. Enquanto a qualificação de "marido de uma só mulher" possa, em alguns casos, desqualificar um homem divorciado e casado novamente de servir na liderança da igreja, uma questão ainda mais difícil diz respeito a um homem casado que nunca se divorciou, mas é casado com uma mulher que anteriormente teve um divórcio. Não há Escritura que explicitamente lide com este problema, mas há princípios bíblicos que podem ser aplicados.
Primeiro Timóteo 3:11 é um versículo interessante em relação a esta questão. Não está claro se este versículo está se referindo a esposas de diáconos ou a diaconisas. A interpretação de "esposas de diáconos" parece ser mais provável porque seria estranho que Paulo desse qualificações para diáconos nos versículos 8-10 e 12-13 com qualificações para diaconisas entre eles. Com isto em mente, é importante notar que não há a qualificação de "esposa de um só marido" dada para as esposas de diáconos. Também não há uma exigência de ser "irrepreensível". Em vez disso, as qualificações são "sérias, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo" (1 Timóteo 3:11).
Há muitas questões que se relacionam com esta questão. Era a esposa a parte inocente a um marido adúltero ou abusivo? Era a esposa uma crente quando o divórcio ocorreu? O ex-marido da esposa ainda está causando problemas ou conflitos? Cada uma dessas questões deve ser considerada. Em última análise, porém, a questão repousa na qualificação de ser "irrepreensível" que é exigida dos presbíteros e diáconos. Será que o fato de que a esposa é divorciada resulta em um pobre testemunho na comunidade? Pode o possível líder da igreja genuinamente ser visto como um homem de Deus que é digno de respeito e capaz de ser seguido como um exemplo?
Não parece que esta questão possa ser respondida universalmente. Há simplesmente muitos fatores envolvidos. Uma igreja que tem que enfrentar esta questão deve em oração examinar a situação e tentar discernir, tanto quanto possível, se o possível líder pode ser considerado "irrepreensível". Se a igreja não correr o risco de sofrer potenciais danos, então um homem casado com uma mulher divorciada pode ser considerado para a liderança da igreja.
O Catolicismo Romano, a Ortodoxia Oriental e algumas das denominações protestantes usam o termo "sacramento" para se referir a "um sinal/ritual que resulta na graça de Deus sendo transmitida para o indivíduo". Geralmente existem sete sacramentos nessas denominações. Eles são o batismo, a confirmação, a sagrada comunhão, a confissão, o casamento, as ordens sagradas e a unção dos enfermos. Segundo a Igreja Católica, "há sete sacramentos. Eles foram instituídos por Cristo, devem ser administrados pela igreja e são necessários para a salvação. Os sacramentos são os veículos da graça que eles transmitem." A Bíblia, ao contrário, diz-nos que a graça não é dada através de símbolos externos e nenhum ritual é "necessário para a salvação". A graça é gratuita. "Mas quando apareceu a bondade de Deus, nosso Salvador e o seu amor para com os homens, não em virtude de obras de justiça que nós houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou mediante o lavar da regeneração e renovação pelo Espírito Santo, que ele derramou abundantemente sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador; para que, sendo justificados pela sua graça, fôssemos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna" (Tito 3:4-7).
Uma ordenança é simplesmente uma "prática ou cerimônia prescrita". Os protestantes e evangélicos enxergam as ordenanças como reconstituições simbólicas da mensagem do evangelho que ensina que Cristo viveu, morreu, ressuscitou dentre os mortos, ascendeu aos céus e voltará um dia. Ao invés de serem requisitos para a salvação, as ordenanças são auxílios visuais para nos ajudar a melhor compreender e apreciar o que Jesus Cristo realizou por nós na Sua obra redentora. As ordenanças são determinadas por três fatores: foram instituídas por Cristo, foram ensinadas pelos apóstolos e foram praticadas pela igreja primitiva. Já que o batismo e a comunhão são os únicos rituais que satisfazem estes critérios, então só pode haver duas ordenanças. Nenhuma das ordenanças é necessária para a salvação e nem é um "veículo para a graça".
Geralmente entende-se que as ordenanças são as coisas que Jesus nos disse para observar com outros cristãos. Quanto ao batismo, Mateus 28:18-20 diz: "E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos." Quanto à comunhão, também chamada de Ceia do Senhor, Lucas 22:19 diz: "E tomando pão, e havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim." A maioria das igrejas observa estas duas práticas, mas não necessariamente se refere a elas como ordenanças.
O versículo que mais diretamente se refere a esta questão é Hebreus 13:17: "Obedecei a vossos guias, sendo-lhes submissos; porque velam por vossas almas como quem há de prestar contas delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil."
Os pastores ficam profundamente feridos em ver pessoas ignorando o conselho de Deus que eles compartilham. Quando as pessoas ignoram a Palavra de Deus, elas o fazem não só para a sua própria dor, mas também em detrimento dos que as rodeiam. Os jovens têm a tendência de ignorar o conselho dos mais velhos, cometendo o erro de confiar em sua própria sabedoria e no conselho de seu próprio coração. Um pastor piedoso compartilha preceitos da Palavra de Deus porque deseja servir a Deus e alimentar o rebanho com alimento espiritual que resultará em experimentar a vida abundante que Jesus prometeu (João 10:10b).
O oposto do pastor piedoso é o "falso pastor" que não tem como objetivo o bem-estar do rebanho, mas está mais interessado em manter o controle e exercer domínio sobre os outros, ou deixa de estudar a Palavra de Deus e, portanto, ensina os comandos dos homens em vez dos de Deus. Os fariseus no tempo de Jesus eram culpados de serem "guias cegos" (Mateus 15:14). Há também repetidas advertências sobre falsos mestres em Atos, nas Epístolas e em Apocalipse. Devido à existência desses líderes egoístas, pode haver momentos em que desobedecemos ao homem a fim de obedecermos a Deus (Atos 4:18-20). No entanto, as acusações contra um líder de igreja não devem ser feitas levemente e precisam ser corroboradas por mais de uma testemunha (1 Timóteo 5:19).
Os pastores piedosos realmente valem ouro. Eles são geralmente sobrecarregados, mal pagos, carregam uma grande responsabilidade e, como Hebreus 13:17 afirma, um dia terão de prestar contas dos seus ministérios diante de Deus. Primeiro Pedro 5:1-4 ensina que eles não devem ser ditadores, mas devem liderar pelo seu exemplo e ensinamento saudável (1 Timóteo 4:16), em humildade de coração. Como Paulo, eles devem ser como mães que realmente amam seus filhos. Os pastores piedosos estão dispostos a se entregar pelo seu rebanho e governam com mansidão (1 Tessalonicenses 2:7-12, João 10:11). São também caracterizados por sincera devoção à Palavra e à oração (Atos 6:4) para que possam governar no poder e sabedoria de Deus e dar à igreja carne espiritual para produzir cristãos saudáveis e vibrantes. Se esta for uma descrição próxima do seu pastor (nenhum homem na terra é perfeito), ele é digno de "dupla honra" e obediência enquanto declara os ensinos claros de Deus (1 Timóteo 5:17).
Portanto, a resposta à pergunta é que sim, devemos obedecer aos nossos pastores. Devemos também orar por eles sempre, pedindo a Deus que lhes conceda sabedoria, humildade, amor ao rebanho e proteção enquanto protegem aqueles sob os seus cuidados.
O dom de profecia parece ter sido um dom temporário dado por Cristo para o estabelecimento da igreja. Os profetas eram fundamentais para a igreja (Efésios 2:20). O profeta proclamava uma mensagem do Senhor para os primeiros crentes. Às vezes a mensagem de um profeta era reveladora (nova revelação e verdade de Deus), e às vezes predizia o que iria acontecer (veja Atos 11:28 e 21:10). Os primeiros cristãos não tinham a Bíblia completa e alguns deles não tinham acesso a nenhum dos livros do Novo Testamento. Os profetas do Novo Testamento "preencheram o espaço" ao proclamar a mensagem de Deus para as pessoas que não teriam acesso a ela de outra forma. O último livro do Novo Testamento (Apocalipse) não foi concluído até o final do primeiro século. Sendo assim, o Senhor enviou profetas para proclamar a Palavra de Deus para o Seu povo.
Existem verdadeiros profetas hoje em dia? Se o propósito de um profeta era revelar a verdade de Deus, por que precisaríamos de profetas hoje, uma vez que temos a completa revelação de Deus na Bíblia? Se os profetas eram a "fundação" da igreja primitiva, ainda estamos construindo a "fundação" hoje? Deus pode dar a alguém uma mensagem para entregar a outra pessoa? Absolutamente! Será que Deus pode revelar a verdade a alguém de uma forma sobrenatural e capacitar essa pessoa a entregar a mensagem para outras pessoas? Absolutamente! No entanto, é esse o dom da profecia bíblica? Não.
Sempre que uma pessoa afirma estar falando no nome de Deus (a essência da profecia), é crucial comparar o que ele ou ela diz com o que a Bíblia diz. Se Deus falasse através de uma pessoa hoje, a mensagem teria de estar em total acordo com o que Deus já disse na Bíblia. Deus não se contradiz. Primeiro João 4:1 nos instrui: "Amados, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo." Primeiro Tessalonicenses 5:20-21 declara: "Não desprezeis as profecias, mas ponde tudo à prova. Retende o que é bom." Então, quer seja uma "palavra do Senhor" ou uma suposta profecia, a nossa resposta deve ser a mesma. Compare o que é dito com que a Palavra de Deus diz. Se contradizer a Bíblia, jogue fora. Se concordar com a Bíblia, ore por sabedoria e discernimento a respeito de como aplicar a mensagem (2 Timóteo 3:16-17; Tiago 1:5).
A chave para a compreensão de como Jesus é o nosso Descanso Sabático é a palavra hebraica sabat, que significa "descansar ou parar ou deixar de trabalhar". A origem do sábado remonta à Criação. Depois de criar os céus e a terra em seis dias, Deus "descansou nesse dia de toda a obra que fizera" (Gênesis 2:2). Isso não significa que Deus estava cansado e precisava de um descanso. Sabemos que Deus é onipotente, literalmente "todo-poderoso". Ele não se cansa e o seu mais árduo gasto de energia não diminui o seu poder de forma alguma. Sendo assim, o que significa que Deus descansou no sétimo dia? Ele simplesmente parou o que estava fazendo. Parou de seus trabalhos. Isso é importante para entender a criação do dia de sábado e o papel de Cristo como o nosso Descanso Sabático.
Deus usou o exemplo do seu descanso no sétimo dia da Criação para estabelecer o princípio do descanso sabático para o seu povo. Em Êxodo 20:8-11 e Deuteronômio 5:12-15, Deus deu aos israelitas o quarto dos Dez Mandamentos. Era para "lembrar" o dia de sábado e "santificá-lo". Um dia a cada sete, os israelitas deviam descansar dos seus trabalhos e dar o mesmo dia de descanso para os seus servos e animais. Esta era uma cessação completa de trabalho. Qualquer trabalho que estivessem fazendo devia ser parado por um dia inteiro a cada semana. (Por favor, leia nossos outros artigos sobre o dia de sábado, sábado vs. domingo e sobre observar o sábado para explorar esta questão mais detalhadamente.) O dia de sábado foi estabelecido para que as pessoas pudessem descansar dos seus trabalhos e começar de novo depois do descanso de um dia.
Os vários elementos do sábado simbolizavam a vinda do Messias, o qual providenciaria um descanso permanente para o seu povo. Sob a Lei do Antigo Testamento, os judeus estavam constantemente "trabalhando" para tornarem-se aceitáveis a Deus. Eles tentaram obedecer à miríade de regras na lei cerimonial, na lei do templo, na lei civil, etc. Claro que não podiam manter todas essas leis, por isso Deus providenciou uma série de ofertas e sacrifícios pelo pecado para que pudessem se aproximar dEle a fim de obter perdão e restaurar – apenas temporariamente - a comunhão. Assim como retomavam os seus trabalhos físicos depois do descanso de um dia, assim também tinham que continuar oferecendo sacrifícios. Hebreus 10:1 nos diz que a lei "não pode nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem de ano em ano, aperfeiçoar os que se chegam a Deus." No entanto, esses sacrifícios apontavam para o futuro. Eles eram oferecidos em antecipação ao sacrifício definitivo de Cristo na cruz, o qual, "havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, assentou-se para sempre à direita de Deus" (Hebreus 10:12). Depois de realizar o último sacrifício, Jesus sentou-se e "descansou", isto é, descansou de sua obra de expiação porque não havia mais nada a ser feito, nunca. A obra da redenção tinha terminado (João 19:30). Por causa do que Jesus fez, não temos mais que "trabalhar" para guardar a lei a fim de podermos ser justificados aos olhos de Deus. Jesus veio para que pudéssemos descansar em Deus e na salvação que Ele providenciou.
Um outro elemento importante do descanso sabático é que Deus o abençoou e santificou. Aqui novamente vemos o símbolo de Cristo como o nosso Descanso Sabático – o perfeito e santo filho de Deus que santifica todos os que creem nEle. Assim como Deus santificou o sábado, Ele santificou Cristo e o enviou ao mundo (João 10:36). Nele encontramos descanso completo do trabalho do nosso esforço próprio porque só Ele é santo e justo. "Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus" (2 Coríntios 5:21). Agora temos descanso espiritual nEle, não apenas um dia por semana, mas sempre.
Jesus é também o nosso descanso sabático porque Ele é o "Senhor do sábado" (Mateus 12:8). Como o Deus encarnado, Ele decide o verdadeiro significado do sábado porque Ele o criou e é o nosso Descanso Sabático na carne. Quando os fariseus criticaram Jesus por curar no sábado, Ele lembrou-lhes de que não hesitaria em tirar uma ovelha da cova no sábado. Porque veio para buscar e salvar suas "ovelhas", Ele podia quebrar as regras do sábado. Pessoas são mais importantes que ovelhas, e a salvação que Jesus proporciona é mais importante do que regras. Ao dizer: "O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado" (Marcos 2:27), Jesus reafirmou o princípio de que o descanso sabático foi instituído para aliviar o homem de seus trabalhos. Os fariseus haviam torcido o sábado em um dia de regulamentações onerosas. Jesus veio para nos libertar da Lei por Sua graça (João 1:17; 6:14 Romanos). Ele é o Senhor do sábado, o qual nos alivia de tentar alcançar a nossa própria salvação. Nele podemos descansar de nossos trabalhos e confiar em sua obra a nosso favor.
Hebreus 4 é a passagem definitiva em relação a Jesus como o nosso Descanso Sabático. Somos instruídos a "entrar" no descanso sabático fornecido por Cristo. A alternativa é endurecer os nossos corações contra Ele, assim como os israelitas fizeram no deserto. Por causa de sua incredulidade, Deus negou àquela geração de israelitas acesso para a Terra Prometida, dizendo: "Assim jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso" (Hebreus 3:11). O escritor de Hebreus nos pede para não cometermos o mesmo erro ao rejeitar o descanso sabático de Deus em Jesus Cristo. "Portanto resta ainda um repouso sabático para o povo de Deus. Pois aquele que entrou no descanso de Deus, esse também descansou de suas obras, assim como Deus das suas. Ora, à vista disso, procuremos diligentemente entrar naquele descanso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência" (Hebreus 4:9-11).
Não há nenhum outro descanso sabático além de Jesus. Só Ele satisfaz os requisitos da Lei e oferece o sacrifício que expia o pecado. Ele é a provisão de Deus para nós, permitindo-nos cessar o trabalho de nossas próprias obras. Que não nos atrevamos a rejeitar este único Caminho de salvação (João 14:6). A reação de Deus para aqueles que optam por rejeitar o seu plano é vista em Números 15. Lá um homem foi encontrado apanhando lenha no dia de sábado, apesar do claro mandamento de Deus para cessar todo o trabalho. Essa transgressão era um pecado intencional, feita com ousadia em plena luz do dia, em desafio aberto à autoridade divina. "Então disse o Senhor a Moisés: certamente será morto o homem" (v. 35). Assim será com todos os que rejeitam a provisão de Deus do descanso sabático em Cristo. "Como escaparemos nós, se descuidarmos de tão grande salvação?" (Hebreus 2:3).
A Bíblia é muito clara sobre o batismo. Há dois pontos que todos precisamos entender. (1) O batismo é para ocorrer depois que uma pessoa recebe Jesus Cristo como Salvador, confiando nEle para a salvação. (2) O batismo deve ser por imersão. A palavra batizar literalmente significa "imergir/submergir em água". O batismo por imersão é o único método de batismo que ilustra adequadamente o que o batismo simboliza - crentes morrendo, sendo sepultados com Cristo e sendo gerados a uma nova vida (Romanos 6:3-4).
Com esses dois pontos-chave em mente, como aconselhar os que não foram batizados de forma bíblica? Por uma questão de clareza, vamos dividi-los em duas categorias também. Em primeiro lugar, temos os que foram batizados antes de se tornarem cristãos. Os exemplos comuns disto incluem aqueles que foram batizados como crianças e os que foram batizados mais tarde na vida, mas ainda não verdadeiramente conheciam Jesus como Salvador quando foram batizados. Nesses casos, sim, essa pessoa definitivamente precisa ser batizada novamente porque a Bíblia revela que o batismo é pós-salvação. O simbolismo do batismo é perdido se a pessoa ainda não recebeu a salvação pela fé em Jesus Cristo.
Em segundo lugar, temos os que foram batizados depois da fé em Cristo, mas com um método diferente do da imersão. Esta questão é um pouco mais difícil. Pode-se argumentar que tal pessoa não verdadeiramente recebeu o batismo. Se o método foi a aspersão ou derramamento, ele não se encaixa com a definição básica de batizar: "imergir". No entanto, a Bíblia em nenhum lugar trata especificamente de um caso de alguém tendo sido "batizado", mas não imerso. A questão, então, deve ser resolvida numa base individual. Um crente que foi batizado de forma antibíblica deve pedir ao Senhor por sabedoria (Tiago 1:5). Se a consciência do crente não tiver certeza, seria melhor ser batizado novamente de forma bíblica para aliviar a consciência (Romanos 14:23).
Há um grande debate sobre se "a rocha" sobre a qual Cristo edificaria Sua igreja é Pedro ou a confissão de Pedro de que Jesus é "o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mateus 16:16). Com toda honestidade, não há como ter certeza absoluta de qual ponto de vista é o correto. A construção gramatical permite os dois.
O primeiro ponto de vista é que Jesus estava declarando que Pedro seria a "rocha" sobre a qual Ele edificaria a Sua igreja. Jesus parece estar usando um jogo de palavras. "Tu és Pedro (petros), e sobre esta pedra (petra) edificarei a minha igreja." Já que o nome de Pedro significa "rocha" e Jesus vai construir a Sua igreja sobre uma rocha, parece que Cristo está ligando os dois. Deus usou Pedro grandemente na fundação da igreja. Foi Pedro quem primeiro proclamou o evangelho no dia de Pentecostes (Atos 2:14-47). Pedro também estava presente quando os samaritanos receberam pela primeira vez o Espírito Santo (Atos 8:14-17), e ele foi o primeiro a levar o evangelho aos gentios (Atos 10:1-48). Em certo sentido, Pedro foi a “fundação” rochosa da Igreja.
A outra interpretação popular da rocha é que Jesus não estava se referindo a Pedro, mas à confissão de fé que Pedro fez no versículo 16: "Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo." Jesus nunca havia explicitamente ensinado a Pedro e aos outros discípulos a plenitude de Sua identidade, e Ele reconheceu que Deus tinha soberanamente aberto os olhos de Pedro e lhe revelado quem Jesus realmente era. A sua confissão de Jesus como o Filho de Deus jorrou do seu ser, formando uma declaração sincera da fé pessoal de Pedro em Cristo. É essa fé pessoal em Cristo que é a marca do verdadeiro cristão. Todos aqueles que têm colocado a sua fé em Cristo, assim como Pedro o fez, formam a igreja. Pedro expressa esta verdade em 1 Pedro 2:4: "Chegando-vos para ele, pedra viva, rejeitada, na verdade, pelos homens, mas, para com Deus eleita e preciosa, sois vós também quais pedras vivas, edificados como casa espiritual para serdes um sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jesus Cristo."
Após a confissão de Pedro, Jesus declara que Deus tinha revelado a verdade a Pedro. A palavra para "Pedro", Petros, significa "pedra pequena" (cf. João 1:42). Jesus então usou uma palavra relacionada, petra, que significa "uma pedra de fundação". Essa mesma palavra é usada em Mateus 7:24 e 25, quando Jesus descreve a rocha sobre a qual o homem sábio constrói sua casa. O próprio Pedro usa a mesma imagem em sua primeira epístola: a igreja é construída de numerosas pequenas petros, "pedras vivas" (1 Pedro 2:5), que fazem a mesma confissão de que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo. Estas confissões de fé são os alicerces da igreja.
Além disso, o Novo Testamento deixa claro que Cristo é a fundação (Atos 4:11,12; 1 Coríntios 3:11) da igreja. É um erro pensar que Jesus deu este privilégio a Pedro. De certa forma, todos os apóstolos tiveram um papel fundamental na construção da igreja (Efésios 2:20), mas a posição de primazia é reservada somente para Cristo. Cristo é chamado de "pedra angular" (1 Pedro 2:6, 7; Efésios 2:20, Lucas 20:17, Atos 4:11). Se Cristo é a pedra angular, como poderia ser Pedro a rocha sobre a qual a igreja é construída?
Portanto, as palavras de Jesus em Mateus 16:18 são mais bem interpretadas como um simples jogo de palavras. Uma paráfrase dessa frase seria: "Pedro, você é chamado de ‘pedra pequena’, mas de sua boca veio uma verdade que será a fundação da igreja."
A Igreja Católica Romana afirma que Pedro é a pedra à qual Jesus se refere e então usa essa interpretação como evidência de que ela é a única igreja verdadeira. Entretanto, como vimos, Pedro sendo a rocha não é a única interpretação válida. Mesmo se Pedro for a rocha em Mateus 16:18, isso não daria à Igreja Católica Romana qualquer autoridade. As Escrituras em nenhum lugar registram Pedro estando em Roma. As Escrituras nunca descrevem Pedro tendo autoridade sobre os outros apóstolos ou sendo o principal líder da igreja primitiva. Pedro não foi o primeiro papa. A origem da Igreja Católica não se baseia nos ensinamentos de Pedro ou de qualquer outro apóstolo.
Se é aceitável servir (e/ou receber) vinho durante a santa ceia é um debate válido entre os cristãos. Ao examinarmos o assunto, que não percamos de vista o maior problema – o que o líquido no copo representa -- o sangue derramado de nosso Senhor e Salvador que institui a Nova Aliança.
Primeiro, vamos dar uma breve olhada no assunto do vinho na Escritura. Que o vinho era consumido nos tempos do Antigo Testamento é muito claro. Primeiro vemos o seu uso (ou abuso) quando Noé ficou bêbado e deitou-se sem roupas na sua tenda (Gênesis 9:21). Mais tarde, vemos o rei Melquisedeque servindo vinho para Abrão (Gênesis 14:17-18). Em Êxodo 29:40, Deus ordena o uso do vinho como parte do sistema sacrificial. Quando Davi foi proclamado rei, os seus homens festejaram por três dias com comida e vinho (1 Crônicas 38-40). Na verdade, o Salmo 104:15 nos diz que Deus fez o vinho que "alegra o coração do homem". Também temos a promessa de que o Senhor um dia preparará uma grande festa para o Seu povo com alimentos ricos que incluem um "vinho purificado" (Isaías 25:6).
No Novo Testamento, o primeiro milagre de Jesus foi transformar água em vinho nas bodas de Caná (João 2:1-11). E o nosso Senhor não só bebia vinho (Lucas 7:34), mas disse que iria bebê-lo no céu conosco (Mateus 26:29). Além disso, o apóstolo Paulo instruiu Timóteo a usar vinho em vez de "apenas água" para melhorar de um problema no estômago (1 Timóteo 5:23).
(Apesar das frequentes referências ao vinho na Bíblia, é claro que a embriaguez nunca é aceitável. Efésios 5:18 afirma de forma muito sucinta: "E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito".)
Assim, os proponentes de beber vinho na santa ceia têm a Escritura disponível para apoiar a sua posição, e os exemplos acima (com exceção de Noé) refletem como o vinho, quando usado corretamente e com moderação, pode realmente ser uma coisa boa.
Aqueles que acham que o vinho não deve ser usado também fazem alguns argumentos convincentes e também têm referências bíblicas a citar. Veja, por exemplo, as advertências contra o vinho em Provérbios 4:17; 20:1 e 23:29-32. Em Levítico 10:9, o Senhor diz a Arão que ele e seus filhos não deviam beber vinho quando entrassem na tenda da congregação, sob pena de morte.
Vinho ou suco de uva na santa ceia? Não há nenhuma regra bíblica que seja concreta e afirme uma bebida como sendo preferível ou mais aceitável. Na verdade, as passagens que se referem à Santa Ceia nunca sequer mencionam "vinho" ou "suco de uva"; elas simplesmente se referem “ao cálice”. Entretanto, há algumas questões práticas a se considerar. Se a presença de álcool vai ser uma distração de qualquer forma, então isso é uma preocupação válida. Com certeza nenhuma igreja quer que alguém se afaste da santa ceia simplesmente por ter uma forte convicção contra o consumo de álcool. A instrução de Cristo era para que a igreja fizeste "isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim" (1 Coríntios 11:25). Seria uma pena que a presença de vinho fizesse alguém perder o foco e, assim, ignorar a ordem de Cristo.
Em nenhum lugar na Palavra de Deus vemos uma exigência em relação ao nível de fermentação do conteúdo do cálice. No entanto, se alguém tiver uma opinião forte sobre como melhor honrar o Salvador, não tem problema em seguir essa convicção. Entretanto, devemos ter cuidado para não nos esquecermos do que o cálice representa e não julgarmos um irmão ou irmã em Cristo em questões de opinião pessoal.
As Escrituras não deixam totalmente claro se uma mulher pode ou não servir como uma diaconisa. A afirmação de que os diáconos devem ser "homens sérios" (1 Timóteo 3:8) e a qualificação "maridos de uma só mulher" (1 Timóteo 3:12) parecem desqualificar as mulheres de servirem como diaconisas. No entanto, alguns interpretam 1 Timóteo 3:11 como se referindo a diaconisas porque a palavra grega traduzida como "esposas" também pode ser traduzida como "mulheres". Nessa passagem, Paulo provavelmente não se refere às esposas de diáconos, mas às mulheres que atuam como diaconisas. O uso da expressão da mesma forma como uma introdução no versículo 8 sugere um terceiro grupo de líderes além dos presbíteros e diáconos. Além disso, Paulo não deu requisitos para as esposas de presbíteros quando descrevendo as qualificações para o diaconato. Por que ele então listaria as qualificações para as esposas dos diáconos? Se fosse importante que as esposas dos líderes se comportassem de uma certa maneira, é lógico supor que ele estaria então mais – ou pelo menos igualmente - preocupado com as esposas dos presbíteros, uma vez que os presbíteros ocupam uma posição mais proeminente na igreja. Entretanto, ele não faz exigências sobre as esposas dos presbíteros.
Romanos 16:1 refere-se à Febe com a mesma palavra que Paulo usa em 1 Timóteo 3:12. Não está claro, porém, se Paulo está dizendo que Febe é uma diaconisa ou apenas uma serva. Na igreja primitiva, as mulheres servas cuidavam dos crentes doentes, dos pobres, dos estranhos e daqueles na prisão. Elas ensinavam as mulheres e crianças (Tito 2:3-5). Talvez Febe não tinha a designação oficial de "diaconisa", mas Paulo confiava nela o suficiente para dar-lhe a tremenda responsabilidade de entregar sua carta à igreja em Roma (Romanos 16:1-2). Claramente, ele a enxergava não como inferior ou menos capaz, mas como membro confiável e valorizado do corpo de Cristo.
As Escrituras não dão muito apoio à ideia de mulheres servindo como diaconisas, mas também não as desqualificam. Algumas igrejas têm instituído o cargo de diaconisa, mas a maioria o diferencia de alguma forma do ofício de diáconos. Se uma igreja de fato instituir a posição de diaconisa, a liderança dessa igreja deve assegurar que a diaconisa está em submissão às restrições que Paulo coloca no ministério de mulheres em outras passagens (como 1 Timóteo 2:11-12), assim como toda a liderança deve estar em submissão à estrutura de autoridade da igreja e, finalmente, à nossa autoridade suprema, Jesus Cristo.
Existem dois pontos de vista principais sobre a questão de se as mulheres podem servir como presbíteras da igreja. A visão igualitária sustenta que as mulheres podem servir como presbíteras contanto que cumpram os requisitos descritos em 1 Timóteo 3:1-7 e Tito 1:5-9. A visão complementar afirma o contrário e defende que as mulheres não estão autorizadas a ocupar o cargo de presbítera na igreja.
Vamos dar uma olhada em 1 Timóteo 3:1-7: "Fiel é esta palavra: Se alguém aspira ao episcopado, excelente obra deseja. É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, temperante, sóbrio, ordeiro, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não espancador, mas moderado, inimigo de contendas, não ganancioso; que governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com todo o respeito {pois, se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus?}; não neófito, para que não se ensoberbeça e venha a cair na condenação do Diabo. Também é necessário que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em opróbrio, e no laço do Diabo."
A primeira coisa a notar nesta passagem é o número de palavras masculinas – mais de 10 em 1 Timóteo 3:1-7. Apenas uma leitura superficial desta passagem levaria uma pessoa a concluir que o papel de um presbítero/bispo deve ser preenchido por um homem. A expressão "marido de uma mulher" também indica que o cargo de ancião é para ser cumprido por homens. Os mesmos pontos também são feitos na passagem paralela de Tito 1:5-9.
As passagens que descrevem as qualificações e deveres dos presbíteros/bispos não abrem a porta para que mulheres sirvam como presbíteras. Na verdade, o uso consistente de pronomes e terminologia masculinos argumenta fortemente a favor do cargo de presbítero/bispo sendo exclusivo aos homens. Tal como acontece com outras questões relacionadas a este debate, a proibição de mulheres servindo como presbíteras não é uma questão de machismo. Em nenhum sentido isso é um assunto de homens sendo superiores às mulheres. Pelo contrário, Deus restringe o cargo de presbítero aos homens porque foi assim que Ele estruturou que a igreja funcionasse. Os homens piedosos devem servir como líderes assim como as mulheres devem servir nas funções cruciais de apoio.
Primeiro Coríntios 14:33-35 declara: "... Como em todas as igrejas dos santos, as mulheres estejam caladas nas igrejas; porque lhes não é permitido falar; mas estejam submissas como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, perguntem em casa a seus próprios maridos; porque é indecoroso para a mulher o falar na igreja." À primeira vista, este parece ser um comando geral que as mulheres não estão autorizadas a falar na igreja. No entanto, 1 Coríntios 11:5 menciona mulheres orando e profetizando na igreja, e não condenando essa prática. Portanto, 1 Coríntios 14:33-35 não pode ser um comando absoluto para que as mulheres permaneçam sempre em silêncio na igreja.
O contexto desta passagem, e muito de 1 Coríntios, é a ordem e a estrutura da igreja. A igreja de Corinto destacou-se pelo caos e falta de ordem que reinavam naquela assembleia (v. 33). É interessante que nenhum dos anciãos ou pastores é mencionado, e nem mesmo os profetas estavam exercendo o controle (ver versículos 29, 32, 37). Todo mundo estava participando de qualquer forma que ele ou ela desejasse no momento em que desejasse. Isto incluía mulheres falando em línguas e profetizando, ao mesmo tempo assumindo a liderança nos cultos ao invés de serem submissas, assim como a Palavra de Deus instrui (1 Timóteo 2:11-15). Aparentemente, algumas mulheres na igreja de Corinto estavam fora de ordem e perturbando ao fazerem perguntas em público durante os cultos caóticos. Não é coincidência que muitas igrejas modernas que praticam o falar em línguas e reivindicam curas e milagres também permitem que as mulheres liderem o culto, preguem e ensinem. As mulheres podem ser professoras talentosas, mas não têm a permissão de Deus para "falar" de tal forma em suas igrejas. Na verdade, fazer isso é "indecoroso", ou seja, "uma desgraça" (v. 35).
O contexto de 1 Coríntios 14:33-35 trata da interpretação e compreensão dos dons de línguas e profecia (1 Coríntios 14:26-32). Portanto, 1 Coríntios 14:34 não está comandando as mulheres a permanecerem em silêncio na igreja o tempo todo. Está apenas dizendo que as mulheres não devem participar quando as línguas e/ou profecia estão sendo interpretadas e testadas (1 Tessalonicenses 5:19-22, 1 João 4:1). Isto está de acordo com 1 Timóteo 2:11-12, o qual diz que as mulheres não devem ensinar aos homens ou ter autoridade sobre os homens. Se as mulheres estavam envolvidas em decidir se uma profecia era verdadeiramente de Deus, então estariam desobedecendo o que a Bíblia diz em 1 Timóteo 2:11-12. Portanto, Paulo diz às mulheres para ficarem em silêncio quando as línguas e profecia estiverem sendo interpretadas para que não desobedeçam à Palavra de Deus.
Os seres humanos instintivamente adoram. O salmista expressou isso muito bem quando escreveu: "Como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim a minha alma anseia por ti, ó Deus!" (Salmo 42:1). Mesmo há muito tempo, durante o período de Cícero do século I AC, observou-se que a religião, independentemente da sua forma, era um traço universal do homem. Vendo que os homens vão adorar algo ou alguém, devemos perguntar o que é adoração, e a quem e como devemos adorar. O que constitui um culto bíblico de adoração e, mais importante, seremos "verdadeiros adoradores" (João 4:23) ou adoradores falsos? A adoração envolve um profundo sentimento de reverência religiosa que se expressa em atos de devoção e serviço. A palavra adoração denota um ser ou objeto considerado "digno" de devoção.
Cristo ordenou que os verdadeiros adoradores adorassem em espírito e em verdade (João 4:24). O apóstolo Paulo explicou que adoramos pelo Espírito de Deus (Filipenses 3:3), o que significa que a verdadeira adoração vem somente daqueles que foram salvos pela fé no Senhor Jesus Cristo e têm o Espírito Santo vivendo em seus corações. Adorar em espírito exige também uma atitude correta no coração, não apenas uma simples adesão a ritos e rituais. Adorar em verdade significa adorar de acordo com o que Deus revelou sobre Si mesmo nas Escrituras. Para que a nossa adoração seja verdadeiramente bíblica, ela não pode ir além do que foi autorizado na Bíblia (Levítico 10:1; 1 Coríntios 4:06) e deve permanecer dentro da doutrina de Cristo (2 João 9; ver também Deuteronômio 4:12; 12:32, Apocalipse 22:18-19). Os livros feitos pelo homem – um Livro de Confissões, Regras de Ordem, etc. - não são necessários para que se possa verdadeiramente adorar a Deus.
O exemplo da igreja do primeiro século pode nos ajudar a determinar o que constitui uma adoração verdadeiramente bíblica. A Santa Ceia era observada (Atos 20:7), orações eram oferecidas (1 Coríntios 14:15-16), canções eram cantadas para a glória de Deus (Efésios 5:19), uma oferta financeira era tomada (1 Coríntios 16:2 ), as Escrituras eram lidas (Colossenses 4:16) e a Palavra de Deus era proclamada (Atos 20:7).
A Santa Ceia é um momento maravilhoso para adorar o nosso Senhor ao comemorarmos a morte de Jesus até que Ele retorne novamente (1 Coríntios 11:25-26). Tal como acontece com a Santa Ceia do Senhor, a oração deve também estar em conformidade com o padrão divino ensinado nas Escrituras. Nossas orações devem ser dirigidas somente a Deus (Neemias 4:9; Mateus 6:9), nunca a qualquer pessoa morta como é a prática do Catolicismo. Não temos autorização para utilizar objetos como o rosário ou "rodas de oração" budistas que supostamente enviam solicitações por escrito para as regiões mais distantes do universo. Mais importante ainda, as nossas orações devem estar em harmonia com a vontade de Deus.
Com base no exemplo da igreja primitiva, cantar é uma parte vital da adoração. O apóstolo Paulo nos ordena: "falando entre vós em salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração, sempre dando graças por tudo a Deus, o Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo" (Efésios 5:19-20). Cantar uns aos outros transmite verdades através da música como uma forma de ensinar (Colossenses 3:16), já que tanto o espírito quanto a mente estão envolvidos no processo de aprendizagem (1 Coríntios 14:15-16).
Uma outra parte da adoração verdadeira e bíblica é dar dízimos e ofertas no primeiro dia da semana, assim como Paulo instruiu a igreja de Corinto: "Ora, quanto à coleta para os santos fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galileia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder, conforme tiver prosperado, guardando-o, para que se não façam coletas quando eu chegar" (1 Coríntios 16:1-2 ). Nosso oferta regular para o apoio ao trabalho do Senhor é uma responsabilidade séria e faz parte da adoração bíblica verdadeira. Nossas contribuições devem ser vistas como uma bênção, não como uma questão pesada sobre a qual resmungar (2 Coríntios 9:7). Além disso, esse tipo de contribuição é o único método bíblico para o financiamento da obra da Igreja de Jesus Cristo. Não estamos autorizados a operar negócios, conduzir festas de bingo, organizar concertos com bilheteria na entrada, etc. A igreja de Cristo não foi criada para ser uma empresa comercial (Mateus 21:12-13).
Finalmente, a pregação e o ensino são ingredientes muito importantes da verdadeira adoração. Devemos ensinar apenas as Escrituras porque elas são o único meio de equipar os crentes para uma vida de santidade (2 Timóteo 3:16-17). O pregador ou mestre fiel vai ensinar apenas a partir da Palavra e confiar que o Espírito de Deus fará a Sua obra nas mentes e nos corações dos seus ouvintes. Como Paulo lembrou a Timóteo: "prega a palavra, insta a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda longanimidade e ensino" (2 Timóteo 4:2). Uma reunião da igreja que não inclua a Palavra de Deus como um componente principal não é um verdadeiro culto de adoração bíblica.
Sem dúvida, Deus, em Sua sabedoria divina, forneceu o modelo perfeito de adoração verdadeira e bíblica para que possamos adorar de uma maneira que agrade a Ele. Ao adorarmos, vamos fazê-lo com grande devoção. Não devemos transmitir ao mundo a impressão de que a adoração do nosso Deus é um ritual chato e sem vida. Fomos redimidos do pecado. Vamos, portanto, louvar o nosso Criador como filhos gratos por suas bênçãos abundantes. "Pelo que, recebendo nós um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e temor; pois o nosso Deus é um fogo consumidor" (Hebreus 12:28-29).